A Twisted Path to Renown é um MMO com FPS desenvolvido e distribuído pela Game-Labs, que apresenta uma proposta intrigante ambientada no Velho Oeste. No entanto, será que essa ideia é bem executada?
O jogo se passa em 1899, oferecendo aos jogadores uma imersão na vida da época. Apesar da promessa inicial, a experiência de jogo não correspondeu completamente às minhas expectativas. É importante mencionar que o jogo está em fase de acesso antecipado, onde problemas são comuns e esperados.
Expectativas vs Realidade
Ao encontrar o jogo na página do Steam, fui atraído pela promessa de uma imersão completa no Velho Oeste de 1899. Infelizmente, a realidade foi uma mistura de curiosidade com desapontamento, destacando alguns pontos positivos, mas também muitas frustrações.
Um dos pontos que mais me incomodou foi a falta de orientação inicial. O jogo simplesmente joga o jogador em diversos menus sem explicar adequadamente suas mecânicas. Aprender a jogar tornou-se uma questão de cometer erros e acertos ao longo da jogatina, embora eu tenha que admitir que, uma vez compreendidas, as mecânicas são envolventes e incentivam a exploração do mapa vazio.
Eu coloquei na minha cabeça que iria morrer bastante até entender a mecânica do jogo. E quando você entende, você começa a gostar do jogo. Porém, há muitos bugs que, sinceramente, atrapalharam bastante a minha experiência de forma negativa.
Vasto, Porém Desolador
Explorar o mapa de A Twisted Path to Renown revelou um ambiente vasto, porém frequentemente vazio e monótono. Embora algumas áreas fossem mais detalhadas que as outras, a sensação de solidão constante tornou a experiência de jogo menos envolvente do que eu esperava.
Em certos momentos, eu andava tanto, mas tanto pelo mapa, que chegava a ser exaustivo, pois não encontrava nada. O que me ajudou a me guiar foi o som de disparos dos NPCs que vinham para a minha direção do outro lado do mapa.
As missões, no entanto, oferecem um ponto positivo ao incentivar a exploração e a busca por recursos para progredir. Infelizmente, a execução durante o gameplay deixa a desejar, especialmente com inteligências artificiais que são notavelmente precisas a longas distâncias, que vão simplesmente te matar do outro lado do mapa sem você entender nada. Por outro lado, o PvP se destaca como um dos aspectos mais dinâmicos do jogo, proporcionando momentos divertidos e intensos, que particularmente foi meu ponto favorito do game.
As missões são bem intuitivas, mas como não tem tutorial, a maneira mais fácil que encontrei para aprender foi seguindo e fazendo as missões. Porém, como o jogo está em inglês, isso pode afetar negativamente a experiência de algumas pessoas.
Durante a exploração, frequentemente me encontrava em situações em que ferimentos inexplicáveis surgiam em locais que não havia nada, sem quaisquer sons de disparo de arma, ou armadilha, simplesmente um chão verde me fazia receber dano. Embora haja opções de cura, como remédios, estes são escassos e, em todas as vezes que eu usava, era inútil, pois ajudava em 2% ou até menos que isso.
Altos e Baixos
As animações são bem ok. O único que achei interessante foi as recargas das armas e como elas funcionam: atirar, gatilhar, atirar. Isso vai exigir pensar muito bem antes de atirar, claro, sempre buscando ser o mais preciso possível, pois muitas vezes eu estava trocando tiros com outro jogador e simplesmente me acostumei com disparos rápidos em outros jogos. Como aqui as coisas são lentas, isso me afetou bastante no começo. Não que seja algo ruim; é algo bastante positivo.
Admito que um dos pontos que realmente me frustraram foi a dependência do jogo em gastar várias horas completando uma ‘raid’, onde você corre atrás de recursos, que já são poucos, em zonas de saque. Fiquei extremamente frustrado quando, em algumas ocasiões, ocorreram travamentos ao pegar os saques, resultando na perda de todo o progresso e me obrigando a reiniciar do zero. Além disso, houve momentos em que meu personagem simplesmente parou de se mover sem explicação, e experienciei problemas como a arma desaparecer ou ficar sem munição, mesmo tendo-a no inventário.
Desempenho
Desempenho é um problema grave também, mas antes de entrar em detalhes, os requisitos mínimos são:
- Processador: Intel Core i3 or AMD equivalent
- Memória: 8 GB de RAM
- Placa de vídeo: GeForce GTX 1050 or AMD equivalente
Algo que parece acessível para muitas pessoas à primeira vista, considerando que 6% dos usuários do Steam utilizam uma RTX 3060 e 4% uma GTX 1650. No entanto, as coisas não funcionam dessa maneira. Eu joguei com uma RTX 4060, Ryzen 5 3600 e 16 GB de RAM, e tive uma experiência com 50-60 FPS, com quedas constantes de FPS ou o jogo simplesmente fechava.
Visualmente, é bastante comum; não espere gráficos surpreendentes, apenas o básico. Porém, o som é um ponto extremamente negativo; os sons do ambiente, e principalmente das armas não fazem sentido e dão uma sensação de abafamento.
Conclusão
É uma pena que A Twisted Path to Renown chegue ao público com tantos problemas, mesmo estando em acesso antecipado. No entanto, mantenho a esperança de que ele melhore com o tempo, resolvendo seus problemas e introduzindo novidades. A ideia central do jogo, ambientado no Velho Oeste com elementos de MMO e FPS, é bastante divertida, mas atualmente é mal executada.
Enquanto reconheço o potencial inerente à proposta do jogo, é evidente que ele enfrenta desafios significativos que limitam sua capacidade de proporcionar uma experiência verdadeiramente envolvente e satisfatória para os jogadores. Com as melhorias esperadas em futuras atualizações durante o acesso antecipado, há a esperança de que “A Twisted Path to Renown” consiga finalmente cumprir seu potencial completo e oferecer uma experiência de jogo mais consistente e imersiva.