Meu primeiro contato com Sonic foi lá no PS2, com Sonic Unleashed, um título que marcou minha infância de forma especial. Claro, tive a chance de jogar os clássicos em outros consoles depois, como a maioria dos fãs da série, e posso dizer que Sonic sempre terá um espaço no coração dos gamers.
Ao longo dos anos, Sonic se tornou mais do que um personagem de jogos; é um fenômeno, com filmes e novos títulos, como o tão comentado Shadow Generations e o remaster de Sonic Generations. Mas, ao olhar com atenção, surge a dúvida: será que este remaster e expansão são realmente necessários?
Sonic Generations
Jogar Sonic Generations trouxe de volta aquela sensação de encontrar um velho amigo. A história começa leve, com Sonic e seus amigos preparando uma festa surpresa de aniversário para ele. Tudo estava indo bem até que o Time Eater aparece, bagunçando o evento e dividindo Sonic em duas versões: a clássica e a moderna. Essa ideia de unir dois “Sonic” diferentes é genial; é como uma retrospectiva da evolução do personagem, desde os jogos 2D do Mega Drive até os atuais.
A fase de Green Hill Zone, que nunca envelhece, e Chemical Plant Zone são recriações fiéis que despertam nostalgia em qualquer fã da série. Jogar com a versão clássica foi uma experiência impactante, trazendo aquela simplicidade dos jogos 2D que muitos de nós amamos, enquanto a versão moderna oferece a velocidade e o dinamismo que se espera dos jogos de hoje. Claro, alguns problemas persistem do original, como o “homing attack” que pode falhar em momentos críticos e o Sonic Original que parece “pesado” em certas partes, prejudicando a fluidez.
Gráficos e Novos Ajustes no Remaster
O remaster de Sonic Generations tem um visual que me deixou muito contente com o resultado. As novas texturas e a iluminação aprimorada foram o que mais me chamou atenção, destacando detalhes nas fases que passam quase despercebidos no original. Com a melhoria de resolução, tudo parece mais nítido, o que é um presente para os olhos de qualquer fã. Jogando em uma máquina com Ryzen 5 3600, RTX 4060 e 16 GB de RAM, mantive 60 FPS constantes (que por acaso é o limite), um desempenho que trouxe estabilidade e fluidez.
Vale ressaltar que a SEGA regravou todas as falas dos personagens para o remaster, o que traz uma nova interpretação de alguns diálogos. Embora algumas mudanças soem estranhas para quem conhece as falas originais, elas acabam trazendo frescor à experiência sem alterar o núcleo da história
Shadow Generations – O Lado Maduro
Shadow Generations mergulha em uma narrativa mais madura e introspectiva, explorando a origem do anti-herói Shadow e sua complexa relação com Black Doom. A trama se desvia dos elementos infantis e traz um tom mais sombrio e reflexivo, o que é raro no universo de Sonic. Shadow enfrenta conflitos internos, especialmente ao relembrar sua irmã Maria, uma figura central em sua vida, o que trouxe um peso emocional significativo para a história.
No final quase chorei ao ver Shadow finalizando aquela campanha de superação que durou tanto tempo. Essa conexão profunda deixa claro que o personagem finalmente encontra uma forma de seguir em frente.
Porém, alguns elementos parecem apressados. Seria interessante ver mais diálogos entre Shadow e seu criador, Black Doom, além de uma exploração maior sobre como Doom tenta manipular Shadow. A campanha, embora intensa, acaba sendo curta, deixando uma sensação de que certos momentos poderiam ter sido mais bem trabalhados para dar mais profundidade à narrativa
Jogabilidade
A jogabilidade em Sonic X Shadow Generations traz uma combinação interessante. Enquanto o Sonic clássico ou original nos leva de volta ao gameplay 2D, o Sonic moderno é pura adrenalina, ainda que alguns comandos possam falhar. A inclusão de Shadow com suas habilidades exclusivas adiciona uma camada de complexidade ao jogo, permitindo novas formas de explorar os cenários e enfrentar inimigos. Shadow é um personagem mais estratégico, e sentir sua velocidade em ação é ao mesmo tempo empolgante e desafiador.
Houve momentos em que tentei direcioná-lo para um local específico, mas a resposta dos controles nem sempre era precisa. Essa pequena situação problemática, curiosamente, também torna a experiência mais divertida.
A transição de cenários e o uso das habilidades de Shadow são bem ajustados, ampliando a variedade do gameplay e que me manteve constantemente engajado. No entanto, essa variação de estilo exige mais precisão, e a falha no ataque de alvo pode ser particularmente irritante em fases mais avançadas. Mas, para compensar, o Shadow Generations oferece 120 FPS constantes, o que dá uma sensação de fluidez impressionante e diferencia bastante a experiência do remaster de Sonic Generations, claro, se você tiver um monitor que tenha mais Hz.
Um Reencontro Agradável, mas Não Perfeito
Sonic X Shadow Generations é uma mistura de nostalgia com inovação. Revisitar Sonic Generations é como revisitar os momentos mais queridos da infância, enquanto Shadow Generations acrescenta um toque mais sério e uma nova camada de complexidade ao universo de Sonic. Ainda que o jogo tenha suas falhas, como as falhas de controle e a narrativa ligeiramente apressada de Shadow, ele traz ao jogador uma experiência visualmente encantadora e emocionalmente rica.
Para quem é fã, é um prato cheio de nostalgia e renovação, mas que deixa a sensação de que poderia ter sido ainda mais marcante. E quem sabe no futuro veremos SEGA investir em uma história ainda mais profunda e complexa para esses personagens tão icônicos.