Hitman é uma série tão antiga quanto o PlayStation 2 e na geração que agora é a passada, recebeu um reboot. Enquanto ainda estava sob domínio da Square Enix, a IO Interactive lançou o “novo-primeiro” jogo em capítulos, ou fases, já que a série é plenamente sobre mecânicas.
Ou seja, não era comum ver um jogo episódico que não fosse puramente narrativo, mas esta franquia estava fazendo isto. Pulamos para 2021 e começamos uma geração recebendo um jogo crossgen com features esperadas.
Agente 47
Hitman desde então faz parte de um desses jogos que estão sujeitos a análises gráficas de canais especializados e não diferiu desta vez. A versão de PlayStation 5, em relação aos loadings, como poderíamos esperar, estão bem ligeiros, só demorando mais quando falhamos algo na nossa trajetória e tendo que recarregar um save anterior.
Mesmo assim, ainda não se compara ao tempo de loading das plataformas mais antigas. Porém, o que irrita mesmo em termos de carregamento, é o tempo que o jogo demora para tentar se conectar com os servidores do game, gerando uma espera bem maior do que propriamente a espera do loading.
Vamos considerar desta forma, que os servidores estão cheios e cansados, já que a crítica em geral está aclamando Hitman 3 e o game foi um sucesso estrondoso na Europa.
Voltando aos gráficos, se os personagens parecem por muitas vezes ‘plásticos’, os cenários são cinematográficos. Eu sei que isso hoje em dia soa aguado e velho, mas há um esforço notável em deixar até os horizontes como lugares para se olhar e ficar por uns momentos perdido em pensamentos – como podemos ver na segunda missão.
Existe um prazer em fazer coisas que você não deveria em lugares tumultuados, ao contrário de outros jogos em stealth que geralmente se resumem a uma experiência mais solitária, falando em número de personagens não jogáveis na tela.
O tom cômico das mecânicas que se mistura com a seriedade que o roteiro joga faz do jogo algo difícil de se julgar, porém, na dúvida é mais fácil não levar o jogo tão a série. Afinal não é todo dia que você fica sabendo de alguém que ficou alguns segundos inconsciente após receber uma banana na cabeça.
O que importa é pegar o fio da meada, a oportunidade e ir no fluxo, confiando em todo aparato que a programação do jogo (excelente, por sinal) lhe oferece. É necessário, porém, um nível de imaginação considerável.
Eu diria até que, um nível de malícia, para arquitetar suas vontades. Mas isso não é novidade na série, porém, fique ligado com coisas que em outro jogo você diria “nah, isso aqui eu nem vou tentar, pois o jogo não seria tão detalhista e bem feito neste ponto”. Mas não, não subestime Hitman 3 neste quesito.
Modo stealth
O stealth do game age como um puzzle em cascas dentro de outras. Para resolver uma área (por exemplo, passar por um nível de segurança para conseguir circular numa área mais próxima de seu alvo), você precisa ser mirabolante.
Porém, as vezes é preciso entrar em outro arco secundário para que o primeiro dê certo. E as vezes isso acontece em mais e mais níveis. O prazer vem quando você chega do outro lado, puxa o fio da meada de lá do início e todo o plano arquitetado começa a dar certo e o castelo dos inimigos vai desmoronando.
Sensação melhor que essa, é a de fazer tudo e ir embora como se nada tivesse acontecido, acima de qualquer suspeita. O jogo pede isso. O jogo pede menos massacres potenciais que outros jogos sugerem. Você não quer deixar rastros. Seu próprio andar revela o tipo de persona que é: a discreta, determinada e segura. Não é um jogo onde você irá determinar quem é o seu personagem.
Isso pode parecer desinteressante, sugerindo que o jogo seja linear, embora tenha um mapa grande e aberto para cada fase. O que é na verdade o oposto: Hitman 3 irá lhe apresentar um mosaico de formas das quais você poderia ter matado seus alvos e usa isso como uma competição online. É aí que a conexão com os servidores fazem mais sentido.
Cenários
As locações exuberantes de Hitman por mais que assim seja, podem variar de qualidade e diversão na gameplay, como, por exemplo na segunda fase, apresentada em vastos campos ingleses. Esta missão apresenta um nível interessante de criatividade que até namora com um design de game mais afastado do arroz com feijão que a franquia é quando estamos falando de ideias diferenciais dentro de si.
É importante dizer que, o jogador não tem direito aos mapas dos jogos anteriores, embora o jogo sugira que você possa fazer isso. Quero dizer, você pode sim, mas não sem antes pagar por Hitman GOTY Edition ou Hitman 2 Season Pass. Se você já possui estas versões, aí sim, os mapas serão exportados para Hitman 3, fazendo com que o hub agregue a trilogia nova toda sem precisar sair do mesmo game.
A franquia Hitman conseguiu envelhecer bem
Hitman é uma série que pouco mudou (exceto com Absolution), apenas refinou. E o fato de nem todos estarem jogando todos os títulos que saem, impede que isso tudo seja uma crítica, como Call of Duty seria (um jogo que já está ultra refinado dentro de si e não consegu e ir para lugar substancial algum, mas tem um alcance enorme para o público).
Hitman 3 consegue chegar num período pouco turbulento em relação a quantidade de títulos, ao mesmo tempo que se destaca por estar na seara de jogos estreando numa geração.
Hitman 3 está disponível na plataforma PlayStation 4 com upgrade gratuito para a versão PlayStation 5. O modo em realidade virtual está disponível apenas para a versão PlayStation 4. Para jogar a versão VR no PlayStation 5 é necessário instalar a versão PS4, ter o adaptador de câmera PS4, além de todos os acessórios costumeiros para se jogar com os óculos de realidade virtual da Sony.