Goat Simulator foi um dos meus primeiros jogos no PC e, de certa forma, marcou o início da minha jornada por experiências de pura zoeira e diversão desenfreada. Quem poderia imaginar que um jogo onde você controla uma cabra, causando destruição e loucura por onde passa, se tornaria uma experiência tão memorável e amada?
Com uma proposta de sátira total ao mundo dos games, suas diversas DLCs parodiando franquias famosas e mecânicas bizarras se tornaram uma receita de sucesso. Agora, com a chegada de Goat Simulator: Remastered, a expectativa de reviver todo esse caos em uma versão atualizada me trouxe um misto de nostalgia e curiosidade. Será que a nova versão consegue fazer jus ao charme destrutivo do original?
Todo o Caos em um Só Lugar – E Algo Mais
O grande destaque do Goat Simulator: Remastered é que ele reúne praticamente todas as DLCs e mundos já lançados, criando um pacote massivo de conteúdo para os jogadores. Revisitar os mapas clássicos foi uma experiência deliciosa, mas o melhor de tudo foi ver que o mapa Buck To School, antes exclusivo para dispositivos móveis, agora estava presente. As horas que passei explorando, reencontrando os easter eggs mais hilários e me perdendo em missões absurdas reacenderam o amor que eu tinha pela franquia.
Além disso, a possibilidade de alternar rapidamente entre mapas e mundos sem voltar ao menu principal trouxe uma sensação mais gostosa, mantendo o ritmo do caos sempre em alta, porém caso você tenha algum “buff” você o perde ao mudar de mapa, sendo exclusivos de cada mapa.
Visual Polido
Quanto ao visual, o remaster realmente é bastante bonito comparado ao original. O jogo se baseia no estilo de Goat Simulator 3, trazendo cenários mais detalhados, cores vibrantes e modelos de personagem que receberam um polimento merecido. Tudo parece mais claro, mais caótico, mais… bonito, se é que posso dizer isso de um jogo cujo objetivo é causar o máximo de destruição possível. É como ver um filme antigo remasterizado em 4K, mas com cabras que derrubam prédios com cabeçadas. Apesar de todo esse aprimoramento gráfico, a essência da simplicidade proposital e da zoeira exagerada permanece intacta. Afinal, o Goat Simulator nunca teve pretensão de ser realista – seu charme está no caos mais surreal possível.
O Que Fica de Fora
Nem tudo, porém, é perfeito. Notei a ausência de alguns conteúdos sazonais que marcaram épocas específicas, como Trick or Bleat, Winter or Whatever e Mass Affection. Esses mapas, embora pequenos, tinham seu charme próprio e trouxeram momentos especiais no passado. Ver que não foram incluídos no remaster foi um pouco decepcionante, mas não o suficiente para estragar a experiência geral.
Outro ponto a ser mencionado é a ausência de suporte à oficina de mods do Steam. No Goat Simulator original, os mods eram um dos grandes diferenciais, trazendo uma comunidade ativa e criativa que expandia ainda mais o potencial de caos. Sem essa possibilidade, sinto que o jogo perdeu um pouco de sua liberdade característica, mas, mesmo assim, há muito o que explorar com o conteúdo oficial.
O sistema de conquistas também foi simplificado, passando de 127 para 42 conquistas na nova versão. Enquanto alguns jogadores podem ver isso como uma perda, para mim foi um alívio não precisar lidar novamente com desafios absurdos, como a maldita Flappy Goat. Para os caçadores de troféus mais dedicados, pode ser decepcionante, mas, para mim, é o caos puro e as missões malucas que mais importam.
Outro ponto que importa é que todo o coração de Goat Simulator ainda está lá. As missões, os troféus, os mutantes de cabra com habilidades absurdas e a trilha sonora pateta continuam proporcionando horas de diversão. A experiência é a mesma: rir de cada bug, aproveitar cada situação bizarra e explorar cada canto em busca do inesperado.
Uma adição que fez diferença para mim foi a possibilidade de alternar rapidamente entre os mutadores, permitindo uma mudança dinâmica nas habilidades da cabra e aumentando as possibilidades de interação com o mundo.
Performance Suave, Bugs são bem-vindos
Joguei Goat Simulator: Remastered em um setup com Ryzen 5 3600, RTX 4060 e 16 GB de RAM, e a experiência foi extremamente fluida, rodando em uma média de 121 FPS. O jogo respondeu muito bem, sem engasgos ou quedas notáveis de desempenho, o que foi uma grata surpresa considerando o caos que se desenrola na tela. Os bugs, é claro, estavam presentes – mas aqui, eles são parte do charme e da diversão. Em vez de serem um problema, os glitches do jogo reforçam a natureza cômica e despretensiosa da experiência. Afinal, quando tudo é permitido e nada faz sentido, quem não gostaria de ver uma cabra voando ou atravessando paredes sem aviso prévio?
Zoeira que Nunca Acaba
Goat Simulator: Remastered é um tributo ao caos e à liberdade descompromissada que poucos jogos conseguem capturar com tanto estilo. Se você é fã de jogos que não se levam a sério e proporcionam experiências inusitadas, esse remaster é um prato cheio. Mesmo com algumas ausências notáveis e ajustes questionáveis, o jogo preserva seu espírito de caos e humor de maneira impecável. Mais do que uma atualização gráfica, é um convite para mergulhar na insanidade mais pura e cômica possível. Porque, no fim das contas, quando o mundo real está sério demais, sempre há espaço para se perder em um mundo onde cabras podem explodir tudo ao seu redor – e você é o mestre do caos.