Dynasty Warriors é uma das séries mais icônicas quando se trata de jogos hack and slash. Dynasty Warriors: Origins é o primeiro jogo da franquia que eu experimento. Com isso, me vi diante de uma série que, mesmo sem ter histórico com seus lançamentos anteriores, me provocou a pergunta: será que Origins traz algo novo e refrescante ou segue uma fórmula já consolidada?
Uma nova perspectiva na narrativa
O maior apelo de Dynasty Warriors: Origins é sua narrativa, baseada no Romance dos Três Reinos, uma das obras mais importantes da literatura chinesa. No entanto, o jogo toma um caminho diferente, colocando o jogador no controle de um protagonista sem memórias, denominado “O Errante”. A jornada dele é marcada pela busca por suas origens e a descoberta de seu papel nos grandes eventos históricos que acontecem durante o período de guerra.
O que se destaca aqui, além da narrativa bem estruturada, é o fato de o jogo focar em um único personagem. Isso me proporcionou uma conexão mais profunda com a história, algo que talvez fosse mais diluído em títulos anteriores da franquia, onde o foco estava em vários generais e eventos épicos simultâneos. Ao invés de um enredo sobre o campo de batalha em si, Origins coloca a história de vida do protagonista como um ponto central, o que dá mais peso às suas escolhas, que influenciam o desenrolar do enredo. Esse tipo de estrutura narrativa foi uma boa surpresa e me manteve envolvido, mesmo sem ter familiaridade com a série.
Jogabilidade
A jogabilidade de Dynasty Warriors sempre foi sua principal marca registrada, e em Origins ela se mostra refinada e mais estratégica. As batalhas continuam a ser massivas, com hordas de inimigos à vista, mas agora com uma dinâmica mais interessante. O jogo oferece nove tipos de armas, cada uma com habilidades exclusivas chamadas Battle Arts. Isso me deu uma sensação de liberdade ao experimentar diferentes estilos de combate, permitindo que eu moldasse o estilo de luta do protagonista conforme minhas preferências.
Uma das novidades que mais me chamou atenção foi a mecânica Large Force. Ao invés de inimigos que agem de maneira totalmente aleatória ou sem tática, agora as tropas inimigas formam unidades coesas, com estratégias próprias, recuando quando necessário ou avançando em grupos. Isso de certa forma me incomodou um pouco, senti que a IA que não fosse algum general, não funcionasse bem, mas também exigiu mais atenção da minha parte, evitando a sensação de que tudo era uma sequência repetitiva de ataques. O aspecto estratégico tornou-se mais presente, com a necessidade de me posicionar adequadamente, realizar ataques coordenados e até tomar decisões rápidas para evitar ser cercado.
Além disso, as habilidades Musou, que são uma das marcas registradas da série, estão de volta, mas com uma nova camada de personalização. Agora, é possível evoluir o personagem e suas habilidades conforme avança na campanha, o que garante que cada batalha tenha uma sensação única. Esses detalhes me fizeram querer continuar jogando e experimentando novas abordagens para cada missão.
Exploração e um mundo mais aberto
Se tem uma coisa que me surpreendeu em Dynasty Warriors: Origins foi a exploração. A franquia sempre teve mapas relativamente simples, com áreas fechadas e fases mais lineares, mas Origins traz uma proposta de mundo aberto muito mais expansivo. Agora, a liberdade para explorar é muito maior. Ao invés de seguir um caminho estreito, posso explorar vastas regiões, cada uma cheia de segredos, missões secundárias e desafios a serem enfrentados.
Um dos elementos mais interessantes que encontrei foi o Eyes of the Sacred Bird. Essa mecânica me permite visualizar o campo de batalha de uma perspectiva aérea, o que facilita a criação de estratégias e a escolha de caminhos alternativos. Além disso, o ciclo de dia e noite influencia diretamente na jogabilidade. Durante a noite, as tropas inimigas se tornam mais vulneráveis, e é possível realizar ataques furtivos, o que acrescenta uma camada extra de estratégia.
Gráficos e desempenho
Quando se trata de gráficos, Dynasty Warriors: Origins não decepciona. O jogo é visualmente bonito, com cenários não muito detalhados, personagens bem modelados e efeitos de iluminação que ajudam a criar uma atmosfera imersiva. Mesmo sem ser um experiente em jogos da franquia, percebi que o design de personagens e as armaduras são mais detalhados e fiéis à cultura chinesa, um aspecto que me agradou bastante.
A trilha sonora de Dynasty Warriors: Origins é competente, mas não necessariamente marcante. Embora as faixas se encaixem bem nos momentos de ação e exploração, senti falta de músicas que realmente ficassem na memória.
Com o meu setup (RTX 4060, Ryzen 5 3600 e 16 GB de RAM), o jogo manteve uma média estável de 120 FPS, com DLAA e Frame Generation da NVIDIA ativados. Isso garantiu uma experiência extremamente fluída e sem engasgos, o que é essencial em jogos de combate tão intensos. A ausência de bugs também é algo a se destacar, um aspecto que faz a diferença em jogos recém-lançados.
Um renascimento triunfante?
Em minha primeira experiência com Dynasty Warriors, Origins me conquistou. Embora não tenha comparado diretamente com outros jogos da série, é claro que o título faz um bom trabalho ao modernizar a fórmula, trazendo elementos novos que revigoram a franquia. A jogabilidade estratégica, o mundo aberto e a profundidade narrativa foram pontos altos, tornando a experiência muito mais satisfatória do que eu imaginava.
Se você nunca jogou Dynasty Warriors antes, Origins é uma excelente porta de entrada. Ele oferece uma história sólida, combates intensos e liberdade para explorar o vasto mundo do Romance dos Três Reinos. Para quem já é fã da franquia, o jogo traz inovações que mantêm o espírito clássico, ao mesmo tempo em que oferece algo novo e empolgante. Com isso, Origins consegue renovar a franquia, tornando-a acessível tanto para novos jogadores quanto para veteranos, e, talvez, seja o início de uma nova era para Dynasty Warriors.