Desenvolvido pela Sledgehammer Games e publicado pela Activision. Call of Duty: Vanguard foi lançado em 05 de novembro de 2021. Está disponível para PS4, PS5, Xbox One, Series S, X e PC.
A Vanguarda em ação
Em Call of Duty: Vanguard os protagonistas da história são oriundos dos quatro cantos do mundo. O plot é apresentado baseando-se na misteriosa e secreta operação fênix. As grandes batalhas da guerra não são abordadas por aqui, mas sim aquelas com menos holofotes, porém, tão heroicas quanto as mais conhecidas.
Durante menos de uma dúzia de cenários o jogador vai conduzindo fragmentos da história de cada um dos cinco personagens principais. São eles: o Soldado Lucas Riggs, os Tenentes Wade Jackson e Polina Petrova além dos Sargentos Arthur Kingsley e Richard Webb.
Essa Vanguarda denominada Força-Tarefa 1 une diferentes tipos de combatentes e basicamente acompanha a trajetória de cada um deles até o clímax da missão final. O grande inimigo na história é Hermann Wenzel Freisinger atual comandante dos nazistas após a morte de Hitler.
Para cada personagem existe um foco no tipo de missão executada, por exemplo, Polina utiliza a habilidade do tiro longo sendo uma excelente sniper e uma veloz escaladora de paredes em algumas partes de sua trama de vingança ao assassino de seu pai. Wade é um piloto de elite proporcionando assim excelentes batalhas aéreas com um controle agradável e de fácil execução.
Wade é um destaque negativo em sua habilidade especial já que ele utiliza o foco para basicamente matar os inimigos em um único tiro. Essa condição especial não combinou com toda uma atmosfera realista do game. Os outros personagens não se destacam tanto e possuem nada que mude substancialmente a dinâmica do game.
A mudança brusca entre um personagem e outro não possui uma transição fluída pois não há tempo para o jogador se afeiçoar por praticamente nenhum deles de forma profunda. Uma mini bio da história deles é resumida e dá sinais de que seria muito interessante caso este aspecto tivesse sido mais bem explorado. Polina Petrova foi a minha personagem favorita durante a campanha, no entanto, é uma pena o pequeno número de missões controlando-a.
A campanha dura em torno de 5 até 6 horas dependendo do quão habituado a pessoa seja aos controles do jogo. Aquela sensação de que quando eu estava realmente interessado na história ela acaba é frustrante. A franquia vem focando mais no multiplayer e a campanha serve mais como uma introdução ou tutorial, no entanto, em uma proposta como essa mais curta, a história de apenas dois personagens poderia ter sido mais detalhada e com mais qualidade com certeza seria ainda melhor.
A qualidade do roteiro é muito boa sendo bem intercalada com as cenas de ação. As sequências de batalha são dignas de uma produção cinematográfica de alta qualidade. Dá vontade de pegar a pipoca e curtir o game como se fosse um longa-metragem blockbuster candidato ao Oscar com aqueles atores e atrizes bem badalados de Hollywood. Uma verdadeira experiência dentro do ambiente cruel e sanguinário que é uma guerra mundial.
É interessante notar que apesar de se tratar de batalhas campais em sua essência, existem partes mais cadenciadas onde é necessário utilizar habilidades de stealth para que de forma silenciosa os inimigos sejam neutralizados. Alguns cenários destrutíveis mudam um pouco as opções de caminho durante as missões.
Multiplayer
O modo multiplayer segue sendo o carro chefe do game e de quebra está melhor do que nunca. Logo nas primeiras semanas é possível escolher entre os 16 grandes mapas e outros 4 menores oferecendo algumas formas diferentes para jogar.
De longe o que mais me agradou foi o modo patrulha onde existe um objetivo móvel que funciona como uma zona de pontuação obrigando os jogadores a se movimentarem constantemente e mais do que nunca trabalhar em equipe para vencer. Outra novidade é a Batalha dos Campeões. Um campeonato que pode ser disputado solo, em duplas ou trios. Este é disputado nos 4 mapas menores.
