Quando me deparo com notícias de jogos da FromSoftware, sinto arrepios e um certo medo no ar. A desenvolvedora, conhecida mundialmente por Dark Souls, produz games desafiadores. O foco da vez é o novo jogo da franquia Armored Core, retornando após anos de esquecimento (especificamente 10 anos). Aparentemente, a desenvolvedora implementou tudo o que aprendeu ao longo desses anos, mostrando que Armored Core VI possui seus trunfos para atrair o público atual.

O primeiro Armored surgiu em 1997, no PlayStation 1, sempre apresentando em sua franquia um mercenário traçando seu caminho sem lealdade, aceitando diversos contratos, desde empresas, a facções, exércitos, entre outros. Todos estão sempre em guerra pelos poucos recursos existentes.

O diferencial da franquia Armored Core dos demais jogos no mercado é a ampla gama de implementações existentes para os robôs desde o primeiro game, imprimindo características únicas em seu Mecha. Com a chegada de Armored Core IV, a FromSoftware opta por um jogo mais acessível ao público. Já em Fires of Rubicon, dois elementos estão associados: elementos que agradam apenas aos jogadores fãs de jogos de robôs que optam pelo controle total e personalizações do Mecha e a entrega de elementos mais acessíveis aos novatos na franquia com uma progressão em etapas para não assustar os jogadores. Vale ressaltar que o domínio do universo de Armored Core não é pré-requisito obrigatório na nova versão.

Resumidamente em Armored Core VI, no futuro, a humanidade acaba dependendo de uma fonte de energia volátil chamada Coral, descoberta no planeta de Rubicon. O “Coral” é um combustível utilizado em vários propósitos. Agora, em Armored Core VI, assumimos o papel de um mercenário chamado 621, que busca combustível e outros elementos no planeta Rubicon. Nesse momento, nossa jornada começa com um jogo dividido por capítulos e missões. As missões são curtas e longas contendo chefes desafiadores.

No entanto, as missões curtas também são satisfatórias, com a intensidade e a ação necessárias, com elementos constantemente surgindo na tela. Temos a sensação real do controle de um robô. São enormes, voam, efetuam manobras e utilizam seus propulsores de forma eficaz. Essa movimentação é importante para a mobilidade existente e também no domínio do ambiente.

Os ataques são efetuados por dois “braços” e dois dispositivos nos ombros do mecha, onde equipamos armas e escudos. Disparamos projéteis ao mesmo tempo em que bloqueamos, efetuamos disparos de canhões associados a metralhadoras, tudo ao mesmo tempo, em ataques frenéticos e seguidos.

O uso de ataque corpo a corpo é frágil em sua existência, deve ser utilizado com cuidado, principalmente na finalização de inimigos fragilizados. Porém, auxiliam na transição em um momento em que utilizamos nossa espada para efetuar um golpe com mudança para um disparo de laser preciso.

Esta é apenas uma das diversas combinações com dano à distância e corpo a corpo que existe no game. A jogabilidade foca no enfraquecimento do inimigo, com a vulnerabilidade facilitando sua eliminação. Cada robô possui uma “carga”, sinalizando a estabilidade do mecha. Quando atacamos, a carga aumenta, atingindo o nível mais elevado, resulta-se em dano mais elevado, com a barra reabastecendo novamente caso nosso dano não aconteça em uma sequência rápida. O resultado disso? Nunca pare de atingir seus inimigos, não importe o que aconteça.

Essa dinâmica de troca de danos, associada a movimentação para evitar ataques, torna o combate divertido, com a mobilidade e a agressividade desencadeando confrontos constantes em tela. Obviamente que as armas influenciam a forma como devemos abordar cada inimigo. Os ataques cinéticos são limitados em seu alcance, com as armas do tipo laser sendo a melhor opção em períodos em que nosso inimigo está vulnerável.

A personalização de nosso robô tem um papel importante no estilo do jogo, onde dependendo das características do elemento escolhido, teremos pulos mais elevados, impulsos melhores, curva de disparos constantes, entre outras características. Conforme avançamos no jogo, diversas habilidades serão liberadas, além de dados e demais ferramentas. Ajuste conforme suas necessidades, adaptando o robô ao seu estilo de gameplay.

Ficou desapontado pois perdeu um momento em que deveria esquivar ou tem dificuldades em efetuar certos tipos de ataques? Continue adaptando suas opções e o resultado será compensador. Sim, passamos um bom tempo em diversas telas de customização e procurando por novos objetos na loja, já que, em algum momento, você enfrentará um inimigo gigantesco e complexo.

O chefe inicial, que encerra o primeiro capítulo de Armored Core IV é desafiador, com uma tática onde existe a necessidade de um ataque sem escudo para efetuar um dano eficiente, porém, sofremos diversos danos de mísseis. O uso de uma arma que desabilita o escudo rapidamente ajuda na eliminação do chefe. Espere por uma variedade grande de inimigos.

Em se tratando de ambientações, observamos muitas paisagens em ruínas, com uma direção de arte implementando cenários que não atrapalhem o foco principal do jogo: o combate. O tamanho de inimigos e cenários são gigantescos, dando uma sensação de algo ao mesmo tempo surreal e digno de apreciação.

Os cenários imprimem a desolação, os céus com chamas que surgem bem altas, cidades estão abandonadas, centro científicos frios e finalmente o deserto, contendo sua pouca visibilidade no horizonte. É um cenário futurista desolado e intrigante. O design dos robôs aborda elementos industriais e futuristas, além da permissão de customização de cores. A paleta de cores utilizada nos cenários muda conforme a ambientação, o tipo de iluminação e os efeitos encontrados no clima, com paisagens que dificilmente se repetem.

Em se tratando de elementos sonoros, claramente a FromSoftware focou detalhes de som na ação e não em sua trilha sonora. Obviamente que o foco dos jogadores é a batalha e a trilha sonora épica, conhecida como parte importante em outros jogos da empresa, ficou de lado. No entanto, vale destacar que o game possui sim elementos de trilha que remetem e muito aos filmes futuristas dos anos 80.

Armored Core VI: Fires of Rubicon destaca-se por sua jogabilidade veloz, divertida, com uma progressão acessível aos jogadores novatos e a quantidade enorme de elementos de personalização existentes no jogo. As missões empregam a emoção necessária com lutas desafiadoras e táticas. Os ambientes, inimigos e a mecânica implementadas agradam e tornam Fires of Rubicon um dos destaques entre os lançamentos atuais. No que depender da FromSoftware, o futuro dos Mechas estará garantido.

Armored Core VI: Fires of Rubicon foi gentilmente fornecido pela Bandai Namco Entertainment à nossa redação.

Nota
Geral
8.5
armored-core-vi-fires-of-rubiconArmored Core VI: Fires of Rubicon possui o que é necessário para inovar e manter o legado da FromSoftware vivo. É um jogo recompensador para aqueles que desejam um desafio diferenciado e entrega uma experiência envolvente para os novatos.