Cyberpunk 2077 Ultimate Edition é a versão completa do título de 2020, composta pelo jogo base, o DLC Phantom Liberty, que adiciona uma história de suspense e espionagem ao jogo, ambientada agora no distrito inédito de Dogtown. Além disso, a atualização 2.0 está inclusa, reformulando os sistemas do jogo base. Dentro dessa reformulação, encontramos árvores de habilidades dinâmicas, combate entre veículos e IA aprimoradas, novas armas, veículos, roupas e muito mais.
O título sofreu diversas controvérsias em seu lançamento, sendo, inclusive, retirado da loja da PlayStation, após inúmeros problemas técnicos, cujo estado de jogo entregue aos jogadores estava repleto de problemas significativos. Ao longos dos anos, desenvolvedores dedicaram tempo, chegando a versão ultimate e uma atualização posterior, chamada 2.1, encerrando as ondas de atualizações. Vale a pena retornar para o mundo de Cyberpunk em 2024? Acompanhe nossa análise ressaltando as diversas implementações, detalhes do jogo e DLC.
A jornada de V
A história de Cyberpunk 2077 se passa na cidade de Night City, centro urbano dividido em regiões, cerca de seis no total, onde assumimos o controle de um mercenário ou mercenária (de acordo com a escolha do jogador) chamado V. O mesmo possui habilidades únicas, envolvendo desde ações de invasão de sistemas, ao domínio de armas poderosas, além de movimentação e combate corpo a corpo ágeis.
A cidade é controlada por corporações e cada região possui sua própria lei, sobrepondo as conhecidas legislações. Os conflitos são uma constante, com gangues lutando frequentemente pelo controle de cada território, em uma cidade que depende, também, de recursos robóticos, os quais estão evoluídos. O papel de V, inicialmente, é atuar em um roubo ligado a Arasaka. O plano, o roubo de um chip (relic) não ocorre como planejado e V guarda o chip em seu sistema (cérebro).
V acaba desacordado, surgindo posteriormente na mesa de Viktor (médico que implanta recursos tecnológicos, reconhecidamente ilegais) e acaba descobrindo que no chip, havia a consciência de Johnny Silverhand (Keanu Reeves). Nesse momento, o principal objetivo de V é permanecer vivo, já que não é possível retirar o chip valioso. Sob o controle de V, tomamos decisões dentro de Night City, optando pelo caminho da revolução contra as corporações ou simplesmente, sobrevivendo.
Atualizações significativas
A primeira atualização 2.0 trouxe melhorias significativas para o jogo, até então “quebrado”. Nos consoles (no meu caso PS5, utilizado nesta análise), o modo qualidade manteve uma taxa de quadros de 30 fps relativamente estável, com poucos momentos de queda. O modo performance, manteve a proximidade dos 60 fps, com quedas mais frequentes ou estabilizando em 50 fps. No mesmo modo, observamos diversos efeitos de iluminação impressionantes, obviamente, que não se aproximam da versão PC em desempenho máximo.
Na mesma atualização, a IA da polícia mudou, ficando estável e responsiva. Notei muitos policiais patrulhando ruas, perseguições mais frequentes e a montagem de barreiras para efetuar nossa captura. O sistema de procurado atinge o nível 5, aumentando o nível de dificuldade da perseguição e demonstrando que o sistema está bem melhor que antes. Os combates em veículos são mais precisos, com o uso de armas de disparo ou armas brancas melhor implementadas. Hackear carros também foi um recurso bem-vindo, causando todo tipo de caos na cidade.
Habilidades otimizadas
Em se tratando de habilidades, V possui agora cinco atributos, permitindo que nós, jogadores, possamos gerenciar melhor a infinidade de pontos recebidos e liberando determinadas compilações de especializações. Podemos optar por seguir nossa jornada como uma espécie de ninja furtivo ou especialista em armas brancas e combates corpo a corpo, aumentando atributos como reflexos. A atualização das habilidades também é uma opção, com efeito passivo e alguns buffs. Da mesma forma, esse sistema de vantagens não foi o único que sofreu mudanças, incluindo também os implantes e aprimoramentos cibernéticos.
Nesse meio tempo, conforme subimos de nível, nossa capacidade cibernética aumenta, permitindo a implementação de equipamentos mais poderosos. Projetos de criação foram substituídos por componentes de itens em camadas, facilitando a criação de itens do zero e a atualização de nossas armas. Roupas agora são apenas itens “cosméticos”, com a armadura a parte.
