Em um universo vasto e cheio de possibilidades, Concord surge como mais uma tentativa de capturar a essência do gênero hero shooter, desenvolvido pela Firewalk Studios e distribuído pela Sony. Com a promessa de ser uma das grandes apostas da Sony em jogos multiplayer, o jogo oferece uma mistura familiar de elementos de títulos como Call of Duty, Team Fortress 2, e outros do mesmo gênero. No entanto, será que Concord consegue se destacar em meio a essa galáxia repleta de jogos similares? Vamos explorar isso juntos.
Uma Narrativa Interestelar: Estrela do Amanhã
A história em Concord é surpreendentemente bastante interessante, que muitas vezes eu senti que era para ser um jogo single player e mudaram para multiplayer logo após um tempo de desenvolvimento, algo que não é comum em jogos desse estilo. Como parte da tripulação dos Freeguns, uma equipe de foras da lei espaciais, somos lançados em uma jornada pela galáxia realizando missões perigosas. No entanto, não estamos sozinhos nessa corrida pelo poder e riqueza; outras tripulações também estão à espreita, prontas para nos derrubar.
O que realmente diferencia Concord nesse aspecto é a maneira como a narrativa é apresentada. A cada semana, uma nova cinemática é lançada, avançando a história para manter os jogadores interessados na campanha apresentada. Essa abordagem dinâmica funciona bem, especialmente considerando que as cinemáticas são bem-produzidas, com qualidade visual impressionante e uma direção que realmente captura a essência de uma aventura espacial épica.
Mecânicas e Combate: A Liberdade dos Freeguns
O ponto mais forte de Concord sem dúvidas fica em suas mecânicas de jogo, que oferecem uma boa dose de liberdade nas escolhas durante o combate. Com 16 personagens conhecidos como Freeguners à disposição, a variedade é garantida. Cada personagem pertence a uma classe específica, com habilidades e passivas únicas. O sistema de passivas acumulativas é sem dúvidas muito interessante e original, permitindo que, ao trocar de personagem após a morte, a passiva do personagem anterior seja transferida para o novo e acumulando, deixando a mais forte.
O combate em si é relativamente básico, com duas habilidades exclusivas por personagem, além de movimentos de dash, pulo duplo e deslizar. Embora algumas habilidades possam parecer genéricas e sem brilho, outras são originais e bem implementadas. O sistema de dash e pulo duplo, em particular, adiciona uma fluidez à movimentação, permitindo que eu possa esquivar de ataques e alcançar áreas elevadas com facilidade.
Batalhas Espaciais Estratégicas
Em termos de modos de jogo, Concord oferece três opções principais que, embora familiares, trazem pequenas variações que tentam manter as partidas interessantes. O primeiro modo que experimentei foi o Pancadaria, onde eu e mais quatro jogadores enfrentamos outra equipe de cinco em uma batalha caótica. O objetivo é simples: eliminar os inimigos e coletar troféus que caem ao derrotá-los. A equipe que conseguir uma certa quantidade de troféus primeiro, ou que tiver mais até o fim do tempo, é a vencedora. Achei a ação intensa, e a possibilidade de retornar ao combate rapidamente após a morte mantém a adrenalina sempre alta.
Em seguida, testei o modo Superação, que é mais estratégico. Aqui, o foco está em capturar zonas espalhadas pelo mapa. São três zonas no total, e precisamos capturar pelo menos duas para começar a pontuar. O que torna esse modo interessante é o fato de que as zonas mudam de localização ao longo da partida, o que me obrigou a pensar constantemente em novas abordagens e posicionamentos.
Por fim, o modo Rivalidade adiciona um elemento de tensão que não experimentei nos outros modos. Nesse, as batalhas são decididas em rounds, e a ressurgência está desativada, ou seja, uma vez que um membro da tripulação morre, ele fica fora do restante do round. A falta de respawn faz com que cada movimento seja bastante punitivo, e a morte de um aliado pode ser desastrosa para o time. Esse modo me fez jogar de maneira muito mais cautelosa e estratégica, já que a penalidade por um erro é muito alta.
A Vida nas Estrelas
Visualmente, Concord é muito bonito. As naves e personagens são detalhados com uma precisão que impressiona, e a paleta de cores vibrante dá vida ao universo do jogo. Há um cuidado visível na criação de cada elemento visual, desde os cenários até as pequenas animações dos personagens. Esse aspecto visual cria uma atmosfera envolvente, onde cada canto da galáxia parece estar pulsando com vida.
A trilha sonora de Concord complementa perfeitamente essa ambientação. Com uma composição que evoca o heroísmo e a grandiosidade das batalhas espaciais, a música consegue criar momentos de verdadeira emoção. As faixas sonoras são memoráveis e conseguem captar a essência do jogo, tornando a experiência auditiva tão impactante quanto a visual.
Problemas no Motor Espacial
Infelizmente, nem tudo em Concord brilha como as estrelas. O jogo, embora visualmente impressionante, sofre com problemas sérios de otimização. Jogando em um PC equipado com uma RTX 4060, Ryzen 5 3600, SSD NVMe e 16 GB de RAM, a experiência foi bastante inconsistente. Embora o jogo conseguisse rodar a 100 FPS na maioria das vezes com tudo no ultra e DLAA ativo, o desempenho despencava abruptamente para 10-24 FPS em alguns momentos, tornando o jogo praticamente injogável.
Após diversas tentativas de ajustar as configurações, ficou claro que o problema reside no uso excessivo de CPU. Esses problemas de performance, juntamente com os bugs que impediam a saída de partidas, resultaram em punições injustas, algo que frustrou bastante a experiência de jogo. É evidente que Concord precisa de ajustes significativos para entregar uma experiência de jogo mais estável e agradável.
Uma Estrela que Não Brilha Tanto
Em resumo, Concord é um jogo que, embora tenha seus momentos de brilho, acaba se perdendo em sua própria ambição. As mecânicas de jogo são interessantes e oferecem uma boa dose de diversão, mas o jogo falha em se destacar em um gênero já saturado. A narrativa dinâmica e a qualidade visual são pontos positivos, mas os problemas de otimização e a falta de inovação nas habilidades dos personagens impedem que Concord alcance seu verdadeiro potencial.
No fim das contas, Concord é um jogo divertido, mas genérico. Ele não traz nada de novo ao gênero e, considerando o preço elevado, é difícil justificar a compra. Se você é fã de hero shooters e está em busca de algo para passar o tempo, Concord pode ser uma opção. No entanto, se você espera algo revolucionário, talvez seja melhor procurar em outra parte da galáxia.