Uma versão para o Playstation 5 de Final Fantasy VII Remake era certa. Isso põe no console uma melhoria do melhor RPG de 2020.

Temos nesta versão, mais nitidez, ao deixar o game em 4k nativo, ou mais fluidez, ao deixar o jogo trancado em 60 frames por segundo. As texturas no geral também estão melhores, o carregamento de algumas delas foi reparado (como a famosa porta da pousadinha no Setor 7 ou a vista panorâmica da favela que antes era um jpg mais safado que político em bordel).

Tive a impressão de que o conteúdo INTERmission pode ainda ir para o PS4, pois as famosas passagens que disfarçam loadings ainda estão na DLC, e tudo bem se fosse somente no jogo base, mas tudo parece estar ali para conseguir fazer rodar na versão de PlayStation 4 realmente.

Rostos dos personagens também têm mais profundidade, detalhe e efeitos de luz em geral,  batendo nos modelos. Por fim, temos efeitos de  névoa, tão importantes para as noites misteriosas de Midgar.

Yuffie Kisaragi é a personagem feliz e mais confiante do que todos no recinto. Dessas que esconde pequenas perdas para baixo do tapete e aumenta em cinco vezes os seus feitos. Por ser assim, o jogo leva a personagem do céu ao inferno em poucas horas.

Yuffie Kisaragi

Num tom adicional e mais temperado, se encontra o humor, traduzido em costumes locais da ninja em investidas divertidas que se espalham até para o modo de direção das cutscenes.

A cidade de Wutai não tinha um papel tão extenso no Final Fantasy VII original. Isso foi mudando em obras como Crisis Core. Yuffie é enviada pelo governo de Wutai para roubar da Shinra, a “Ultimate Matéria”, e isso pode ser alcançado invadindo seus laboratórios.

Para isso, a ninja espoleta conta com a ajuda da Avalanche. Mas para isso ela não vai estar assistida pelo famigerado grupo liderado por Barret, não.  Yuffie conta com outro núcleo da Avalanche. Um núcleo com métodos menos… Radicais.

Wutai? Matéria? Avalanche? Bem, se isso não soa bem em sua mente e não tem idéia do que sejam esses termos, sua desconfiança pode ser revelada: Sim, esta DLC é para aqueles que já jogaram o jogo base, e, embora a personagem solte carisma a cada suspiro, isso não é suficiente para que aproveite o jogo da forma que deveria, sem antes ter construído laços significativos com o coração do jogador.

Dentro das 5 horas (quase cirurgicamente extraídas do jogador) que INTERmission oferece, você está sempre no controle da Yuffie, mas pode dar comandos ao seu parceiro Sonon, na hora dos comandos de batalha.

Fora dela, a ninja de Wutai pode jogar sua estrela gigante afim de atingir as quase sempre presentes caixas destrutíveis do cenário, afim de coletar possíveis itens. As armas da menina sempre servem como boomerangs, que vão, atingem seu alvo (que pode ser um interruptor) e logo volta, pronto para outro arremesso. Contudo, a jornada durante o jogo ainda é bem similar ao jogo base.

cenário

Sim, INTERmission ainda é uma experiência bastante guiada, sem muitas chances para fazer o que o jogo não quer. Então, de novo, estamos intercalando entre narrativa com toques visuais de alto padrão e batalhas contra algumas poucas variedades de inimigos, dentro de cenários que quase sempre se resumem a cenários de fábrica, ou corredores de laboratórios.

Muito dos inimigos mais ameaçadores, a partir do segundo capítulo (num total de dois), são máquinas, então a matéria elemental a ser usada é basicamente a de choques, deixando pouco espaço para estrategizar com  a chuva de outras matérias que o jogo descarrega desta vez.

Só nos resta participar de testes de arena valendo prêmios, ou simulações meta virtuais a fim de derrotar e pegar para si o summon exclusivo desta DLC, que é um rosto bastante conhecido.

O final, porém, é obrigatório pra quem preza pela série, sendo um deleite de vários minutos de quem menos esperamos que apareça.  Uma pena que a história como um todo, nesta DLC não sirva para absolutamente nada. Se algo além for desenvolvido na segunda parte do jogo ou em outra DLC, mesmo assim não deixa de ser um conteúdo que pouco faz, ainda para para uma história recontada cujo a proposta é exatamente reescrever tantas páginas.

Nero Final fantasy

Para obter a nova DLC, se faz necessária a compra do jogo versão PS5 em preço cheio, mas embora seja um upgrade gratuito para quem tinha a versão PS4 (sem a DLC inclusa e para pessoas que de fato compraram o título – não as que resgataram a versão da PS Plus), esse investimento faz mais sentido para quem não havia comprado e jogado o jogo original.