World of Warcraft sempre teve um lugar especial na minha vida. Desde quando comecei a jogar durante a expansão Wrath of the Lich King, fui imerso em um mundo repleto de histórias de fantasia que me fazia esquecer a realidade e querer viver naquele mundo surreal de belo. Porém, à medida que novas expansões chegavam, percebi uma certa perda de qualidade, especialmente nas campanhas e no conteúdo endgame. Era como se a chama de Azeroth estivesse lentamente se apagando. Mas então veio The War Within, e com ela, a magia de WoW foi reavivada de maneira surpreendente.
Enfim, Conexões
Em expansões anteriores, muitas vezes me senti frustrado com a forma como as missões e a narrativa principal pareciam desconectadas. Embora o processo de leveling fosse, por vezes, interessante, o ritmo se tornava cansativo com histórias paralelas que não agregavam valor ao universo do jogo. No entanto, The War Within quebra esse ciclo. A trama está muito mais coesa e, para minha surpresa, finalmente conecta alguns pontos soltos de expansões passadas. Uma das revelações que achei interessante é sobre Xal’atath, uma figura envolta em mistério desde muito tempo na época de Battle of Azeroth, que desempenha um papel crucial e inesperado.
A Blizzard se mostrou corajosa em tomar algumas decisões narrativas ousadas. Sem dar muitos spoilers, posso garantir que há momentos em que você questionará a audácia da história — e isso é algo positivo. Do começo ao fim que temos atualmente, The War Within consegue prender sua atenção, mantendo a narrativa fluída e envolvente, algo que me surpreendeu positivamente, já que expansões anteriores pecaram nesse aspecto.
Uma das maiores melhorias nesta expansão é como as missões e os personagens estão interligados. Diferente de expansões anteriores, em que as missões pareciam pequenas tarefas fúteis, agora tudo parece ter uma importância maior. Cada missão, cada conversa, contribui para o avanço da trama principal. Isso tornou o leveling muito mais agradável, já que senti que estava participando de algo significativo. No entanto, a campanha principal pode parecer um pouco acelerada em alguns pontos, e senti falta de side-quests que complementassem melhor a narrativa principal.
Mapas de Tirar o Fôlego
Se tem algo que a Blizzard nunca falha, é na criação de cenários deslumbrantes, e The War Within eleva essa habilidade a outro nível. As quatro novas áreas introduzidas na expansão são visualmente impressionantes. Cada uma tem uma identidade própria, mas todas são coesas no tema e atmosfera geral.
A Ilha de Dorn, por exemplo, me trouxe uma sensação de paz imediata. Vibrante e cheio de vida, foi o local perfeito para simplesmente parar, respirar e até pescar. Já o Fosso Ressoante impressiona com sua forja gigantesca e sua estética grandiosa. Mas o destaque, para mim, é o Pouso Santo. Um cristal monumental ilumina a área, e o jogo de luz e sombra cria uma animação lindíssima. Por fim, temos Azj-Kahet, o reino subterrâneo dos Nerubianos, agora liderados por Xal’atath.
A trilha sonora de The War Within é uma das melhores que já vi em WoW. Ela se ajusta perfeitamente ao ambiente e às emoções que o jogador sente em cada região. Nas áreas mais sombrias, a música acentua o desespero e a tensão. Nos lugares mais tranquilos, o tom é suave, transmitindo uma sensação de esperança. A Blizzard realmente acertou aqui, criando uma trilha que vai além de simples música de fundo; ela é parte integrante da experiência.
A Forja do Endgame: Primeiros Passos Promissores
Infelizmente, ainda não posso falar muito sobre o endgame, já que a primeira temporada ainda não foi lançada. No entanto, uma nova adição interessante foram as “imersões”, onde você pode realizar masmorras com NPCs, que podem ser evoluídos para te ajudar.
Além disso, achei interessante que a Blizzard tenha inserido masmorras onde os NPCs substituem outros jogadores. Isso dá mais agilidade para quem quer concluir conteúdo sem depender de longas filas. Achei essa mecânica uma adição bem-vinda, especialmente para jogadores de DPS que costumam esperar bastante tempo por tanks ou healers nos grupos.
Outro ponto positivo são os eventos únicos em cada área, algo divertido e que traz variedade ao conteúdo repetitivo das expansões anteriores.
Algo que notei negativamente nesta expansão foi a redução de dificuldade. Mesmo com um personagem mal equipado, consegui enfrentar mobs e chefes raros com bastante facilidade. Isso me pegou de surpresa, já que sempre espero um certo nível de desafio em WoW. Até mesmo nas masmorras, percebi que os inimigos eram derrotados sem muito esforço. Essa mudança na dificuldade me deixou com sentimentos mistos, já que, por um lado, torna a experiência mais acessível, mas por outro, pode tirar um pouco da emoção de enfrentar inimigos formidáveis.
Desempenho e Quedas
No que diz respeito ao desempenho, joguei The War Within em um Ryzen 5 3600, RTX 4060 e 16 GB de RAM. No geral, a experiência foi muito boa, com o jogo rodando a 100 FPS em configurações ultra, sem o Ray Tracing (não gosto dessa função no WoW). No entanto, nas cidades principais, onde há uma grande concentração de jogadores, o FPS caiu para a faixa de 40-50, o que é compreensível.
Infelizmente, o que realmente atrapalhou foram as quedas constantes no servidor e os picos de ping. Houve momentos em que meu personagem caía do jogo várias vezes em poucos minutos, o que foi frustrante, principalmente durante confrontos com outros jogadores, ou realizando missões, até mesmo masmorras. Mas isso vai ser resolvido.
A Luz e a Sombra
The War Within não é apenas mais uma expansão de World of Warcraft; ela é o início de um renascimento. Depois de anos com expansões que, embora boas, não traziam o impacto esperado, finalmente temos uma experiência que consegue equilibrar narrativa, jogabilidade e imersão de forma eficaz. Embora existam áreas que ainda precisam ser ajustadas, como a dificuldade e os problemas técnicos, esta expansão prova que WoW ainda tem muito a oferecer.
Para alguém como eu, que acompanhou o jogo por tantos anos, The War Within reacendeu a chama que estava quase se apagando. Ela trouxe de volta a sensação de aventura, de descoberta e, acima de tudo, de pertencimento em um mundo que, mesmo fictício, tem um impacto real. A Blizzard mostrou que ainda sabe como criar momentos inesquecíveis. E se The War Within é o primeiro passo de uma nova era, então estou pronto para o que vier a seguir em Azeroth.