No vasto universo mágico do Mundo Bruxo, “Harry Potter: Campeões de Quadribol” surge como mais uma tentativa de nos inserir em uma das atividades mais icônicas dessa saga. Desenvolvido pela Unbroken Studios e distribuído pela Warner Bros. Games, este título traz uma proposta de ação esportiva centrada no famoso quadribol, um dos aspectos mais amados dos livros e filmes de Harry Potter.
Como fã da série, a possibilidade de voar em uma vassoura e competir neste esporte foi uma ideia que imediatamente me chamou bastante atenção. Mas será que o jogo consegue entregar a emoção e a adrenalina que sempre imaginamos ao ver essas cenas nos filmes?
De Hogwarts à Copa Mundial
A primeira coisa que me chamou atenção foi o modo história, que apesar de simples e direto, conseguiu me trazer um toque nostálgico. O jogo começa com um tutorial chamado “Copa do Jardim da Toca dos Weasley”, um cenário que muitos fãs reconhecerão, e a partir daí, você passa por Hogwarts, o Torneio Tribruxo e, finalmente, a Copa Mundial de Quadribol. O modo história é composto por mini-narrativas, porém nada muito profundo, e fica claro desde o início que o foco está voltado para o modo multiplayer. Apesar de ser divertido, o modo história não traz grandes surpresas e parece servir apenas como um prelúdio para o real coração do jogo: as competições online.
A Experiência de Voar
Eu sempre quis sentir a sensação de voar em uma vassoura e competir no Quadribol, e o jogo faz um trabalho satisfatório nesse aspecto. A movimentação no ar é fluida e realmente traz uma adrenalina divertida, especialmente quando estamos voando atrás do pomo de ouro. Contudo, fiquei um pouco decepcionado com a mecânica do pomo – apesar de sua captura conceder 30 pontos, isso não garante a vitória imediata, algo que me fez questionar o equilíbrio das regras em relação ao material original.
Para vencer uma partida, o objetivo é marcar 100 pontos. Cada gol vale 10 pontos, e pegar o pomo de ouro concede 30 pontos extras, o que pode ser determinante na partida. Se o tempo acabar antes que um dos times chegue aos 100 pontos, a partida entra em “morte súbita”, onde o próximo gol determina o vencedor. Essa dinâmica, apesar de manter o jogo emocionante, às vezes pode parecer um pouco repetitiva.
Customização e Personagens
A customização foi um ponto que me surpreendeu positivamente. Não só podemos usar personagens famosos da saga, como o próprio Harry Potter e a professora Rolanda Hooch, mas também temos a liberdade de criar o nosso próprio personagem para usá-lo, ou atém mesmo você criar a sua equipe do jeito que você quiser. A variedade de opções para personalizar as roupas, varinhas e até as vassouras é impressionante. Cada vassoura tem suas características próprias, que influenciam diretamente o desempenho do personagem. Por exemplo, algumas são mais rápidas, enquanto outras têm maior durabilidade, o que faz uma grande diferença dependendo da posição que você escolher.
Falando em posições, o jogo segue as regras tradicionais do quadribol: goleiro, artilheiro, apanhador e batedor. Minha experiência como goleiro foi a mais limitada, com uma câmera fixa em 2D que torna a jogabilidade um pouco monótona, já que você apenas se move de um lado para o outro tentando impedir os gols. Em contraste, a posição de batedor, cujo objetivo é acertar outros jogadores com o balaço, foi mais interessante, mas rapidamente perdeu o encanto.
Já como artilheiro, a adrenalina tomou conta. Você pega a goles, passa a gole entre os jogadores e tenta marcar o máximo de pontos possível enquanto evita ser derrubado pelos adversários. Essa foi, sem dúvida, a posição mais divertida para mim. A caçada ao pomo de ouro, como apanhador, também oferece um certo nível de excitação, já que você persegue o pomo através de anéis dourados que aumentam sua velocidade. No entanto, essa posição pode parecer um pouco repetitiva após algum tempo.
Magia, mas nem tanto
Visualmente, “Harry Potter: Campeões de Quadribol” é bonito, com um estilo artístico que pende para o lado “cartoon”, sem perder o charme do universo bruxo. Os personagens são fielmente representados, e é interessante ver alguns rostos familiares. Contudo, senti que, além dos campos de quadribol, o cenário era pouco imersivo e um tanto vazio. O jogo nos leva a visitar outras escolas de magia, o que é legal.
A trilha sonora é aceitável, mas não chega a ser memorável. Talvez eu esperasse algo mais impactante, que realmente me colocasse no clima do Mundo Bruxo. Um detalhe que me incomodou foi a dublagem de alguns personagens icônicos, que, apesar de serem bem-feitos, contavam com vozes muito diferentes das que estamos acostumados. Inicialmente, isso me tirou um pouco da imersão, mas depois de um tempo, me acostumei.
Desempenho Técnico
Nas configurações que utilizei (Ryzen 5 3600, 16 GB de RAM e uma RTX 4060), o desempenho foi bastante estável. Com as configurações gráficas no máximo e rodando a 1080p nativo, o jogo manteve uma taxa de 140 FPS, o que proporcionou uma experiência visual suave. Apesar de o jogo não oferecer suporte para DLSS ou FSR, ele possui o XeSS, que funciona de maneira aceitável. No geral, o desempenho técnico foi satisfatório e não encontrei problemas significativos de otimização e nem bugs que atrapalhassem a gameplay.
Uma Jornada de Altos e Baixos
“Harry Potter: Campeões de Quadribol” é um jogo que entrega exatamente o que promete, mas nada além disso. A proposta de competir no quadribol é divertida e traz uma sensação de nostalgia para os fãs da série, mas o jogo se limita em muitos aspectos. O modo história é simples e superficial, a trilha sonora e dublagem deixam a desejar, e as mecânicas de algumas posições podem rapidamente se tornar repetitivas. Apesar disso, o jogo brilha em sua jogabilidade fluida, customização e na recriação visual do universo bruxo.
No final das contas, “Harry Potter: Campeões de Quadribol” é uma experiência divertida, mas que carece de profundidade. Se você é um fã do quadribol e sempre sonhou em participar desse esporte, o jogo pode ser uma boa pedida. Mas, se está buscando uma experiência inovadora no universo de Harry Potter, pode acabar se decepcionando. Para mim, foi uma mistura de momentos emocionantes e frustrações, e isso me leva a acreditar que, apesar de promissor, o feitiço não foi tão forte quanto poderia.