Diablo sempre foi uma parte imensa da minha vida. Desde pequeno, me lembro das tardes em que me perdia nas profundezas da igreja de Tristam, enfrentando demônios e explorando o porão infinito até o inferno. A franquia Diablo não é apenas uma série de jogos para mim, é um marco, uma história que cresceu junto comigo.
Quando Diablo IV foi lançado, senti que era um presente, mesmo que a história não fosse tão grandiosa quanto as anteriores. Ao final da campanha, havia um vazio, uma ânsia por mais, e foi aí que “Vessel of Hatred” chegou. Essa expansão veio não apenas para continuar a história, mas para me lembrar por que eu amo tanto esse universo.
A Continuação que Eu Queria… Mas com Ressalvas
Vessel of Hatred começa exatamente onde a história principal termina, sem que eu precise dar spoilers. Desde o primeiro momento, fiquei animado e satisfeito com o rumo da trama. Havia momentos em que eu vibrava de empolgação, mas, ao mesmo tempo, senti que alguns personagens não receberam o desenvolvimento que mereciam. Pareciam apressados, como se estivessem ali apenas para mover a trama. A narrativa da expansão, em si, me pareceu acelerada demais, sem o peso emocional que o jogo base entregou. Isso não significa que não gostei – longe disso. A história me prendeu e deixou expectativas altas para o futuro da franquia, mas esperava algo mais profundo, algo que fosse memorável.
Mecânicas Renovadas: Um Respiro para o Grind
Agora, o nível máximo foi ajustado para 60, e, sinceramente, isso foi um alívio! Upar até o nível 100 em toda temporada era exaustivo, e essa mudança trouxe mais dinamismo ao progresso do personagem. A dificuldade, porém, é o que mais me chamou atenção. Diablo sempre foi sinônimo de desafio, e isso finalmente voltou com força. Morri incontáveis vezes. Cada batalha, especialmente contra inimigos de elite e chefes, foi uma verdadeira provação. Mesmo na dificuldade normal, o jogo exigiu muito mais de mim. E isso foi bom, muito bom! Lembrei-me das vezes em que caía e voltava mais forte, uma das essências que sempre me atraiu em Diablo.
Uma das novidades mais impactantes para mim foi a introdução dos mercenários. Eles não são apenas personagens de apoio; cada um tem sua própria história e personalidade. E devo admitir: me apeguei a alguns deles. Eles adicionam profundidade ao combate e ao próprio jogo, oferecendo mecânicas únicas que tornaram a experiência mais rica e estratégica. Em muitos momentos, senti que estava realmente lutando ao lado de aliados importantes, mesmo que fossem controlados por IA.
Natíspirito: A Nova Classe Que Me Surpreendeu
Quando comecei a jogar a expansão, escolhi a nova classe, Natíspirito, e de início, achei ela fraca demais. Sofri bastante com inimigos comuns. Mas, com o tempo, ela cresceu tanto em poder quanto em complexidade. O endgame dessa classe vai causar muitas dores de cabeça no PvP, e as mecânicas dela são algumas das mais bem elaboradas que já vi em Diablo. Sem dúvida, Natíspirito se tornou uma das minhas classes favoritas, com uma jogabilidade satisfatória e extremamente divertida. Prefiro não dar muitos detalhes, para não estragar a experiência de quem ainda vai explorar essa classe, mas vale a pena.
Nahantu: Um Novo Cenário de Beleza Brutal
A nova região, Nahantu, é simplesmente impressionante. Desde a cidade de Kurast até pequenos vilarejos, cada ambiente transborda vida e detalhes. As masmorras são tão vastas que, por vezes, parecia estar em uma nova área completamente diferente. Os novos inimigos, especialmente aqueles que usam veneno, me deram um trabalho imenso. Nahantu é uma mistura de regiões pantanosas e desérticas, com cenários que capturam o sombrio e o belo de forma magistral.
O que mais me impressionou foram os detalhes visuais. A textura das folhas, o reflexo da luz nas poças de água – tudo pareceu incrivelmente real e imersivo. A paleta de cores harmoniza com cada ambiente, e cada detalhe visual contribui para a construção de um mundo vivo e ameaçador.
