Inaugurando sua entrada no mundo dos jogos, a Inflexion Games nos apresenta “Nightingale“, um fascinante e problemático game de sobrevivência e aventura. Este é o primeiro game da desenvolvedora, um título que nos guia por terras desconhecidas por meio de portais intrigantes. Como fã dedicado de jogos de sobrevivência, não hesitei em mergulhar nesta nova proposta.
Um Mundo Tão Belo
Ao iniciar minha jornada em “Nightingale”, deparei-me com a empolgante etapa de criação de personagem. Fiquei surpreso com a variedade de opções oferecidas, permitindo-me ajustar cada detalhe visual de maneira diferente, porém sempre com o padrão vitoriano. A criação foi, sem dúvida, um destaque, que me deixou bastante animado. No entanto, enquanto me divertida e passava horas e horas com a personalização, não pude deixar de notar algumas lacunas notáveis, como a ausência de opções para tatuagens e cicatrizes.
Após dedicar preciosas horas à criação do meu personagem, mergulhei de cabeça nos tutoriais de “Nightingale”. Embora a introdução tenha sido simples, não subestimei sua importância, especialmente no que diz respeito à utilização dos portais. Esses portais, que se revelam como a espinha dorsal do jogo, proporcionam a fascinante capacidade de viajar por diversos mundos, abrangendo desde vastos desertos até densas florestas.
Confesso que, inicialmente, percebi uma certa simplicidade e receptividade na variedade dos biomas apresentados. Entretanto, mantenho uma perspectiva otimista, considerando que o jogo se encontra em acesso antecipado. A promessa da desenvolvedora de introduzir novos e diversificados mundos no futuro despertou minha curiosidade, e aguardo ansiosamente para testemunhar as adições que enriquecerão essa experiência de exploração.
Nada Fora do Normal
Ao adentrar na mecânica de sobrevivência de “Nightingale”, deparei-me com uma experiência que, embora sólida e divertida, não apresentou elementos particularmente distintos em relação a outros jogos do gênero. A coleta de recursos e a construção de estruturas padrão, embora essenciais para a sobrevivência, não trouxeram inovações marcantes.
Nesta etapa, esperava encontrar alguma novidade surpreendente ou uma abordagem única na mecânica de sobrevivência, especialmente considerando a abordagem dos portais no jogo. No entanto, isso não diminui o mérito da experiência em si, que se mantém envolvente e prazerosa.
A decepção ao deparar-me com as limitações de construção em “Nightingale”, especialmente ao tentar realizar um projeto grandioso como a construção de um castelo, foi algo que impactou negativamente a minha experiência no jogo. A vontade de dar asas à criatividade, expressando-me através de construções grandes, foi frustrada pela barreira imposta às possibilidades de construção.
Experimentei uma certa exaustão ao tentar construir em “Nightingale”. A tarefa de encaixar peças, como paredes e tetos, revelou-se não apenas cansativa, mas também repleta de obstáculos. Cada vez que tentava posicionar algo, parecia que as peças simplesmente se recusavam a se encaixar, transformando o processo em algo frustrante.
Depois de dedicar horas na tentativa de concluir a construção de uma simples casa, uma outra questão surgiu para me incomodar: a iluminação. As velas e lâmpadas disponíveis no jogo não eram suficientes para proporcionar a quantidade necessária de luz, resultando na necessidade de colocar uma quantidade excessiva desses objetos para conseguir uma iluminação mínima.
Atacar Inimigos Nunca Foi Tão Fácil
A experiência de combate em “Nightingale” revelou-se, para mim, bastante simplicista. O método padrão de atacar e circundar os inimigos provou ser eficaz, proporcionando uma maneira relativamente simples de derrotá-los. No entanto, essa abordagem direta levou-me a perceber que muitos dos inimigos nos diversos mundos apresentavam uma notável lentidão, quase como se houvesse um atraso perceptível em suas ações.
Em diversos momentos, essa sensação de lentidão nos movimentos dos inimigos gerou um ambiente de combate que, de certa forma, parecia menos desafiador do que o esperado. O método de circundar o inimigo e atacar, embora funcional, deixou-me com a impressão de que a estratégia poderia ser mais refinada para proporcionar uma experiência de combate mais envolvente.
Um Universo Belo e Problemático
A estética de “Nightingale” é simplesmente deslumbrante, um banquete visual que redefine a experiência de imersão. A densidade das florestas é um espetáculo de detalhes, onde cada folha parece ter sua própria história, enquanto a luz do sol se entrelaça nos galhos das árvores, criando uma atmosfera hipnotizante. Os desertos, com sua paleta de cores vibrantes transmitem uma sensação de vastidão e misticismo. A representação minuciosa dos poros da pele nos personagens eleva o realismo a outro patamar, adicionando uma dimensão palpável à narrativa visual.
