A geração recebeu muitos jogos desde que ela chegou, não completou 100% do que queremos ver, mas avança, diferente de muitos, acredito que os passos são largos, em ritmo desacelerado, mas ainda assim caminham bem pela indústria.
Em fevereiro de 2017 os fãs de jogos conheceram uma nova heroína, seguindo alguns clichês de personagens clássicos, mas construindo uma personalidade bastante forte, Aloy agradou e desagradou, mesmo que as críticas para a campeã Nora sejam quase sempre injustas (aqui é time Aloy).
O jogo levantou uma comunidade bastante fiel para o novo mundo que a Guerrilla havia criado, obra que acompanha uma civilização que deve se reerguer enquanto divide espaço com máquinas, sejam elas pacificas ou hostis. O produto segue com discussões na comunidade gamer.
Particularmente sou admirador da obra, durante a análise irei abordar alguns dos pontos que me fazem gostar tanto da franquia, mas se você não esteve preso em um caldeirão nos últimos tempos, sabe que um dos núcleos da trama é justamente o combate contra seres metálicos, e já no primeiro jogo fomos apresentados para uma máquina que sequer se move, é, assim como muito do universo, uma mera lembrança do que ocorreu anos antes.
Mas a imaginação dos fãs foi alimentada, com a chegada do segundo jogo uma pergunta ganhou ainda mais força: como seria lutar contra o Titã Hórus? Após zerarmos a continuação, não fomos agraciados com a resposta, mas algo ainda estava guardado, um presente da Guerrilla, uma surpresa feita de metal e carinho.
O Litoral Ardente
Para que fique mais claro, preciso resumir um pouco dos acontecimentos da campanha principal de Forbidden West, Aloy descobriu que sobreviventes chamados Zeniths vieram atrás de Gaia, com o intuito de fugirem para outro mundo, criando assim uma nova civilização, pois algo conhecido como Nêmesis está em direção ao planeta Terra e nada pode detê-lo.
Após uma árdua batalha, perdas e descobertas, Aloy segue rumo ao local conhecido como Litoral Ardente, para impedir um Zenith de completar um plano letal contra a humanidade.
O conteúdo começa frenético, acredito que possua as melhores missões do jogo até aqui, caso o jogador tenha terminado a história principal recentemente, não terá problema para compreender as informações, caso contrário, é aconselhável ver um resumo da obra até aquele ponto.
Pois não é possível adentrar ao conteúdo novo sem ter feito a missão Singularidade, essa que é a última missão do jogo, compreensível, já que é uma continuação direta sem espaço para enrolação.
O mundo do jogo é representado por localidades conhecidas, os sobreviventes sabem de tal informação por conta dos registros deixados por quem salvou a atmosfera terrestre.
O novo capítulo se passa em Los Angeles, uma versão devastada pelo tempo, aqui entra um dos aspectos que mais gosto de ver em jogo, os comentários sobre como aquilo era conhecido (o que para nós ainda é) e o que se tornou, comentários ácidos sobre algo chamado Hollywood são detalhes que constroem um mundo bastante rico.
Após um breve introdução, Aloy é abatida por tecnologia Zenith, já em terra firme, conheceremos Seyka, que será nossa parceira por todas as missões principais, Seyka faz parte da tribo dos Quen, que foram apresentados quando conhecemos Alva (a vidente) na campanha principal.
A expansão traz um novo e vasto bioma, com diversos locais para exploração, algo que difere (mesmo que de maneira bem discreta) são as novas opções de exploração, já que de cara teremos acesso ao Heliodo, montaria que permite voar pelos céus.
Serão mais segredos envolvendo os ares, como captura de dados para entendermos mais da história, locais secretos que só podem ser acessados com montarias voadoras, caixas de suprimentos que igualmente necessitam de máquinas aladas para termos acesso ao conteúdo.
Dentre as novidades, temos o acréscimo de novas armas, armaduras e itens especiais, serão novas categorias de arcos, estilingues, lanças, etc. O que vai facilitar e muito a vida da Aloy, já que os novos equipamentos são poderosíssimos.
