Avatar: Frontiers of Pandora é um jogo de ação e aventura em primeira pessoa, tendo como cenário, Pandora. A RDA moldou nosso Na’vi para servi-la, modificando seu destino para sempre. Após uma série de eventos, descobrimos que a realidade conhecida não é nossa e cabe a nós, jogadores no papel de um Na’vi, aprender a essência do povo e seu passado e juntamente com outros clãs, proteger a terra de Pandora e suas fronteiras a oeste.
Envolto em ceticismo e críticas por parte do público pela escolha da Ubisoft em criar um jogo no estilo primeira pessoa, comparado muitas vezes com Far Cry, o novo título do mês de dezembro da Ubisoft chega para brilhar ou desencadeia o caos em meio a belas paisagens? James Cameron pode comemorar o feito da empresa, mantendo o legado criado por Avatar e seu sucesso no cinema? Confira em nossa análise realizada no PS5.
Avatar marcou uma geração com sua chegada em 2009 aos cinemas, com o filme de James Cameron quebrando recordes de bilheteria e revolucionou a forma como assistimos cinema. A tecnologia 3D adotada era revolucionária, além dos próprios efeitos visuais de tirar o fôlego. O longa estabeleceu um padrão na produção de filmes com elevado orçamento, além de inovar na técnica de captura de movimentos e animação digital. Filmes de fantasia e ficção científica nunca mais foram os mesmos, atingindo níveis de captura nunca antes imaginados.
Outra questão em evidência nos dias atuais e que Avatar aborda com maestria, são as questões ambientais, a forma como os humanos lidam diretamente com a natureza. Os Na’vi poderiam ser equiparados as diversas civilizações e culturas que foram afetadas em seu bioma original, sendo o próprio legado fictício dos Na’ vi rico e complexo.
Com o sucesso, planos de sequências surgiram e agora, a Ubisoft assume o risco de adaptar a criação de James Cameron para o mundo dos games. Avatar: Frontiers of Pandora é uma história única, que certamente, amplia o conhecimento do universo criado por Cameron, mas também é amigável para novos navegantes nesse “mar azul” de acontecimentos.
O início
Avatar: Frontiers of Pandora marca presença na linha do tempo de Avatar em paralelo com “Avatar: O Caminho da Água”. A RDA continua atuante, tentando invadir novamente Pandora. Como protagonista, nosso jovem Na’vi é membro do programa TAP, que transforma jovens Na’vi em seres com comportamentos mais humanos, sendo sequestrados e adaptados à nova realidade. Em torno dessa nova realidade, os humanos continuam explorando Pandora, aproveitando dos recursos do bioma. Como um futuro antagonista contra a RDA, aprendemos nossa essência como um Na’vi no processo, além de agregar outros clãs e grupos, mudando o destino de Pandora.
Introdutoriamente, criamos nosso personagem com características visuais e de sexo, passando também por uma fuga que serve como tutorial inicial. Corra, deslize, pule, interaja com o ambiente, atire, comandos já conhecidos pelos jogadores. De cara, após a fuga do complexo, nos deparamos com a natureza em Pandora e o impacto visual impressiona. Mas não tratarei do tema nesse momento, apenas descrevendo outros detalhes de gameplay no processo. O mapa em si não possui vários indicadores, com a Ubisoft direcionando os jogadores para a essência da exploração nos jogos. Sim, soa como um Far Cry, porém, não é a mesma coisa.
A movimentação é rápida, o mundo é bem diferente e o brilho do jogo está justamente, no sistema de voo no Ikran. A sensação de liberdade, de possibilidades de exploração, tudo impulsiona o jogador a querer conhecer e dominar o que foi criado. As missões agregam um item adicional e são ótimas. De escopo pequeno a missões mais amplas e complexas repletas de ação, todas foram implementadas para permitir a sensação constante de progresso e evolução. A campanha principal é de excelente qualidade. Explorando o mundo, o único pecado é a repetição de personagens que entregam itens e suas falas repetidas no processo. Não é incomum se deparar com personagens repetidos, sem uma implementação mais diversificada dos mesmos.
Informações de mundo e habilidades
Em se tratando de atividades paralelas, elas são a base para o aumento de força de nosso Na’vi, garantindo que possamos subir de nível e melhorar nossas habilidades, com o uso de pontos de habilidades.
No menu, o mapa permite definir pontos de navegação, criar um marcador personalizado e efetuar viagem rápida, além de exibir detalhes bioma da floresta tropical. No “Guia do Caçador” ficam cadastrados os itens da flora, com informações adicionais no sistema de registro e a possibilidade de fixação do mesmo para a melhor localização do jogador. Além da flora, itens do RDA também estão à disposição, com detalhes, por exemplo, sobre o PMA de vanguarda, soldados e contêiner de peças. Na categoria material, detalhes sobre itens coletáveis no mundo, que englobam fibras , musgo e demais itens associados a criação.
