Não é de hoje que certas sequências superam seus antecessores, claro que isso é raro, muito difícil não só ter que repetir a qualidade de uma ideia original, mas dar a ela algo a mais para que seja ainda mais interessante.

Por sorte Marvel’s Spider-Man 2 faz isso muito bem, tendo como foco um jogo lançado em 2018, e que agradou boa parte dos gamers (principalmente aqueles que eram fãs do Homem-Aranha), o segundo jogo chega ainda mais espetacular, uma evolução perceptível em todos os níveis.

Se no primeiro jogo tivemos narrativas bem-feitas e lutas épicas, aqui temos o total aprimoramento desses pontos, provando que a Insomniac é um estúdio extremamente talentoso, deixando seguro todo jogador que queira se aventurar em suas obras.

O espetacular Homem-Aranha

Uma de minhas principais dúvidas, seria em como dividiriam o espaço de um púnico jogo para dois aranhas, Miles e Peter possuem arcos diferentes em seus devidos jogos, e a divergência dos dois não se limita somente em suas histórias.

Por exemplo, as habilidades de cada um são distintas, cheguei a pensar que um poderia ter maior participação que o outro, mas para nossa alegria isso não ocorre aqui, ambos possuem papéis importantes e exercem missões únicas dentro do jogo.

Peter Parker segue com suas dificuldades em conciliar a vida de vigilante mascarado, com seu trabalho, vida amorosa e claro, superar suas recentes dores.

Miles por sua vez, tenta melhorar como filho, herói e amigo, descobrindo mais de seus poderes, seu arco é focado em aprendizado e superação de sua raiva interior, um caminho que aparentemente é bem comum para os aranhas.

O início do jogo é deslumbrante, não é só espetacular em formas de gameplay, que encantam e empolgam até mesmo o jogador mais casual, é absurdamente bem-feito, com um visual de encher os olhos, são tantos detalhes, tanta coisa ocorrendo ao mesmo tempo, que vale uma repetição do capítulo, facilmente uma das melhores aberturas de um título da Sony. 

E é bom ver que este tipo de jogo começou a surgir, é algo que eu queria ver nos jogos de nova geração, algo de encher os olhos não só visualmente, mas que nos fizesse usar bastante o joystick.

Na colossal batalha inicial, temos apresentações dos poderes novos dos heróis, na verdade, alguns deles apenas, como os braços mecânicos do Peter Parker, que possuem um nível de animação extremamente bem polida.

Todos os movimentos são realizados de forma fluida, dificilmente não iremos entender o que acontece em tela, mesmo durante as batalhas mais frenéticas, a sensação de que os personagens evoluíram está lá desde o começo.

O que nos leva a ter uma sensação ainda melhor, quando as demais habilidades surgem, essas que são ainda mais poderosas.

Com grandes poderes…

Tirando a narrativa de Marvel’s Spider-Man 2, o segundo ponto mais forte da obra é seu combate, na sequência, teremos muito mais habilidades para ajudar o combate ao crime, o principal motivo é que agora temos uma interface melhorada para as habilidades extras, que seriam como os especiais de cada heróis.

Temos também novas abas para utilização de gadgets, dispositivos extremamente úteis para trucidar os vilões, isso possibilita não só uma forma mais agressiva de combate, como dá ao jogador diversas formas para estender os combos.

Peter Parker tem seus braços mecânicos, com golpes rápidos, capazes de acertar alvos a pequenas e grandes distancias, Miles possui seus golpes com eletricidade, que são rápidos e capazes acertar muitos alvos, quase todos darão dano em três, quatro ou mais oponentes.

Antes, a evolução de cada personagem vinha principalmente por conta dos leveis upados, que aumentavam o dano causado nos vilões, elevavam a quantidade de vida dos heróis etc. Aqui, tivemos uma mudança significativa na progressão de personagem.

Anteriormente, dano e vida aumentavam conforme os níveis eram ganhos, aqui, eles precisam ser upados separadamente, e é essencial que isso seja feito antes de batalhas difíceis do game, ou caso contrário, o jogador terá muita dificuldade, principalmente se estiver jogando em dificuldades elevadas.