Mas caso você seja um veterano da franquia os modos clássicos não foram esquecidos e retornam em Call of Duty: Vanguard. São eles: dominação, localizar e destruir, baixa confirmada e mata-mata em equipe.
Uma adição muito bem-vinda no multiplayer foi o sistema em que o jogador escolhe o ritmo de jogo de sua preferência, ou seja, na hora de ficar na fila para uma partida online é possível escolher entre as alternativas: assalto, blitz e tático, que funcionam como níveis de dificuldade. O assalto é o ritmo mais cadenciado e é ideal para os novatos, já o tático é para os jogadores experientes, por fim, a opção blitz é o meio termo entre as anteriores.
O tempo de espera para o começo das partidas não é muito alto chegando no máximo em 1 minuto e o desempenho durante as partidas online está bem estável. Sem qualquer tipo de bug que atrapalhe a experiência. A cada level ganho em seu perfil de jogador, novas armas são disponibilizadas através do passe de batalha que possui recompensas pagas e gratuitas.
Modo Zumbi
O já tradicional modo zumbi retorna e mostra muito potencial para conquistar ainda mais adeptos. Inicialmente, apenas o mapa Der Anfang está disponível neste modo. As missões não variam muito. Guiar um orbe flutuante até o final da fase, sobreviver durante um tempo determinado a todos os zumbis do local e, matar zumbis para ganhar alguns tokens que servem para alimentar totens e assim finalizar a missão.
Existe uma HUB central onde a customização de armas e perks acontece. O altar dos pactos foi uma boa adição. Já que ao custo de corações ganhos ao completar missões dentro do modo, o jogador pode fazer esses pactos para conseguir uma mudança de gameplay. Dentre diversas possibilidades causar mais dano ou curar ao atacar faz com que a cada partida o jogador tenha uma experiência única.
Os artefatos do poder ligados a história do jogo concedem diferentes habilidades. São elas: mina de energia (para explodir os zumbis causando muito dano), manto do éter (serve para ficar imperceptível no campo de batalha por 5 segundos), círculo de fogo (aumenta o dano dentro do círculo por 15 segundos) e o jato de gelo (criando um turbilhão de gelo que causa dano e desacelera os inimigos).
A premissa da interessante história deste modo de jogo é de que os nazistas fizeram alguns experimentos em laboratório que foram desastrosos e fizeram com que uma fenda dimensional fosse aberta. Liberando assim cinco entidades pertencentes ao éter negro conectadas com os humanos através de artefatos. O oficial nazista Oberführer Wolfram Von List agora ligado a essas entidades pode reanimar os mortos.
Jogabilidade e gráficos
A escolha gráfica em utilizar o fotorrealismo na parte visual foi ótima, os cenários e todas as animações estão irretocáveis. A otimização do som entre as batalhas misturando-se as conversas dos personagens são bem cadenciadas e impactam diretamente o jogador. Em algumas fases envolvendo florestas com uma mata mais alta, a atmosfera criada pela sensação de perigo ao atravessá-las de lentamente é bem empolgante.
As cinemáticas são um deleite visual, porém, nas cinemáticas finais do game ocorreram algumas quedas de frame e umas duas engasgadas, mas que não arruinaram a experiência como um todo. A movimentação de todos os personagens jogáveis é bem balanceada e os comandos são bem responsivos.
Um bom retorno para a Segunda Guerra Mundial
É uma estratégia inteligente optar em explorar novamente um território fértil repleto de histórias interessantes a serem contadas, tendo em vista, que a cada ano que passa novas operações militares efetuadas durante a segunda guerra mundial ganham a atenção do público por meio de novos relatos em livros ou documentários televisivos.
A última aventura da franquia nessa temática havia sido em Call of Duty WWII (2017). O fato de ter uma mulher e um homem negro dentre os protagonistas é maravilhoso, isso traz uma esperança de que a indústria dos jogos pense cada vez mais na inclusão de todos sem nenhum tipo de preconceito. Ainda está longe do ideal, mas já é um começo.