Se existe uma coisa que a Blizzard raramente erra, é na trilha sonora, e Vessel of Hatred segue esse legado impecável. A música se entrelaça com o ambiente do jogo de forma perfeita, criando uma imersão completa. As composições são sombrias e atmosféricas, capturando a essência do Santuário, desde os momentos mais silenciosos até os combates intensos. Cada faixa parece desenhada para intensificar a experiência do jogador, seja aumentando a tensão durante uma batalha difícil ou mergulhando você mais profundamente no mistério das masmorras.
Ouvir a trilha sonora enquanto explorava as novas áreas de Nahantu foi como voltar para casa. Uma verdadeira obra-prima sonora que me fez lembrar por que a franquia sempre foi tão icônica, tanto nos ouvidos quanto nos olhos.
Desempenho e Bugs
Minha experiência técnica com Vessel of Hatred foi, no geral, excelente. Joguei em uma máquina com um Ryzen 5 3600, RTX 4060 e 16 GB de RAM, e mesmo nas áreas mais exigentes visualmente, o desempenho foi extremamente estável. Com todas as configurações no máximo, o jogo rodava consistentemente a cerca de 113 FPS. Quando ativei o Ray Tracing, o FPS caiu para 87, o que ainda é bem jogável, mas admito que prefiro desativar o recurso em Diablo IV.
O Ray Tracing, apesar de trazer um realismo adicional, parece desnecessário aqui, já que o visual do jogo, mesmo sem ele, já é deslumbrante. E o mais importante: não encontrei bugs significativos que estragassem a experiência. Tudo fluiu de forma suave e natural, com tempos de carregamento rápidos e transições fluidas entre as áreas.
Cidadela Sombria foi, sem dúvida, o que mais me impressionou em Vessel of Hatred. Essa nova experiência cooperativa de fim de jogo trouxe um frescor inesperado à expansão, elevando a dificuldade e a estratégia a um nível que Diablo IV ainda não tinha explorado tão profundamente. A combinação de mecânicas PvE intensas e a necessidade de coordenação em grupos de 2 a 4 jogadores fez com que cada incursão na Cidadela fosse uma aventura tensa e emocionante.
O desafio não se resume apenas aos combates contra chefes complexos – a dinâmica de dividir as forças em diferentes caminhos cria uma sensação de urgência e estratégia, onde cada decisão afeta o grupo como um todo. Isso tudo foi potencializado pelo novo Sistema de Marcadores, que facilitou uma comunicação rápida e eficiente, essencial para enfrentar as ameaças implacáveis da Cidadela.
Além disso, a recompensa ao completar a Cidadela Sombria é tão gratificante quanto o próprio desafio. Os tesouros semanais, com saques poderosos e cosméticos exclusivos, trazem um senso de realização que se estende além da vitória sobre os inimigos. Cada conquista na Cidadela é como um marco na progressão, recompensando não só a habilidade individual, mas também a cooperação e a sinergia do time. É o tipo de conteúdo que me fez voltar várias vezes, em busca de novas recompensas e experiências, sempre renovando o desejo de continuar evoluindo dentro do jogo.
Um Futuro Brilhante e Desafiador para Diablo
Vessel of Hatred não apenas expandiu o universo de Diablo IV, mas reacendeu em mim aquela chama de entusiasmo e desafio que sempre marcou a série. Com uma narrativa que, apesar de apressada, plantou sementes promissoras para o futuro, e mecânicas que revitalizaram a experiência de jogo, essa expansão conseguiu trazer frescor a uma fórmula já consagrada. A introdução de novos personagens, classes e cenários como Nahantu não só elevou o nível de imersão, mas também mostrou que o Santuário ainda guarda mistérios a serem desvendados.
O mais marcante, contudo, foi a sensação de nostalgia entrelaçada com novidade. A dificuldade, o ambiente visual deslumbrante, e até a trilha sonora de tirar o fôlego me fizeram sentir como se estivesse redescobrindo o que sempre amei na franquia, mas de uma maneira nova, ousada. Vessel of Hatred me deixou não apenas satisfeito, mas ansioso – a sensação de que ainda há muito mais por vir é palpável, e o futuro de Diablo nunca foi tão promissor.
E assim, enquanto sigo aguardando os próximos capítulos dessa saga épica, uma coisa é certa: o ciclo de luta contra as trevas está longe de terminar, e o Santuário continuará a ser o campo de batalha onde enfrentaremos nossos demônios – e sairemos mais fortes a cada vitória. O legado de Diablo está mais vivo do que nunca, e essa jornada é algo que permanecerá comigo, assim como permaneceu por toda a minha vida até agora.