Se a série vinha em um plano de seguir à risca a obra original, nesse ela se transforma e dá um lindo presente, que aperta o peito, mas mesmo assim lindo, um capítulo inteiro dedicado a jornada de Bill e Frank.
Este texto possui spoilers do episódio 3 de The Last of Us da HBO!
O episódio segue Joel e Ellie até a Cidade do Bill, local bastante famoso dos jogos, no caminho há diversas cenas marcantes que seguem enriquecendo a trama, o terreno com os corpos daqueles que eram executados, em uma tentativa desesperada de conter a infecção.
Mais uma vez a série dá um salto temporal e agora estamos vendo a evacuação do local que se tornaria a Cidade do Bill, algo que não foi explicado no jogo.
Bill conseguiu ficar e não ser levado para o cruel destino dos moradores, ganhando assim um estoque enorme de suprimentos, o episódio segue o personagem, aqui vivido pelo excelente Nick Offerman, montando inúmeras armadilhas.
Bill é o típico morador paranoico dos EUA, com um verdadeiro arsenal, não é de se espantar que ele estaria preparado para um situação como essa, ou quase.
Em uma de suas armadilhas caem infectados, isso quando eles não tem seus miolos estourados, e é em uma de suas armadilhas que traz Frank para a vida do até então ranzinza Bill.
Relutando em ajudar o viajante, Bill cede e acaba por dar abrigo ao sobrevivente, e desse ponto em diante, esse é o episódio com um dos roteiros mais lindos, superando e muito a história do jogo, pois conhecemos Bill já com todo o seu aparato preparado e turrão até o osso.
Só depois de muita ação encontramos Frank já sem vida e percebemos que os dois eram próximos, mas nada além disso.
Uma forma seca de mostrar a visão de que os dois nutriam amor um pelo outro, mas o episódio busca um outro caminho, e o que nós temos é uma verdadeira aula de roteiro, em um sequência quase que hipnotizante, vamos vivendo junto de Frank e Bill, como os dois conheceram Joel e Tess, a relutância do Bill em querer sair da cidade.
É um capítulo que eleva ainda mais uma narrativa profunda em diversos sentidos, ganha em mostrar não o que a gente esperava, mas o inimaginável, deixando um linda interpretação do que seria o amor, esse que é um dos sentimentos mais complexos que existe.
Que pode ser saboroso como uma boa refeição, nostálgico como uma velha canção, quente como um beijo ou doce como um morango, mas perdura até mesmo quando aparenta não ter mais para onde ir.