Like a Dragon: Infinite Wealth, publicado pela SEGA e desenvolvido por Ryu Ga Gotoku Studio é o primeiro jogo que se livra do título de spinoff, amplia o universo já conhecido sobre a máfia japonesa e elementos do oriente, dessa vez, com imagens e cenários paradisíacos do Havaí. Retoma o combate em turno, insere diversas missões e entrega o personagem carismático Ichiban Kasuga como protagonista.
Dessa vez, o personagem precisa investigar elementos sobre seu passado, com histórias cheias de nuances. Vale a pena jogar o título ou a nova abordagem é repetitiva, sem as inovações necessárias para conquistar o público? Nossa análise (sem spoilers) irá tratar do escopo geral do jogo, ressaltando elementos favoráveis e contrários a aquisição.
Antes de entrar no universo de Infinite Wealth, evitei a maioria das gameplays e trailers de conteúdos adicionais, entrando nesse universo meio às cegas, curiosa para saber como os dois protagonistas surgiriam em sua dinâmica e observo que o trabalho realizado é fantástico. Yakuza: Like a Dragon foi minha primeira experiência e já fiquei impressionada na época pelo excelente trabalho da Ryu Ga Gotoku Studio. Obviamente o título não escapou de um problema eventual aqui e ali e Infinite Wealth é o resultado de um aprendizado constante, melhorando o já existente.
Fico particularmente comovida pela reação das pessoas que acompanham a série Yakuza, se deparando com momentos importantes no jogo, quando avançamos para a conclusão da história, repleto de momentos de reviravoltas, me surpreendendo com a atitude de personagens específicos.
Eventos posteriores a Yakuza: Like a Dragon
Em Like a Dragon: Infinite Wealth, observamos vários anos após os eventos de Yakuza: Like a Dragon. Duas organizações acabam e Ichiban Kasuga tenta viver sua vida em um emprego honesto, ajudando ex-yakuza spara retornarem a sociedade. No entanto, toda essa paz não dura, com Kasuga retornando ao mundo do crime, além de buscar por sua mãe no Havaí. A jornada paradisíaca seria tranquila se um sindicato do crime não estivesse procurando por Kasuga, em capítulos iniciais que aponto como lentos, porém divertidos, graças ao relacionamento com os personagens.
Um ótimo trabalho evolutivo é perceptível quando observamos as mecânicas e suas camadas durante as horas iniciais do jogo, muito mais profundo, além de manter sua estrutura de RPG em turnos, implementando pequenas mudanças que tornam as brigas mais envolventes. O fluxo de combate é constante, com a movimentação ajudando que Kasuga efetue ataques ambientais e ataques por trás, causando alguns danos extras aos inimigos. Outra característica singular é o vínculo com nosso grupo, repleto de ataques em grupo, composto de diversos ataques de efeito em área ou demais ataques especiais, cujos golpes que ainda custam perdas significativas, infringindo desde quebra de guarda, doenças ou danos elementais.
Kiryu e Ichiban
Espere por uma narrativa repleta de dramas, alternando entre Kiryu e Ichiban, cada um possuindo seus respectivos membros em seu grupo. O lado da história de Ichiban é mais “leve”, já de Kiryu é um misto de emoções. Entrar em detalhes sobre o personagem seria soltar um spoiler enorme e ouso mencionar que apenas que na parte que jogamos com Kiryu, observamos uma espécie de despertar do personagem, contendo uma viagem de volta ao passado, velhas recordações, antigas amizades. Já Ichiban é o verdadeiro contraste de Kiryu. Ele não é tão forte quanto Kiryu, necessitando mais do auxílio dos demais personagens nos momentos de RPG em grupo.
