Bodycam foi desenvolvido e distribuído pela empresa indie francesa Reissad Studio, fundada por dois irmãos. O jogo propõe um realismo de outro nível em um FPS, desde gráficos até o combate. Mas será que a proposta se cumpre? O jogo realmente tem aquele nível gráfico e de gameplay mostrados?
Imersão Total
Ao descobrir sobre a existência de Bodycam, eu me questionava: isso realmente é real? As gameplays impressionavam, e eu achava que não era possível, principalmente a questão gráfica, a movimentação e a gameplay. Então, tive a oportunidade de receber a key para fazer a review do jogo e queria agradecer imensamente à Reissad Studio pela key.
Ao entrar na minha primeira partida e ver todo aquele nível de realismo, fiquei extremamente impressionado. O jogo realmente cumpriu o que prometia em termos gráficos; visualmente, é surreal de belo. Eu me senti assistindo a um vídeo tático. Como foi a minha primeira partida, fiquei bastante perdido quanto ao funcionamento da mecânica, o recuo das armas, se preciso atirar muito para matar, e no começo foi um pouco complicado. Mas, em questão de 30 minutos no jogo, eu já comecei a dominar e entendi que o nível de realismo do jogo realmente vai além do visual, como prometido.
No momento que você é colocado dentro de uma partida, percebe que a câmera do game é como se fosse um vídeo feito no capacete de algum soldado. Os efeitos visuais são muito bons, aumentando ainda mais a imersão. Sinceramente, me deixaram um pouco nervoso, pois dava uma sensação de realismo tão extrema que você sentia medo de avançar por ter alguém ali para te matar. Desde DayZ, nunca dei tanto valor à vida do meu personagem.
O movimento dos personagens e das armas é um ponto-chave. A fluidez e como elas se movem enquanto você se movimenta pelo cenário é absurda. É preciso prestar muita atenção ao se movimentar, pois muitas vezes, ao correr atrás de algum inimigo que eu atingi, disparava, mas como estava em movimento, acabava disparando totalmente errado.
Detalhes Meticulosos
Além de ser realista na questão de movimentos e gráficos, os sons, principalmente das armas e movimentação aliada/inimiga, são extremamente altos, agoniantes e claro, realista ao mesmo tempo. Você nunca sabe quem atirou, se foi em você ou em algum aliado, ou um tiro aleatório. Muitas vezes, estava no mapa da casa e escutava passos, e me perdia um pouco pensando que era inimigo e acabava matando os amigos, mesmo com um aviso na tela indicando que era aliado, por conta da pressão que o jogo oferece. Sem contar que quase todos os cenários permitem que as balas atravessem as paredes, então dava para eliminar os inimigos apenas pelo som sem ter confirmação visual.
Os detalhes de Bodycam são incríveis. Nos diversos mapas que possui, como uma construção russa e uma casa, o tempo muda conforme o tempo passa nas partidas. Pode começar a nevar, chover, tempestade, ou simplesmente ficar nublado ou ensolarado. Sim, fica de noite e de dia, o que sempre varia o clima para ajudar ou não nas partidas. Além disso, quando você machuca outro jogador, ele fica sangrando e você pode seguir o rastro de onde ele correu. Eu já corri e matei tantas pessoas usando o sangue deles ao meu favor.
Testando os Limites do Realismo
Bodycam é praticamente um jogo feito para PCs com uma potência considerável. Testamos o jogo em três PCs diferentes. Os requisitos mínimos para rodar Bodycam são relativamente pesados: Windows 10/11, AMD Ryzen 7 3700X ou Intel Core i7-9700K, 8 GB de RAM, AMD Radeon RX 5700 (8 GB) ou NVIDIA GeForce RTX 2070 (8 GB), conexão de internet banda larga, 50 GB de espaço disponível, e um SSD recomendado.
PC 1: Desempenho Pouco Satisfatório com Configurações Mínimas
No PC 1, equipado com um Intel i5 10400f, 16 GB de RAM e uma GTX 1650, rodamos tudo no mínimo na faixa dos 40 fps com o FSR 3 em equilibrado e o frame generation ativo. Sem o frame Generation ativo não é possível jogar na casa dos 30 fps. Tivemos muitas quedas de fps, que foi influenciada pela quantidade de jogadores no game, que influenciou bastante no FPS, recomendo fortemente jogar com poucas pessoas caso você possua uma configuração semelhante ou igual.
Mesmo com um PC de entrada, é possível jogar, mas não espere jogar no nível dos gráficos absurdos que o jogo oferece. Porém, tudo no mais baixo continua sendo muito bonito.
PC 2: Experiência Fluida com Configurações Médias
No PC 2, jogamos em um Ryzen 5 3600, 32 GB de RAM e uma RX 6600. Foi uma experiência bastante agradável, na faixa dos 90 fps com o frame generation ativo, com todas as configurações no médio em 1080p. Sem muito o que comentar ou entrar em detalhes, apenas o esperado pela configuração.
PC 3: Gráficos no Máximo e Alto Desempenho
No PC 3, rodamos em um Ryzen 5 3600, RTX 4060 e 16 GB de RAM. Aí que está o pulo do gato. Rodamos com todas as configurações gráficas no mais alto possível, em 1080p, na faixa dos 60 fps, sem quedas de fps ou travamentos. Ativando o FSR 3 em qualidade com frame generation, ficou na faixa dos 130 fps, bastante jogável.
Nos três PCs, os defeitos do FSR 3 são bastante visíveis. Infelizmente, até o momento, não possui DLSS no jogo para testarmos na RTX.
Em relação a bugs, encontrei apenas alguns bugs visuais no uso do drone, mas nada que atrapalhe. Além disso, há questões de iluminação, principalmente relacionadas à bomba, que pode iluminar locais aonde a luz não deveria chegar, mas dependendo do caso pode dar vantagem para as pessoas que ficam escondidas nas sombras.
Bodycam e Seu Futuro Promissor
Bodycam se destaca como um dos jogos mais realistas e imersivos que já experimentei. Desde os gráficos impressionantes até a mecânica detalhada e a atmosfera sonora envolvente, o jogo entrega uma experiência que vai além das expectativas. Cada partida é um intenso confronto tática que requer estratégia, precisão e um profundo entendimento das mecânicas de combate.
Mesmo com alguns pequenos bugs e a necessidade de hardware potente para aproveitar ao máximo os visuais, Bodycam mostra-se um produto bem-polido e com um grande potencial de crescimento. A Reissad Studio conseguiu criar algo realmente inovador no gênero FPS, trazendo uma sensação de realismo que raramente é vista em outros jogos.
A jornada desde os momentos de incerteza e aprendizagem inicial até a completa imersão e domínio das mecânicas foi extremamente gratificante. A tensão de cada confronto, a necessidade de movimentos calculados e a dependência dos sons para a sobrevivência tornam Bodycam uma experiência única e eletrizante.
Para jogadores que buscam um desafio realista e profundo, Bodycam é uma recomendação obrigatória. O jogo não apenas cumpre suas promessas de realismo gráfico e mecânico, mas também oferece uma experiência que é viciante e intensa. Com um futuro promissor pela frente, Bodycam tem tudo para se tornar um marco no mundo dos jogos de tiro em primeira pessoa.