Como tem sido em todos os anos, os meses de setembro/outubro trazem consigo novas edições das já consolidadas franquias de esporte, como FIFA, PES, NBA 2K, etc. E nesse atípico ano de 2020, não foi diferente. FIFA 21, PES 21, NBA 2K21… todos já estão disponíveis nas lojas para quem quiser comprá-los. E nesta análise, vamos falar especificamente sobre o novo game da franquia da EA Sports.
FIFA 21 chegou às lojas no dia 6 de outubro, sobre a premissa de trazer novidades para deixarem os players empolgados. Será que o game cumpriu a promessa? A experiência vale mesmo a pena? O FIFA 21 é realmente diferenciado ou é apenas uma cópia de seus antecessores? A resposta pra essas e outras perguntas, você encontra agora, na nossa análise sobre o game FIFA 21.
Gráficos e Jogabilidade
Os gráficos do FIFA 21 não tiveram uma melhoria absurda. Alguns elementos parecem ter sido aprimorados, mas nada muito diferente dos últimos jogos da franquia. Mas também é compreensível que poucas mudanças sejam feitas, afinal, estamos na porta da nova geração de consoles, que é onde as desenvolvedoras realmente devem focar daqui para frente.
A jogabilidade é uma incógnita. Muitas vezes se mostra próxima de um simulador, mas em outros se comporta como um game árcade. E aqui está um ponto crucial: a franquia FIFA tem que decidir em que “lado do campo” quer estar.
Não se pode fazer de forma exemplar duas coisas ao mesmo tempo, e o FIFA terá que decidir em que time quer estar: no dos simuladores ou no dos árcades. Pois essa mescla atual pode trazer problemas.
A ideia era de que a franquia FIFA seria um simulador de futebol, mas esse cenário mudou bastante nos últimos anos. E talvez a EA Sports tenha se perdido a partir do momento em que engavetou a franquia FIFA Street, e quis trazer elementos deste para a franquia principal. Mas isso é papo para outro post ou análise.
Mas enfim, voltemos o foco para o FIFA 21. A jogabilidade não é péssima, mas não é substancialmente diferente. É a mesma jogabilidade de antes, com alguns novos detalhes.
O principal deles é o Modo Competitivo, que traz o estilo de jogo dos principais Pro Players de FIFA do mundo para dentro do seu FIFA 21. O modo deixa as coisas mais desafiadoras… e mais irreais. Se você quiser uma “overdose de dribles” (muitos sem nenhuma necessidade, como uma ágil pedalada no lateral do campo defensivo adversário), vá em frente, isso é para você.
Entendem agora o que eu disse mais cedo sobre a fusão árcade/simulador? A ideia é boa, e a execução também. Mas será que as pessoas querem realmente jogar um FIFA Street (ou Volta Football, como é chamado agora) nas dimensões de um campo profissional? Será que isso faz bem para o jogo? Deixo a pergunta no ar para vocês.
Modos de jogo
Já que citamos o Volta Football, começaremos o tópico modos de jogo com ele. E serei breve. Pois é exatamente isso que o Volta Football é… MUITO breve! Uma história rasa, nenhuma diferença de jogabilidade além das óbvias necessárias.
As quadras são o ápice aqui. A ambientação é ótima e os lugares são muito bonitos. Mas isso é tudo. É bom a EA repensar bem seus próprios passos para o modo, que está MUITO longe de sequer poder ser comparado ao saudoso FIFA Street e até mesmo ao The Journey, que ele acabou substituindo, por mais que tenham premissas diferentes.
O Pro Clubs segue na mesma situação. Um modo extremamente promissor, inclusive para cada vez maior mercado de jogadores profissionais e cenário de competições profissionais, mas que é mal aproveitado pela EA Sports
O Ultimate Team traz menus mais enxutos, e adiciona algumas novas opções de jogo, como os amistosos e os FUT Events. Fora das quatro linhas, é possível personalizar o seu estádio da forma que mais lhe agrade. O nível de personalização é tanto, que até as linhas do campo (!!!) podem ser personalizadas com outras cores além do tradicional branco.
E no Modo Carreira estão as mais agradáveis mudanças, que trazem não uma imersão total, mas pelo menos o básico de uma gestão de equipe. Seus jogadores são treinados durante a semana, e não mais apenas uma vez a cada 7 dias, como era antes. É possível interferir no desenvolvimento dos seus jogadores de base, e também muda-los para a posição que seja mais útil para você, assim como nos jogadores profissionais.
Agora, os times adversários lhe propõem negociações de troca de jogadores, e também é possível fazer propostas de empréstimos com opção de compra (o que não é uma novidade, pois isso já existia na franquia há alguns anos atrás, foi retirado e agora colocado de volta).
E também há o “novo” (que na verdade não é novo, pois também já existiu num passado mais antigo) modo de simular partidas, no qual você pode adentrar a partida há qualquer momento, enquanto ela rola solta. Essas sim são adições extremamente válidas, e para um modo que tem um enorme potencial que pode e deve ser explorado!
Licenças
Bom, aqui está um carro-chefe da franquia da EA Sports. Conhecido por sua vasta lista de ligas e times licenciados, o FIFA tem nas mãos duas grandes cartas: UEFA Champions League e Copa Libertadores, assim como UEFA Europa League e Copa Sudamericana. Dois golpes duros contra a franquia rival, Pro Evolution Soccer, que tirou das mãos da EA Sports a parceria com a AS Roma, da Itália. Em compensação, o FIFA tem como novos parceiros os dois maiores rivais de Milão: Milan e Internazionale.
Além dessa pontual dança das cadeiras, a EA perdeu a 2ª divisão do Campeonato italiano e as ligas Colombiana e Chilena. Fora isso, nada novo. Os times brasileiros seguem na mesma situação.
Narração
Outra grande adição foi a chegada de Gustavo Villani para substituir Tiago Leifert na narração do game. Villani é um verdadeiro narrador, e é nítida a diferença do seu modo de interagir com o “jogo jogado”, o ambiente de jogo e com o comentarista Caio Ribeiro se comparado com Leifert.
A narração ainda parece um pouco travada em alguns momentos, mas é o primeiro jogo de vídeo-game que Villani narra, então vamos com calma. Mas essa parceria Gustavo Villani-Caio Ribeiro tem tudo para dar certo, e ficar longos anos à frente da franquia.
Trilha Sonora
Gosto é gosto, e cada um tem o seu. Eu particularmente gostei das músicas do game, apesar da Playlist não ser nada espetacular, e não contar com tantos nomes de peso. Nomes como a brasileira Anitta, Dua Lipa, Tame Impala e DJ Diplo são alguns dos nomes mais conhecidos que a lista traz.
Considerações Finais
FIFA 21 não é um jogo espetacular, mas também não é o pior da franquia. Acertou em algumas coisas e errou em outras, como qualquer outro game.
Para quem gosta de jogos de esporte e principalmente da franquia, assim como eu, é uma boa experiência. Para quem não curte esse tipo de jogo, é mais do mesmo. Simples assim.
Vale o preço cheio? Considerando a atual situação do mundo e do Brasil, assim como o que o jogo apresenta, pagar 250 reais já seria difícil, mas ainda poderia ser considerado “aceitável”. Mas pagar no mínimo R$399 numa edição digital ou no mínimo R$330 em uma mídia física, no PS4, é o cúmulo do absurdo. Chega a parecer piada!
A franquia FIFA ainda tem muito o que melhorar para voltar aos tempos áureos, mas FIFA 21 é um bom começo para isso!
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