Já a atualização 2.1, lançada posteriormente, efetivamente encerrou a carga de atualizações disponíveis, implementando grandes alterações e adições extras, além de inaugurar um sistema de metrô funcional, melhorar o sistema de relações amorosas e a rádio, recurso que podemos escutar em qualquer lugar após a atualização, funcionando também dentro das estações de metrô. O metrô é uma excelente opção para viagens rápidas.
Cyperpunk 2077: Phantom Liberty
A sensação que tenho é que Cyperpunk 2077: Phantom Liberty realiza o melhor que um conteúdo adicional poderia oferecer. Além de uma história impecável, melhor que diversos arcos da campanha principal, insere novos personagens com personalidades únicas, moldando o mundo e nossas interações sob uma perspectiva nova. Bem como, a vida de mercenário de V toma uma proporção maior em Phantom Liberty, mudando a lista de atividades de V, agora ligada a Nova Estados Unidos da América. Agora, a responsável pelas novas atividades é Songbird, agente do governo, que promete a cura para V após um problema anterior (não darei spoilers).Eventualmente, a missão inicial, seria uma simples missão de escolta, envolvendo a presidência…
Nesse momento, Phantom Liberty abraça a velha espionagem, envolvendo V com espiões, agências paralelas, tudo transformando a jornada em momentos de caos. Justamente nesse caso, as reviravoltas são a alma da história, tornando o jogo tenso , repleto de decisões difíceis p, que afetam a história significativamente. Nesse ínterim, nossa carga emocional aumenta, justamente com a aparição de novos personagens.
Songbird e Soloman Reed. Os dois agentes da FIA passaram por momentos complicados em suas vidas, imprimindo um senso de “realidade” na forma como são retratados. São instáveis, inseguros e podem ser eficazes e perigosos quando a situação pede. A atuação de Idris Elba (Soloman Reed) é espetacular, superando até mesmo Keany Reeves e seu Johnny. Do mesmo modo, seria um pecado de minha parte limitar meus elogios apenas aos dois citados acima. Em outras palavras, a maioria dos personagens proporcionou mais “peso” no universo de Phantom Liberty que no jogo base, pois suas histórias estão interligadas em uma narrativa de alto padrão.
O Potencial de Dogtown
Saindo de Night City e atingindo Dogtown no DLC, notamos a evidente atmosfera da região de Dogtown, envolta em ruínas e ruas bem diferentes que Night City, imprimindo personalidades distintas em suas formas. Dogtown é uma zona independente, controlada pelos Barghest. O líder, Kurt Hansen, realiza promessas que envolvem uma vida melhor, fora de Night City. No entanto, ao atingir tal poder Kurt deixou-se corromper. Dogtown é pequeno comparado a Night City, onde percebemos que nosso senso de localização imediatamente se adapta a nova região. Os personagens ressaltam Dogtown como algo muito maior, grandioso e vivo.
Visualmente, Phantom Liberty impõe a riqueza de detalhes observadas em Night City e são detalhes ótimos de se observar. Primordialmente, as paisagens diferem-se entre si, destacando-se, impressionando no virar de cada esquina. O destaque de policiais e bandidos no cenário escuro em cores sobressaltadas em tela, dão um toque adicional. Da mesma forma, o design de som é brilhante, composto de ruídos barulhentos e imprevisíveis, associados ao território perigoso. Além disso, a dublagem é perfeita.Se você aprecia um trabalho de dublagem bem realizado, o jogo é o melhor exemplo deles, com performances excelentes, envolta em personalidade e sotaques. Tiros, reações de inimigos, ataques corpo a corpo, tudo soa crível e bem executado.
Vale a Pena Jogar Review: Cyberpunk 2077 Ultimate Edition?
Review: Cyberpunk 2077 Ultimate Edition é, definitivamente, o jogo que deveria ter surgido em 2020. Apesar da jornada complexa e diversos problemas em seu legado, é o verdadeiro significado de redenção para a CD Projekt Red, culminando em um resultado que demonstra uma capacidade de esforço notório e louvável. Para todos aqueles, como eu, que acompanharam o jogo desde seu lançamento, notamos o real potencial que Cyperpunk 2077 proporciona. Adiciona uma expansão ainda melhor, cujo teor, emocionante, causa a sensação de novidade e descoberta de território conhecido.
Por fim, a experiência melhora drasticamente quando pensamos na versão anterior, envolta em um novo enredo épico, personagens marcantes, atualizações necessárias e melhorias significativas, garantindo a diversão e a acessibilidade necessárias para o universo em jogo. É um convite para que você se perca em meio aos mistérios, neons e momentos de ação. Como resultado, vale a pena jogar cada segundo e captar cada memória nessa jornada final.
Cyberpunk 2077 Ultimate Edition foi concedido pela Nuuvem para o teste do jogo no PS5.