Combate e níveis de aprendizado
O combate possui um estilo conhecido, composto por ataques básicos, além de habilidades, momentos de defesa e o uso de itens, com movimentos em uma área ao redor de nosso personagem ativo, tirando vantagem de eventuais ataques de acordo com nossa posição. Por exemplo, atacando por trás ou derrubando um adversário mais próximo, ganhamos em dano adicional. Além disso, diversos inimigos são fracos para determinados tipos de habilidades, um indicador que devemos explorar ao máximo essas vulnerabilidades. O único problema que devo ressaltar nas batalhas e a dificuldade que presenciei com a mira e a precisão e foi difícil encontrar um ângulo correto para efetuar o ataque, atingindo o maior número possível de adversários. Muitas vezes apenas aguardava a movimentação do adversário.
No combate em grupo, o aumento de nível e efetivado cada vez que derrotamos um inimigo, algo clássico e conhecido nos jogos do gênero. A mecânica mais importante é quando atuamos no modo defesa, quando um inimigo tenta o dano e efetuamos o bloqueio desse golpe, sempre acompanhado de uma barra vermelha que indica a saúde do personagem. Ao aparar o dano, as chances de eliminação mais eficaz do adversário aumenta e diminuí o ritmo de tentativas mais prolongadas.
O universo de Like a Dragon: Infinite Wealth
Uma das partes que refletem o potencial do título é o Havaí. Ele é enorme no jogo, contendo diversos lugares para visitar e conforme progredimos na história, encontramos mais e mais conteúdos secundários, envoltos em encontros hilários e momentos comoventes para Ichiban. Ajudei desde um homem que queria realizar o último desejo de sua amada esposa, ou atuar como dublê para um diretor de cinema em meio ao trânsito. Outras atividades expansivas englobam minijogos e diversas outras atividades, deixando o jogador livre para a exploração.
O sistema de empregos retorna através do Havaí, desbloqueando novos empregos conforme passeamos, aumentando o vínculo dos personagens, que liberam o trabalho. Pode soar confuso no início, mas é simples, contendo também trabalhos exclusivos, que fornecem uma experiência única. Os inimigos são diversificados, desde monstros a chefes estranhos demais, como criaturas marítimas gigantescas. Os durões também marcam presença, sempre estereotipados nas batalhas.
Dondoko
Poderia citar Dondoko como uma espécie de jogo independente. Seu sistema de controle distinto lembra em muito jogos anteriores de Yakuza. Localizado na costa do Havaí, dispõe de atividades pesqueiras, captura de criaturas e demais atividades, tentando seu momento de glória. Embora integrado com a narrativa, é opcional. Indico por ser altamente viciante, contendo uma quantidade especial de coisas para explorar.
Like a Dragon: Infinite Wealth é um título impecável visualmente, com animações, personagens, mundo, amplamente ricos em detalhes, funcionando de forma perfeita no PlayStation 5 sem eventuais problemas, contendo inclusive tempos de carregamento rápidos. No quesito áudio, as músicas são singulares, com temas de batalha animados, alguns cativantes, além das excelentes músicas de karaokê. Os arranjos musicais são belíssimos e a dublagem (agora também em inglês), destaca-se, principalmente a atuação de Kasuga, a minha favorita. É uma atuação especial, com entrega de personalidade e nuances humanas indicadoras no tom de voz adotado.
Vale a Pena jogar Like a Dragon: Infinite Wealth?
O título é excelente em vários aspectos, mesmo que certos elementos narrativos sejam mais curtos que o esperado. No entanto, a história é incrível, repleto de atividades principais, paralelas, personagens que impressionam e o combate de RPG em turnos funcional, associado aos novos elementos que garantem uma experiência repleta de personalidade e única. Infinite Wealth é um jogo que merece seu tempo e dedicação, sendo um dos títulos imperdíveis do ano de 2024.
Causa o devido impacto como uma produção impressionante, pautada principalmente na caracterização e atuação de personagens, cujas características são distintas e críveis. A empatia com Kasuga e Kiryu, dependerá de seu conhecimento prévio sobre os personagens, mesmo assim, com um pequeno resumo narrativo, essa ausência de atividade e imersão anteriores poderá ser compensado.
Por fim, uma key foi concedida pela SEGA para o teste do jogo no PS5.