Mas mesmo com esses acréscimos, o maior fator de novidade virá na continuação dos eventos principais, é como se o Litoral Ardente fosse um gostinho para o que iremos ver no terceiro jogo, até mesmo as máquinas novas não são muitas.
Outra coisa que faltou foram atividades extras pelas ilhas, elas estão lá, mas são escassas, o que não impede a experiência de ser satisfatória, mas ficamos com aquele gostinho de quero mais.
A nova geração, ou quase…
Um ponto que todos devem concordar, até mesmo quem não gosta da franquia, é que esse é um dos jogos mais lindos da geração, o trabalho feito para deixar cada ambientação único é de impressionar.
Não é diferente no Litoral Ardente, na real, é um pouco melhor, a nova área trás uma espaço marítimo, com ilhas para serem visitadas, missões com ambientes submersos onde podemos observar a riqueza de detalhes da Guerrilla, embarcações naufragadas, animais marinhos, vegetação, tudo é muito vivo, vale a pena observar o cenário, seja para coleta de recursos ou em uma missão secundária.
Seria um desperdício não ter colocado novos elementos no cenários, por mais que eles sejam à parte do recheio principal, ir de encontro a eles é marcante, como por exemplo as tempestades que caem de forma violenta de nuvens carregadas, é desafiador explorar o local de uma torrente, já que o terreno é alvejado por raios por raios poderosos.
Esses pequenos acertos de direção salvam uma caminhada que poderia cair facilmente no esquecimento. Mesmo com certos deslizes, como sombras que demoram para aparecer, é impressionante o trabalho que fizeram nessa expansão.
A campeã Nora
Certamente o que mais me agrada na história de Aloy, são suas habilidades em combate, o que era bem limitado em Zero Dawn, foi lapidado e transformado em algo bastante fluido, com uma infinidade de opções.
A DLC traz dezoito novas habilidades, uma mais útil que a outra, destaques para as árvores Caçadora e Guerreira, que trazem as melhores habilidades adicionais, isso porque agora Aloy pode eliminar os inimigos com um facilidade assombrosa.
Temos a opção de mirar enquanto planamos e voltar a planar, e como se isso não bastasse, agora é possível atirar mesmo planando, isso graças a manopla dos Zenith, facilmente a melhor arma entregue para a Aloy, mas caso o combate seja no chão, ao derrubar uma máquina, um salto direto até ela pode ser realizado com o gancho, o que resulta em um tiro carregado, mesmo que a lança não esteja totalmente energizada.
E essas são somente algumas das habilidades, o combate está ainda mais delicioso.
O potencial da Guerrilla Games
A expansão Litoral Ardente não está disponível para a antiga geração de consoles da Sony, o que é injusto com aqueles que experimentaram o jogo no PlayStation 4, certo? Bom, não é bem assim, tudo bem que 95% do conteúdo, são coisas semelhantes aos da campanha principal, mas a pergunta que citei no começo desse texto foi finalmente respondida (o que não é spoiler, já que fora o grande chamariz nos trailers) podem ficar tranquilos, não irei mostrar ou falar nada que estrague sua experiência.
A batalha contra o Titã Hórus é uma luta de chefe de proporções colossais, fica difícil imaginar o que será feito daqui em diante, o que esperar para o futuro da franquia, a direção de arte, o nível de detalhes, são o suficiente para grudar o jogador na cadeira, como se isso já não fosse maravilhoso ao extremo, a trilha sonora certeira embala o confronto, a Guerrilla não poderia desperdiçar esse embate, mas eu não esperava que fosse tão épico, é impossível imaginar o esforço que o antigo console da empresa japonesa teria para rodar tais cenas, um dos grandes momentos dos jogos em 2023.
Horizon Forbidden West – Litoral Ardente (Burning Shores) é uma excelente expansão, que prepara o terreno para algo grandioso, a produtora tem agora a missão de superar os eventos da DLC, e sinceramente, não duvido de que irão conseguir.
Esta análise foi feita graças a expansão cedida pela Sony, agradecemos por confiar em nossa equipe.