Meu primeiro contato com a franquia Red Dead Redemption foi com o segundo jogo, lançado em 2018. Apenas em 2019, quando ele chegou para PC, consegui explorá-lo e, desde então, passou a ser um dos meus jogos favoritos de todos os tempos. Contudo, saber que havia um primeiro título, uma história que continuava a jornada vista no segundo game, e tão elogiada e aclamada, me despertou um forte desejo de experimentar Red Dead Redemption.

Depois de cinco anos desde que finalizei a jornada épica de Arthur Morgan, finalmente tive a oportunidade de acompanhar e continuar a trajetória de John Marston. Foi como voltar às raízes de um universo que já havia me marcado profundamente. Por isso, esta análise se propõe a mergulhar em todos os aspectos dessa experiência única, sem focar em questões técnicas de desempenho, mas, sim, no impacto geral do jogo, por ser a minha experiencia com Red Dead Redemption.

Uma História de Redenção e Sacrifício

Red Dead Redemption nos coloca no papel de John Marston, um antigo fora-da-lei que é forçado pelo governo a caçar seus ex-companheiros de crime em troca da liberdade de sua família. Com sua esposa e filho mantidos como reféns, John precisa rastrear e eliminar membros de seu antigo grupo, incluindo nomes como Dutch van der Linde e Bill Williamson. Para quem jogou Red Dead Redemption 2, essa missão traz um peso ainda maior, já que permite entender a relação complexa e muitas vezes trágica que Marston tinha com esses personagens.

A jornada de John Marston é marcada por um forte desejo de redenção, um anseio por uma vida pacífica e livre do caos que antes definia seu mundo. Ele é um personagem que enfrenta constantemente os fantasmas de seu passado, enquanto luta para construir um futuro mais seguro para aqueles que ama. O enredo, como era de se esperar da Rockstar, é envolvente, repleto de reviravoltas e momentos emocionantes que nos fazem refletir. Confesso que me peguei chorando em mais de uma ocasião, assim como aconteceu com o segundo jogo. 

Jogabilidade Que Resiste ao Tempo

Lançado em 2010, Red Dead Redemption chegou ao PC 14 anos depois, trazendo algumas melhorias e tecnologias exclusivas. Ainda assim, a essência de sua jogabilidade permanece fiel ao título original. Ao revisitar o game, me surpreendi com o quanto ele envelheceu bem. A movimentação de John, embora um tanto rígida em comparação com jogos mais modernos, não compromete a experiência, e eu acredito que alguns jogadores de PC como eu, que estavam aguardando o game, não poderá agradar

O game consegue equilibrar elementos de exploração e ação com maestria. Cada nova área descoberta, cada missão e cada encontro aleatório são oportunidades para criar histórias únicas. O mundo vivo e pulsante de Red Dead Redemption faz com que cada sessão de jogo seja diferente, e explorar o mapa a cavalo é uma experiência que, mesmo repetitiva, nunca deixa de ser recompensadora.

O jogo me ofereceu uma “chance” de moldar a história John Marston através de um sistema de moralidade. Suas escolhas influenciam diretamente como os NPCs interagem com você, o que, por sua vez, afeta sua reputação como herói ou vilão. Decidi ser um Marston “honrado” em minha jornada, mas confesso que a tentação de resolver conflitos com uma bala sempre esteve presente, principalmente com alguns NPCs arrogantes. Esse equilíbrio entre justiça e violência é um dos elementos que tornam o jogo tão vivo, e o mundo reage às suas decisões de maneira que raramente vemos em outros jogos.

O combate é um dos pontos altos de Red Dead Redemption. Usar o sistema de “Olhos da Morte” pela primeira vez foi uma experiência marcante no segundo game, e uma surpresa em ter no primeiro. A habilidade de desacelerar o tempo e escolher alvos com precisão adiciona um dinamismo único aos confrontos, quase como se cada tiro de Marston segue uma coreografia de dança letal. Os duelos e confrontos são intensos, com um peso e brutalidade que fazem cada bala disparada parecer significativa.

