Sempre fui um grande fã de jogos de super-heróis. Desde que o Spider-Man Remastered chegou para o PC, passei horas imerso no jogo até conseguir a famosa “platina”. Foi, sem dúvida, um dos melhores jogos de super-herói que já joguei. Quando o anúncio da continuação, Marvel’s Spider-Man 2, foi feito, minha empolgação foi enorme. Venom, Kraven, um mundo ainda maior para explorar – a promessa parecia perfeita. Eu sabia que seria algo especial, e ao ver o trailer, minha expectativa foi a alturas.
A ideia de poder jogar no PC e explorar toda a grandeza do jogo, com a potência do meu sistema, foi o que me fez ainda mais ansioso. E então, finalmente, chegou a versão de PC, portado pela Nixxes Software, e pude vivenciar de perto tudo o que a Insomniac Games e a PlayStation Publishing tinham a oferecer. Como fã da franquia, não pude deixar de mergulhar de cabeça na experiência, ansioso para ver como o jogo se desenvolvia em uma plataforma com mais poder gráfico.
Uma História Empolgante, Mas Que Deixa Algo a Desejar
A história de Marvel’s Spider-Man 2 é, sem dúvida, um dos grandes destaques do jogo. Logo no começo, o jogador é imerso em uma narrativa que vai além das simples lutas contra vilões. A introdução de Kraven e Venom trazem uma dinâmica nova para a trama, e ver Miles Morales ao lado de Peter Parker é uma experiência que só se fortalece à medida que o enredo se desenrola. A construção dos personagens é bem-feita, e eu realmente me senti conectado a eles.
Contudo, algo dentro de mim estava esperando mais. A história, embora boa e envolvente, não atingiu o nível de profundidade que eu imaginava, principalmente com o Peter Parker. Algumas tramas secundárias e o desenvolvimento de certos vilões, como Kraven, não exploram tanto os aspectos mais psicológicos e emocionais que poderiam dar uma carga ainda mais dramática. O enredo, embora cheio de ação e bons momentos, deixa a impressão de que poderia ter explorado melhor as complexidades de cada um dos heróis e vilões envolvidos. Em compensação, o mistério envolvendo Venom e o modo como o personagem se encaixa na trama foi um dos pontos que mais me manteve investido, e posso dizer que, no final das contas, a história cumpriu o seu papel de me prender até o último segundo.
Evolução da Jogabilidade
Agora, vamos falar do que realmente me fez sentir que Marvel’s Spider-Man 2 é um grande avanço em relação aos jogos anteriores: a jogabilidade. Quando você joga o primeiro título e depois o segundo, sente claramente a evolução. O jogo agora oferece ainda mais opções para o jogador, e uma das minhas favoritas foi o planador. A possibilidade de navegar pelos céus de Nova York, com uma velocidade e liberdade nunca vistas antes, trouxe uma sensação de imersão que antes eu não imaginava possível. E isso é apenas o começo.
Mas, sem dúvida, o grande destaque para mim foi a introdução de Venom. Poder jogar como esse personagem foi, de longe, uma das experiências mais divertidas do jogo. A transformação de Peter Parker e a maneira como o jogo apresenta a mecânica de combate de Venom, com toda a sua brutalidade, foi algo que eu realmente não esperava, mas adorei. Cada golpe, cada movimento pesado que você executa como Venom, faz você se sentir verdadeiramente poderoso. Essa sensação de controle absoluto sobre o combate foi uma adição que me fez continuar jogando para explorar ainda mais as novas habilidades.
O Toque que Sempre Faz Bem
As missões secundárias em Marvel’s Spider-Man 2 continuam a mesma fórmula que já vimos nos títulos anteriores: elas são uma parte importante da experiência, mesmo que não tragam grandes inovações. Continuamos a ter objetivos variados, como combater criminosos, procurar objetos perdidos e, claro, ajudar cidadãos em apuros. Não há uma mudança drástica no tipo de missão que você vai realizar, mas elas continuam sendo recompensadoras.
O que eu mais gosto, e que sempre me motiva a completar essas tarefas, é a sensação de que, apesar de serem secundárias, elas são importantes para o mundo de Nova York. A cidade nunca parece vazia, e a presença do Homem-Aranha sempre traz algum tipo de efeito positivo para ela. A cada missão cumprida, a cidade fica um pouco mais viva, um pouco mais interligada com o universo que você está explorando.
