Se você parou por pelo menos uma vez para ver desenhos quando criança, conhece Mickey e sua turma, personagens icônicos que estão há anos na cultura pop, participando de HQ’s, filmes, séries animadas e muitos outros produtos.
E claro que os jogos não estão de fora, Disney Illusion Island é um desses jogos que entregam o simples, mas que é tão bem aplicado, que fica uma coisa divertida se se jogar.
Terra encantada
Mickey, Minnie, Donald e Pateta, esses nomes só podem ser desconhecidos por quem nasceu ontem, tais personagens dispensam apresentações, estes serão os personagens que iremos controlar nessa aventura.
Somos levados até um misterioso reino, guiados por uma estranha música, e então iremos descobrir que não estamos ali por acaso, os governantes escolheram os heróis para ajudarem em um certo problema.
Daqui em diante, teremos uma aparentemente simples e única missão, resgatar três livros que mantêm o equilíbrio daquela terra.
Para isso será necessário viajar pelas terras desconhecidas e enfrentar os desafios no caminho, de cara achei que o jogo seria algo voltado apenas correr da esquerda para direita, sem muitas dificuldades, algo mais voltado para o público infantil.
Mas conforme vasculho as dificuldades, fica claro que aqui tem espaço para todos os públicos, de certo que quem será mais atraído, serão as crianças, mas os marmanjos podem deixar os jogos sérios de lado e se divertirem por aqui.
Há o nível de dificuldade em que apenas um único golpe derrota os personagens, e há também aquele que deixa o boneco invencível, a vida do boneco é representada por corações, cada golpe sofrido, um coração é retirado.
Pois bem, diferente do que eu achei, Disney Illusion Island possui certo desafio, caso o jogador jogue em uma das opções que permita derrota, já que o jogo envolve elementos de plataforma dignos dos bons metroidvanias da vida.
Pule, corra, aprenda e repita
No começo do jogo, teremos apenas a opção de pular, salto normal e um salto elevado, para superar abismos e evitar os inimigos, com um pouco mais de tempo de jogo, iremos ter a opção de planar um pouco, o que seria o “pulo” duplo, mas ele serve apenas para atrasar e levar o jogador alguns centímetros a mais.
E depois que pegamos a primeira habilidade, o jogo começa aumentar a dificuldade de forma gradativa, e as armadilhas começam aparecer com maior frequência.
Claro que com isso em mente, o jogador irá se adaptar facilmente, porém o jogo reserva segredos e aqueles velhos truques de “você não tem habilidade suficiente para isso agora, volte depois”, para que assim possamos manter certos caminhos em mente.
O mapa nem de longe é o que imaginei, é um labirinto com diversas passagens secretas e atalhos para descobrir, o abrir ele pela primeira vez, achei muito parecido com o de Hollow Knight, até mesmo a mecânica de acharmos partes dele, para que outras áreas sejam visíveis.
As habilidades são liberadas aos poucos, e serão úteis para andar pelo extenso mapa com maior velocidade, no começo é bem estranho e parece que será fácil de ir do ponto A ao ponto B, mas conforme avançamos, será necessária uma atenção maior do jogador.
Isso porque tudo que é perigoso pode arrancar energia, e não há nada que possa ser feito, a não ser evitar por completo os danos, aqui faço uma pequena crítica, se tivéssemos como evitar danos de outras formas, o jogo ficaria mais dinâmico e menos frustrante em algumas partes. Isso vale para o combate, que aqui é inexistente.
Da metade do jogo em diante, teremos outros movimentos que permitem interações diretas com elementos do cenário, e isso deixa a forma de jogar mais interessante, já que a forma de locomoção muda, já que agora não somos limitados apenas pular.
Desafios em dose quadrupla
Para conseguir os objetos principais do jogo, que são os livros supremos, temos que enfrentar chefes, aqui realmente fiquei surpreso, não imaginei que teríamos que enfrentar algo além dos desafios de plataforma.
Como mencionei, não temos combate, ou outra forma de infligir dano, então, de uma forma sábia, o jogo implementa elementos de plataforma nas batalhas de chefe, o que será usado aqui para derrotar o inimigo, são os elementos de cenário, somados com sua habilidade e quanto mais habilidades, maior será a necessidade de usá-las com as mais mirabolantes combinações.
As áreas de lutas são espaçosas e dão realmente a sensação de que estamos em um desafio, com trilhas sonoras divertidas e animações belíssimas, aliás, o que chama bastante atenção são as animações, tanto dos personagens, quanto de NPC’s e inimigos, é um trabalho verdadeiramente caprichado. O que não deixa que esqueçamos por muito tempo, que esse é um jogo Disney.
Aos fãs de longa data do famoso rato
Para que o jogo não fique na mesmice de só explorar de um lado para o outro, poderemos dar de cara com alguns objetivos extras, muitas passagens ocultas reservam colecionáveis, e é necessário buscar cada uma delas com atenção, pois no meio do processo, iremos pegar itens que flutuam pelo cenário, esses que dão acesso corações extras, estendendo a vida do boneco.
No mais, os outros colecionáveis são partes da história dos personagens Disney, e eles são uma verdadeira viagem no tempo, para quem gosta de observar artes antigas, é um prato cheio.
Há também os colecionáveis mais ocultos, que são símbolos do Mickey espalhados pelo cenário, é preciso se atentar com o sinal acima do personagem para encontrar eles, e então realizar um pequeno registro da aventura.
O que mais chama atenção no jogo, além das animações bem-feitas, são os detalhes caprichados do cenário, nada parece morto, é vasto tanto em elementos que se mechem, como animais e plantas, tanto em suas cores, que são sempre bem vivas.
Tudo remete ao que poderia ser uma animação de primeira dos estúdios Disney, e sem dúvidas vai agradar até mesmo o jogador que não teve muito contato com as obras de empresa.
Mas como nem tudo são flores, o jogo peca no que creio ser um dos únicos defeitos, não há nada que seja em nosso idioma, tudo apenas em inglês, desde o texto nos menus, até legendas e fala.
O que tira um pouco do entendimento, não que a história seja complexa, mas o game tem muitas partes com piadas, muitas delas vindas do Donald e seu mal humor, e sem uma tradução, muitas delas podem se perder.
No mais, o jogo é extremamente divertido e alegre, uma excelente forma de passar horas e horas em uma obra simples e agradável, com muito momentos para testar nossa habilidade nos controles.