Cada elemento visual em “Nightingale” parece ser meticulosamente esculpido, dando vida a um mundo que vai além das expectativas. A equipe de desenvolvimento não apenas criou um jogo, mas uma obra de arte visual que captura a imaginação e mergulha os jogadores em um espetáculo de beleza inigualável. É uma experiência em que a estética transcende o simples cenário, tornando-se uma parte bela e encantadora da jornada pelo universo do jogo.
A trilha sonora de “Nightingale” é indiscutivelmente sólida, proporcionando uma atmosfera que se harmoniza até que bem com o jogo. Embora não tenha atingido um patamar que a colocasse diretamente na minha playlist do Spotify, ela desempenha um papel crucial ao criar uma ambientação envolvente durante a experiência de jogo.
Apesar das qualidades visuais e sonoras, “Nightingale” apresentou um desempenho abaixo do esperado em minha experiência. Encontrei uma série de obstáculos que tornaram a jogabilidade um desafio, e a performance do jogo foi uma fonte constante de frustração.
Antes de mergulhar nos problemas, é pertinente destacar as configurações básicas para vocês tem uma ideia do meu sistema:
- CPU – Ryzen 5 3600
- GPU – RX 6600 8Gb
- RAM – 2x8Gb 3200Mhz
Antes de tudo eu tive que observar as recomendações de hardware, que indicam uma RX 580/GTX 1060 no mínimo e uma RTX 2060 SUPER ou RX 5700XT para uma experiência recomendada, antecipei uma jogabilidade mais fluida, mesmo em configurações minimizadas. Contudo, a realidade revelou-se distante dessa expectativa.
Ao adentrar o primeiro mundo de tutorial, deparei-me com uma limitação extrema do FPS, fixando-se em 8, inviabilizando a jogabilidade. Mesmo após reiniciar o jogo, a performance permaneceu decepcionante, mantendo-se em torno de 40 FPS mesmo com todas as configurações no mínimo.
Porém a situação de desempenho em “Nightingale” parece ter atingido um novo patamar de complicação após a conclusão do tutorial. Mesmo ao escolher o mundo para iniciar minha jornada, os problemas se intensificaram consideravelmente. Mesmo ajustando todas as configurações para o mínimo e fazendo modificações na resolução, a experiência de jogo não conseguiu superar os 25 FPS.
O cenário se agravou ainda mais quando o jogo começou a fechar sem qualquer mensagem de erro, ocorrendo repetidamente durante a jogatina. Para minha surpresa, essa instabilidade atingiu um ponto crítico, levando o jogo a fechar no menu principal. Essa situação, por fim, me forçou a reinstalar o jogo, uma ação que se repetiu por três vezes, sem solução aparente.
Essas adversidades de desempenho, especialmente considerando as especificações de hardware recomendadas, destacam a necessidade urgente de otimizações. Tais inconvenientes impactaram negativamente a experiência de jogo, e a esperança reside em futuras atualizações que abordem essas questões, proporcionando uma jogabilidade mais estável e compatível com as exigências do hardware especificado.
Conclusão
“Nightingale”, a primeira incursão da Inflexion Games no cenário dos jogos, é um título que, apesar de fascinante, não consegue escapar de alguns problemas notáveis. Como um entusiasta ávido de jogos de sobrevivência, a proposta de explorar mundos através de portais instigou minha curiosidade desde o início.
E temos a criação de personagens revelou-se um ponto forte, oferecendo uma gama surpreendente de opções visuais. No entanto, a ausência de algumas customizações, como tatuagens e cicatrizes, deixou um vazio notável na experiência. A jornada pelo tutorial e a introdução aos portais foram essenciais, embora eu tenha percebido certa simplicidade nos biomas explorados, mesmo considerando as promessas futuras de diversidade.
A mecânica de sobrevivência, embora sólida e divertida, não trouxe inovações notáveis. A construção, uma parte essencial de qualquer jogo de sobrevivência, foi prejudicada por limitações significativas, e a exaustão durante o processo foi agravada pela questão da iluminação.
O combate, apesar de funcional, carece da profundidade desejada, com inimigos que parecem operar com um certo delay. A estética visual do jogo, no entanto, é verdadeiramente deslumbrante.
Desde as florestas densas aos desertos vibrantes, cada detalhe é meticulosamente trabalhado, proporcionando uma experiência visual cativante. A trilha sonora, embora não tenha conquistado um espaço na minha playlist pessoal, desempenha bem seu papel na ambientação do jogo.
Infelizmente, os problemas de desempenho revelaram-se um ponto crítico. Mesmo com configurações de hardware acima das recomendações mínimas, enfrentei uma série de limitações, desde FPS extremamente baixo até crashes frequentes, exigindo reinstalações repetidas. Em resumo, “Nightingale” é um jogo que tem seus encantos, mas é prejudicado por algumas falhas substanciais, especialmente em relação ao desempenho. Aguardo ansiosamente por atualizações que corrijam esses problemas e permitam que a verdadeira essência do jogo brilhe.