Para progredir com o personagem e deixar ele mais resistente, temos que sair em patrulha na cidade, capturando e usando peças de melhoria, é um bom argumento para que o jogador descubra os segredos da cidade.

E vale muito fazer as missões secundárias, elas escondem boas surpresas.

Sem contar as arvores de habilidade, agora temos uma para cada um dos heróis, com golpes únicos para cada um, e uma terceira, com golpes e habilidades compartilhadas entre os protagonistas.

Claro que você pode jogar com a menor dificuldade, e sair derrotando tudo sem dificuldade, mas não recomendo.

Duas vezes mais problemas

Se antes tivemos muitos vilões, aqui podemos ter menos deles, mas são os mais icônicos vilões das histórias do Homem-Aranha, Kraven, Lagarto e Venom.

Por mais que a mídia aqui seja o vídeo game, o game se baseia em algumas grandes histórias do herói, a maior e mais perceptível é o maravilhoso quadrinho intitulado A Última Caçada de Kraven, onde o vilão caçador vem com tudo para cima do herói.

Em Marvel’s Spider-Man 2, uma das cerejas do bolo (que temos muitas) são as batalhas de chefes, em que todas são frenéticas, divertidas e desafiadoras, conforme progredimos, enfrentar os vilões com nossos novos poderes, é prazeroso.

Para um herói veloz, seus vilões precisam ter algo que vá de contraste com as habilidades dele, e a principal característica dos antagonistas aqui, é justamente sua ferocidade, eles atacam com maior frequência.

Algo que faz as batalhas mais poderosas e significativas do que o primeiro jogo, é que aqui mais coisas da história estão ligadas com elas, nada é gratuito ou apenas está lá para ter tempo de gameplay extra.

E isso deixa cada batalha única, e com uma sensação satisfatória quando superamos cada novo capítulo, porém, uma crítica que eu tenho para os vilões, é que os principais têm desfechos corridos, épicos, extremamente bem-feitos, mas são curtos e deixam um gostinho que nos faz pedir por mais.

Nós somos Venom!

A grande ameaça em Marvel’s Spider-Man 2 é o simbionte Venom, ser alienígena que veio do espaço e usa um hospedeiro para que suas habilidades sejam liberadas ao máximo, revelado no fim do primeiro jogo, a expectativa era alta e ela foi atendida.

Venom não é o vilão mais icônico do Aranha, o que não é demérito, já que ele possui muitos vilões lendários, mas Venom marca um dos arcos clássicos essenciais para os fãs do herói, quando o simbionte se liga ao Peter Parker e muda sua personalidade antes boa e amigável, para uma agressiva e egoísta.

Todo o arco que temos com o Peter Parker usando o uniforme simbionte, é o maior de jogo, e trará os principais pontos da narrativa.

Sentimos a diferença quando ele está com o uniforme preto, a forma que a voz muda, um trabalho sensacional dos dubladores, tanto originais, quanto os nacionais.

O design da versão do alienígena para o jogo é perfeito, animalesco e ameaçador na medida, digno da fama do Venom em ser um inimigo mortal do Homem-Aranha, o trabalho de animação, aqui mais uma vez mostra sua importância.

É um esmero e um cuidado para cada golpe, que fica difícil achar que teremos um terceiro jogo ainda melhor.

Destaco a voz original do Venom, que é interpretado pelo ator Tony Todd, cada palavra do vilão parece um trovão, excelente trabalho de dublagem.

Marvel’s Spider-Man 2 traz uma história nova para personagens já conhecidos de muitos, batalhas épicas e uma narrativa emocionante, é agradável, como fã do herói, conhecer novas visões sobre esses personagens tão clássicos.

Esta análise foi feita com base em uma cópia cedida pela Sony PlayStation, agradecemos pela confiança.

Nota
Geral
9.5
marvels-spider-man-2Marvel’s Spider-Man 2 traz uma história nova para personagens já conhecidos de muitos, batalhas épicas e uma narrativa emocionante, é agradável, como fã do herói, conhecer novas visões sobre esses personagens tão clássicos.