Embora o foco do jogo esteja nas missões principais, a diversão de realizar essas tarefas paralelas nunca desaparece. E, para quem gosta de completar tudo e sentir-se realizado, as recompensas continuam valendo a pena, seja com novos trajes, novos poderes ou apenas pela satisfação de ver as ruas de Nova York mais seguras. Eu, particularmente, me vi perdendo mais tempo em algumas dessas missões do que realmente deveria, só porque o mundo estava tão bem construído e as tarefas sempre tinham algo de novo para oferecer.
Nova York Nunca Foi Tão Viva
Um dos maiores atrativos de Marvel’s Spider-Man 2 é o visual. Eu não sei se é a nostalgia ou a tecnologia mais avançada que foi usada, mas explorar Nova York nunca foi tão fascinante. A cidade é viva, pulsante, e o realismo que o jogo traz para cada esquina, cada rua, é impressionante. Desde a movimentação dos pedestres até os reflexos na água, tudo contribui para um mundo aberto que é ao mesmo tempo grandioso e detalhado.
Eu me peguei, várias vezes, apenas pendurado em um prédio, observando a cidade abaixo de mim. O jogo conseguiu capturar a essência de Nova York de maneira única, e é difícil não se perder por algumas horas apenas explorando. Cada prédio, cada rua, parece ter um propósito e faz parte de um todo bem pensado. E, claro, os personagens nunca pareceram tão vivos. A captura de movimentos e os detalhes nos modelos dos personagens realmente se destacam, dando aos heróis, vilões e cidadãos uma sensação de autenticidade.
A trilha sonora também merece destaque. Enquanto balançava entre os prédios, a música parecia se encaixar perfeitamente em cada ação. Quando você escuta aquela música épica durante uma luta contra o vilão, por exemplo, você sente que está no auge da experiência. E não posso deixar de mencionar como a sonoridade do jogo reflete a alma de Peter Parker e Miles Morales. A música, em muitos momentos, me fez sentir como um super-herói de verdade.
A Experiência Perfeita, com Alguns Contratempos
Joguei Marvel’s Spider-Man 2 em um sistema com Ryzen 5 3600, RTX 4060 e 16 GB de RAM, junto com um SSD NVMe M.2 com 3,5 GB por segundo. O desempenho foi muito bom, e o jogo rodou de forma fluida em 1080p, com as configurações no máximo, exceto o Ray Tracing. Em média, fiquei com cerca de 90 FPS, o que foi impressionante, considerando os gráficos de alto nível que o jogo oferece. Quando habilitei o Ray Tracing, a performance caiu para cerca de 40-60 FPS, mas o jogo ainda foi jogável.
O SSD foi uma peça fundamental para garantir que os tempos de carregamento e as viagens rápidas fossem perfeitos, e eu não enfrentei nenhum tipo de atraso. No entanto, o jogo não é perfeito. Durante a minha jornada, enfrentei vários problemas técnicos. O jogo crasheava de forma aleatória, e houve um bug nos cabelos dos personagens nas cinemáticas. Além disso, em uma das lutas contra o Sandman, os botões para a sequência de combate simplesmente sumiram, o que me forçou a reiniciar a missão. Felizmente, alguns dias após o lançamento, a Nixxes lançou patches que corrigiram a maioria dos problemas.
O Homem-Aranha e a Sua Aventura Inesquecível
Marvel’s Spider-Man 2 é tudo o que um fã do Homem-Aranha poderia desejar: uma cidade vibrante, jogabilidade muito divertida e um visual impressionante. Embora a história tenha me deixado com um gostinho de quero mais e alguns bugs iniciais tenham prejudicado a experiência, o jogo continua sendo uma das melhores aventuras do Homem-Aranha que já vivi. O que realmente me fez continuar jogando foi a evolução da jogabilidade, a introdução de Venom e a sensação de imersão que Nova York proporciona.
No fim, se você é fã de super-heróis, Marvel’s Spider-Man 2 é obrigatório. A experiência de ser o Homem-Aranha nunca foi tão intensa. Se o jogo fez alguma coisa de maneira impecável, foi me fazer querer balançar entre os prédios e sentir a adrenalina de um verdadeiro herói. E, apesar das falhas pontuais, o que fica é a sensação de ter vivido algo épico.