A fibra, ajuda na elaboração do cinturão, o musgo na produção de um peitoral, peças sobressalentes viram munição. Cada descritivo tem o intuito de explicar ao jogador a proposta dentro do jogo, garantindo ainda mais a imersão. O guia de missões permite monitorar as missões propostas. No menu personagem, selecionamos os itens que ajudam nos quesitos do personagem, como peitoral, avambraco, cinturão, além de acesso a bolsa e itens equipados, com a pontuação expressa em cada item (relacionados a danos, vida, etc…).
As habilidades são compostas de: habilidades de sobrevivência, de guerra, caça, artesanato e habilidades ancestrais. Em sobrevivência, aprendemos a preservar energia, carregar itens mais úteis e aumentar as chances de sobrevivência. Em Guerra, aprendemos os estilos de combate, direcionando nosso Na’vi para o caminho do guerreiro. Em caça, aprendemos mais sobre o processo da caça e manejo de munições.
Em artesanato, lidamos com as questões de criação de itens. Finalizando, as habilidades ancestrais, que são uma espécie de habilidades especiais que vão desde o impulso aéreo, passando pelo impacto de queda e pouso suave. É um aprendizado sarentu raiz. No caderno, encontramos projetos, receitas conhecimentos de mundo, personagens e diversas informações, sempre explicando ao jogador a função de cada item ou processo de criação, cujo linha de aprendizado soa constante e intuitiva.
Todo o sistema proposto é funcional, bem desenvolvido e fluído, sem a real necessidade de menus complexos ou informações que mais atrapalham que ajudam. O gerenciamento de seu estoque pode soar um pouquinho confuso no início, cujo inventário, em algum momento, estará repleto de armas e armaduras.
Enfrentando Pandora
Em se tratando de jogabilidade, em Avatar: Frontiers of Pandora a Ubisoft demonstrou seu potencial no assunto. Toda movimentação é sentida pelo jogador, proporcional ao tamanho de seu Na’vi. O escopo é tão amplo que você pode simplesmente escolher a forma como irá abordar uma situação de confronto apenas com o critério de movimentação e abordagem, nos mais diferentes estilos. Sou do tipo que procura uma abordagem furtiva, fã de jogos de stealth, estou acostumada em utilizar o ambiente a meu favor, em uma abordagem ambiental mais tática, porém, testar os confrontos diretos no jogo garantiram momentos de ação diversificados. Quanto mais armas desbloqueadas, maiores as opções. Apesar da excelente abordagem do Ikran, sendo um dos momentos mais belos no jogo, nem sempre é fácil atacar em cima da criatura e câmera não ajuda na trajetória.
No entanto, devo ressaltar que diversos elementos de jogabilidade são conhecidos de jogos prévios da Ubisoft e a mesma não saiu de sua zona de conforto na totalidade. Alguns foram ajustados para a realidade de Avatar: Frontiers of Pandora. A história em si não é tão profunda ou merecedora de elogios, mantendo uma certa superficialidade narrativa.
Visualmente, o desempenho no PS5 foi ótimo, porém, notam-se pequenos momentos de pop-in em texturas. Esse tipo de “problema” está relacionado ao atraso em exibir a imagem por completo, algo que desenvolvedores tentam suprir em seus jogos. A velocidade de exibição é fundamental para jogos com grandes requisitos visuais, principalmente em títulos com cenários extensos demais. No momento em que percorremos o cenário com uma rapidez elevada, o pop-in ocorre. As árvores foram as que mais sofreram no processo. Tirando esse detalhe, não encontrei outros problemas durante meu teste.
Uma observação especial. Durante algum tempo exposta ao jogo, senti eventuais sintomas de náusea e tontura pela movimentação da câmera. Geralmente, jogos com alto framerate, também ajudam a piorar a situação. Esse tipo de diagnóstico, está relacionado a Doença do Movimento ou Cinetose (em inglês “Motion Sickness”). Caso sinta algum desconforto parecido, recomendo que pare e retorne ao jogo após uma pausa considerável. Vale a pena a experiência, sem dores de cabeça eventuais.
Vale a Pena Jogar Avatar: Frontiers of Pandora?
Avatar: Frontiers of Pandora supera Far Cry no quesito ambientação, visual e proposta de jogo. Demonstra que, com a abordagem correta, um jogo altamente questionado possui potencial dentro do escopo de mundo criado e reverenciado ao redor do globo. A fidelidade e a dedicação visual apresentadas no mundo de Pandora elaborado pela Ubisoft, por si só, deixam a sensação de recompensa pela ausência de implementações ousadas de jogabilidade e o sistema repetitivo da mesma. Se você busca por um bom combate, um sistema de habilidades intuitivo e um visual deslumbrante cuja natureza é viva por si só, esse jogo é, definitivamente, para você.
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