Criação de Histórias Paralelas

Em meio à missão principal de redenção, Red Dead Redemption oferece inúmeras oportunidades para se desviar e criar histórias paralelas. Seja caçando animais selvagens, perseguindo criminosos ou participando de jogos de pôquer em saloons poeirentos, o jogo te permite viver no seu próprio ritmo. Cada escolha, cada caminho traçado, adiciona novas camadas à experiência de ser um forasteiro no Velho Oeste. Para mim, isso é o que torna Red Dead Redemption mais do que um jogo sobre vingança; é uma experiência que mostra a vida dura, mas bela, do oeste americano.

Uma Trilha Sonora que Conecta Emoções

A trilha sonora de Red Dead Redemption é magistral, eu não consigo expressar de forma perfeita o que eu sinto em ouvir essa trilha sonora. Ela acompanha cada momento da jornada de Marston, seja nas horas de tranquilidade ou em confrontos emocionantes. Muitas vezes, me peguei simplesmente cavalgando pelo deserto, ouvindo o som de um banjo ou a batida de um tambor que parecia ecoar os sentimentos de Marston. É como se a música fosse um personagem à parte, capaz de transmitir as emoções mais profundas e conectar o jogador ao universo do jogo, e que sem dúvidas, está na minha Playlist no Spotify.

Expansão – Undead Nightmare

Não se pode falar de Red Dead Redemption sem mencionar sua expansão, Undead Nightmare. Lançada como um DLC independente, esta expansão transforma o mundo de Marston em um pesadelo apocalíptico de zumbis. Aqui, vemos um lado completamente diferente da franquia, com uma mistura de humor, horror e ação que conseguiu se destacar por si só.

Enfrentar hordas de mortos-vivos e desvendar mistérios sobrenaturais no Velho Oeste é uma experiência única, que mostra a versatilidade da narrativa e da jogabilidade de Red Dead Redemption. Para muitos, Undead Nightmare é bastante divertido, eu gostei da experiencia que eu tive durante as horas que passei.

Impacto Visual e Imersão

Mesmo sendo um título de 2010, a versão para PC de Red Dead Redemption trouxe melhorias gráficas significativas. A Rockstar fez um trabalho impressionante em texturas, sombras e efeitos de iluminação, criando um mundo que parece tão vivo quanto uma fotografia antiga. As variações climáticas, a transição do dia para a noite, e até mesmo o pó que se levanta sob os cascos dos cavalos contribuem para a imersão. Jogando em um Ryzen 5 3600 e uma RTX 4060, o game rodou a 173 FPS em 1080p, proporcionando uma experiência visual e de desempenho impecável.

O Legado de Marston

Red Dead Redemption é muito mais do que um jogo; é uma jornada épica de redenção, sacrifício e esperança. É uma história que nos leva para as profundezas do Velho Oeste, onde cada escolha tem consequências, e cada tiro ecoa o peso de um passado que nunca foi esquecido. Com uma narrativa impactante, personagens inesquecíveis e um mundo que parece vivo, este jogo continua sendo um dos maiores marcos na história dos videogames.

E, agora que finalmente o experimentei, posso dizer com convicção: John Marston é um personagem que viverá para sempre na memória de quem embarca nesta jornada. Red Dead Redemption é uma experiência inesquecível, que nos mostra que mesmo os homens mais imperfeitos podem buscar redenção em um mundo sem piedade.

Nota
Geral
9.5
red-dead-redemption-pcRed Dead Redemption não é apenas um jogo, mas uma jornada de redenção que ecoa nos corações de quem a vive. John Marston nos mostra que mesmo no caos do Velho Oeste, há esperança para recomeços. Com sua narrativa marcante, mundo imersivo e escolhas impactantes, este é um legado que jamais será esquecido.