Acho que deve existir pouco (ou até mesmo nenhum) fã de RPG que desgoste do excelente Dragon Age Inquisition, isso deve refletir diretamente no mais novo título da saga, Dragon Age The Veilguard.
Pois as comparações são inevitáveis, onde dois jogos seguem um famoso e amado protagonistas de Inquisition, o elfo mal encarado Solas. A nova aventura nos leva para encarar mais uma vez Solas e seus planos com consequências insanas.
Para além de uma simples aventura
Seria injusto não comparar The Veilguard com Inquisition, pois não consigo começar este texto sem dizer que por mais que o novo jogo tenha saído após tanto tempo, ele não soa melhor em nada, e quando digo nada, é nada mesmo.
E isso é perceptível em seu inicio já na criação de personagem, as variedades de classes, raças, estilos de combate e afins é menor e podem não agradar quem quiser jogar de uma maneira mais livre.
Fui convicto que poderia criar um Anão arqueiro, e simplesmente não há (impossível que esteja tão escondido que eu não tenha visto), automaticamente lembrei das classes do jogo anterior, que tornavam a primeira jogada extremamente divertida.
O fato de não existir pelo menos seis classes me deixou desanimado, mas aceitei e comecei o game com meu personagem.
Para compensar (ou não) o jogo disponibiliza uma quantidade boa de maquiagem, estilos de barba, pintura corporal e configurações faciais, todas elas não ficam estranhas durante as cinemáticas, mesmo que o jogador escolha um estilo de barba gigante, por exemplo.
Além disso, as armaduras são fantásticas, o design das roupas enchem os olhos, além de termos aparências especiais para as armaduras, dando um pequeno fanservice aos fãs.
Você terá meu machado…
O game começa de forma frenética, com Solas iniciando um plano que só na cabeça dele vai funcionar, então nosso protagonista, que diferente de outros RPG’s, possui uma voz e bastante presença como personagem.
Ele conhece e se junto rapidamente ao grupo e partimos para impedir o elfo, e após o já famoso tutorial, percebemos que o combate agora é infinitamente mais rápido que seu antecessor.
Porém, isso não significa que não existe a parte estratégica, onde o jogador para tudo e escolhe com calma qual próxima ação irá tomar.
E isso torna tudo mais interessante no que, sem dúvidas, é o melhor ponto deste game, seu combate.
Aqui vamos ter golpes rápidos, magias esmagadoras, especiais supremos e infinitos status extras dados por armas, armaduras, escudos e gemas especiais.
Além disso, a cada vez que avançamos no jogo e conhecemos novos personagens, estes nos dão opção de controlar suas ações, permitindo que diversos combos sejam feitos.
Por exemplo, a magia de um personagem terá certa sinergia com a de outro, o que causará um efeito maior e mais danoso ao adversário.
Isso acaba por ser extremamente divertido, os controles são extremamente responsivos e tudo é bastante intuitivo, os veteranos de Dragon Age irão tirar de letra a nova gameplay.
O game oferece uma vasta árvore de habilidades, onde o jogador pode escolher moldar seu personagem com golpes mistos, podendo ser com um ataque extremo e defesa equilibrada, ou o inverso.
Existem tantas habilidades, que fica difícil escolher qual caminho seguir, e se o jogador quiser retornar, as habilidades podem ser reaprendidas a qualquer momento.
Então uma hora o jogador pode cansar do estilo escolhido para jogar, e ele simplesmente modifica seu gameplay.
Contamos com duas armas principais de inicio, e elas mudam de acordo com as classes, são espadas duplas, espada e escudo, machados grandes ou cetros de magia.
Conforme a árvore de habilidade se expande, as possibilidades de combos aumentam e muito, dando oportunidade para estender os golpes, realizar contra-ataques poderosos e mais.
Inimigos por toda parte, mas nem tanto…
Uma das coisas decepcionantes em Dragon Age: The Veilguard são os tipos de inimigos, que claramente não foram feitos com certo afinco, pelo menos é o que deixa a entender.
Pois não existem muitas criaturas, e mesmo as que existem apresentam um design pouco chamativo, o que não deveria acontecer, já que a franquia sempre nos apresentou inimigos formidáveis.
Longe de mim querer falar algo sobre os desenvolvedores, mas alguns inimigos parecem terem sido feito com base nos mais genéricos inimigos de RPG, por sorte, isso para nos chefes que possuem um bom design.
A narrativa do jogo não quis se arriscar, foi pelo caminho mais seguro possível; tenha um mal oprimindo o planeta, escolha seu time, enfrente o mal, pronto. Assim o game é uma aventura leve e descontraída, que conta com bons diálogos e missões frenéticas.
Além disso, durante nossa jornada encontramos muitos enigmas, estes que nos dão equipamentos melhores, além de muitas e muitas missões secundárias, que podem ir de enfrentar um pequeno grupo de bandidos, até derrotar dragões poderosos.
Dragon Age: The Veilguard certamente vai agradar muitos jogadores, mas saí com a sensação de que o jogo poderia ter sido muito, mas muito mais.
Com uma história simplista e uma gameplay competente, a obra nos deixa com esse gosto de quero, queria e poderia ter mais, mas que sacia, apesar de por pouco tempo, nossa vontade de um RPG bom.
Se existir uma expansão no futuro, espero que eles entreguem novas opções de combate, monstros memoráveis e missões mais rebuscadas.
No mais, o jogo será uma companhia agradável e duradoura para este restinho de ano no mundo dos jogos.