Miles e Peter

Em 12 de novembro, o primeiro exclusivo da Sony para o PS5 será lançado. Também disponível para o PS4. Por onde a nossa análise foi realizada.

Este jogo merece algumas ressalvas em relação a quem já jogou o Marvel’s Spider-Man (2018). Para esses, Miles Morales usa tudo o que seu predecessor já utilizou. Em relação a combate, tipos de missões disponíveis, assim como o menu de habilidades e colecionáveis.

A grande diferença é no protagonista, Miles, que está se acostumando com as obrigações em ser um herói, e esbanja carisma e capricho visual em sua modelagem. Tendo a trama focada em pessoas de sua família ou do seu convívio, que são meros figurantes em uma história onde o protagonista é uma brilhante estrela solitária.

Miles morales ps4

Como uma sequência direta dos eventos do jogo anterior, a história pode ser compreendida tranquilamente pelos veteranos da série, que talvez fiquem um pouco decepcionados por parecer mais uma DLC, do que um novo jogo. Ainda mais levando em conta o preço cheio em que ele é vendido.

A origem de Miles Morales

Para os novatos da série, é importante para melhor compreensão da história do protagonista, a leitura da Hq: Spider-Geddon #0(2018) que continua a história do primeiro jogo da série, sem revelar spoilers importantes de história, focando mais em ambientar sua sequência. E também, assistir o longa animado Homem Aranha no Aranhaverso (2019) que narra a história de Miles Morales, o primeiro homem aranha negro, em sua adolescência, apresentando personagens importantes para a história do novo exclusivo da Sony.

A ambientação de Miles Morales acontece mais focada no Harlem, com o tempo mais nevado fazendo a cidade parecer um pouco pálida, na tentativa de se diferenciar do jogo anterior.

Onde Peter Parker o primeiro aranha, viaja para Europa deixando a cidade nas mãos de Miles, que assustado com tamanha responsabilidade, se vê em apuros com as ameaças de um novo grupo criminoso chamado de Underground e contra as ameaças da empresa Roxxon. A história é interessante do início ao fim.

Porém, em comparação com a do jogo anterior é bem mais fraca, sem muitas reviravoltas. Com uma duração de 7 a 8 horas fazendo bastante conteúdo adicional, como side quests e colecionáveis. Para os 100% umas 12 horas são mais que suficientes.

O combate continua muito competente e dinâmico, utilizando elementos do cenário para derrotar os inimigos, os combos especiais continuam bem feitos e as animações bem empolgantes. Um destaque especial para aquelas envolvendo o traje que vem acompanhando um gatinho na mochila, um momento de fofura infinita.

miles morales Na ponte

Conforme avança nas missões, o personagem sobe de level, sendo possível aumentar pontos de habilidade em uma árvore bem enxuta, com três focos específicos. No poder do soco venom, a habilidade elétrica de Miles, no modo invisível voltado para o modo stealth e do combate em geral.

Belos gráficos entre as gerações

Os gráficos seguem com sequências cinematográficas bem executadas, aliada de uma trilha sempre competente e que envolve o jogador na trama. A modelagem de personagens só apresentou evolução em relação ao protagonista, de resto bem similar ao primeiro jogo.

A performance está boa, com dois congelamentos da tela e duas crashadas durante toda a minha jogatina. Em lugares estreitos a câmera fica um pouco confusa e atrapalha momentaneamente o avanço na missão.

Mas felizmente esse tipo de cenário é bem incomum. Alguns quick time events aparecem nas cenas com mais ação da história. Porém, dessa vez tiram muito o controle das mãos do jogador e deixam aquela sensação de querer desfrutar mais do ápice da ação. O destaque visual fica para os trajes em diferentes versões do aranha.

Gato aranha

Bem desenhados e com habilidades únicas que incentivam a busca por todos. Os trajes são obtidos através de fichas ganhas ao completar missões e também, avançando na história principal.

As missões principais consistem em invadir bases, investigar pistas, e pequenos puzzles utilizando dos poderes elétricos de Miles. Confesso que essas partes são bem chatas e simples de fazer. Não acrescenta em nada no aspecto geral. Estas que substituem os puzzles do jogo anterior, que eram como se fossem diagramas lógicos resolvidos através de um mini game bem agradável, que era opcional, pode ser pulado, diferente do caso dos atuais, que está presente em quase todas as missões primárias.

Prolongue sua experiência, fazendo missões secundarias

As secundárias variam entre invasão de bases, ajudar pessoas do bairro com problemas rotineiros, como cano quebrado ou gatinho desaparecido. Tem também treinamentos em formato de desafios que premiam com novas habilidades ao completá-los em um tempo x. Seguindo as orientações do holograma de Peter Parker.

Fazer todos esses desafios é altamente recomendado pois, ao término, um treinamento final é disponibilizado culminando em uma boss fight bem divertida contra um clássico vilão da série. Além de colecionáveis contendo pequenos textos sobre momentos especiais do passado do protagonista.

Crimes comuns aparecem aleatoriamente no mapa e através de um spider app criado pelo melhor amigo de Miles: Ganke Lee. Em uma química que agrada, com toda a irreverência tradicional do personagem. Jonas Jameson volta com pequenas aparições na maior parte das vezes no seu programa estilo talk show, em podcast, que continua bem divertido de se ouvir.

O nível de dificuldade do jogo no normal é fácil, não proporcionando um grande desafio. Porém em níveis mais altos de dificuldade as batalhas ficam enjoativas, o que muda é apenas o aumento de dano sofrido e uma elevada barra de resistência dos inimigos. Deixando um inimigo comum resistir a mais de 12 golpes em combo. O que é bem frustrante. Não apresentando nenhum golpe diferente ou velocidade de movimento aumentada.

Os chefes são sem dúvida o ponto baixo do game. Teve vilão reciclado do jogo anterior, usado mais de uma vez no atual, o que é inaceitável levando em conta a enorme quantidade de vilões que o homem aranha possui.

Os novos são todos em uma temática tecnológica e são pouco inspirados tanto em design, como também nos movimentos e formato de como a batalha acontece. Muito scriptada de uma maneira frustrante e sem liberdade de ação.

A tradição da Marvel se mantém e as cenas pós créditos sugerem uma sequência ou DLC, focada em outro dos vilões clássicos das histórias do aranha, talvez o favorito deste que vos escreve.

Uma possível sequência controlando Peter e Miles, poderia ser um refresco para a franquia que tem que inovar em seus próximos capítulos para não cair na mesmice, principalmente em termos de desenvolvimento de missões, evoluir na criação de personagens secundários mais relevantes.

Usar o vasto elenco de vilões da Marvel e apresentar suas histórias de origem é algo vital para o futuro da série. A sensação que fica é que um pouco mais de criatividade poderemos ver coisas especiais sendo feitas com esse jogo.


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