Sou fã, ou diria, fanático por jogos de gerenciar parques ou cidades, especialmente os que permitem criar e administrar parques temáticos. Quando Planet Coaster foi lançado, passei horas jogando e, sinceramente, me apaixonei por sua profundidade e liberdade criativa. Quando soube que Planet Coaster 2 estava prestes a ser lançado, minha empolgação não poderia ser maior. Com uma proposta de refinar e expandir as mecânicas do original, o novo jogo prometia ainda mais recursos, visuais mais detalhados e novos desafios. Após várias horas de jogo, posso afirmar que, apesar de alguns problemas, o título conseguiu me prender, mas também me frustrou em certos aspectos.
Uma Nova Era Visual para os Parques Temáticos
O primeiro aspecto que chama atenção em Planet Coaster 2 é, sem dúvida, a evolução gráfica. Desde o lançamento do primeiro título, a Frontier soube como encantar os jogadores com sua estética vibrante, e em Planet Coaster 2, sem dúvidas, houve uma grande evolução.
Com efeitos de iluminação melhorados, sombras mais realistas e animações mais fluidas, o visual está impressionante. As montanhas-russas parecem mais dinâmicas, com detalhes que tornam cada curva, loop e queda uma verdadeira obra de arte. O nível de personalização dos cenários também foi expandido. Agora, é possível usar diferentes tipos de rochas, vegetação e até mesmo ajustar o clima do ambiente de forma a criar parques mais imersivos e variados.
A física da água foi um dos maiores destaques para mim. Ao criar atrações aquáticas (meu novo vicio), os reflexos na água se comportam de maneira realista, e as ondas geradas pelas embarcações ou até mesmo pelos banhistas em piscinas adicionam uma sensação de realismo, o que eu adorei.
No entanto, o maior charme está na diversidade de temas disponíveis. Desde parques clássicos até aventuras no fundo do mar, cada estilo oferece uma riqueza de detalhes que realmente torna o jogo uma experiência visualmente encantadora. A inclusão de novos ambientes, como o tema aquático, o que eu senti que foi o grande foco do game, me deixou bastante animado, pois eu amo ambientes aquáticos.
Onde o Jogo Perde a Magia
Infelizmente, o que poderia ser uma experiência fluida de gerenciamento acaba se tornando um tanto frustrante devido à ” inteligência artificial” dos funcionários e visitantes. Nos primeiros minutos de jogo, eu já notei algo que me incomodou bastante: os faxineiros, apesar de bem alocados e com número suficiente, passavam diante de lixeiras cheias e, ainda assim, eram descritos como “procurando por trabalho”. Essa falha em sua programação não só quebra a imersão, mas também gera uma necessidade de microgerenciamento excessivo.
O mesmo ocorre com os mecânicos, que frequentemente não conseguem realizar a manutenção de brinquedos a tempo, mesmo quando são contratados em grande número. Isso me levou a constantemente ter que ir até cada brinquedo e redesigná-los manualmente para forçar a manutenção, o que é um processo tedioso, e que sinceramente, muito chato.
Outro ponto problemático são os visitantes. Ao passar por praças de alimentação, muitos continuavam reclamando de fome ou sede, mesmo quando estavam a poucos passos de um restaurante ou quiosque. Esses problemas de inteligência artificial prejudicaram gravemente a minha experiência, como um todo de um jogo de gerenciamento. Quando você precisa intervir constantemente em funções que deveriam ser automáticas, o que deveria ser um prazeroso processo de gestão se torna uma tarefa cansativa e repetitiva.
Muito Potencial, Mas Faltando Detalhes
Outra grande área que precisa de melhorias é o gerenciamento de zonas de trabalho. O jogo permite que você crie zonas para os funcionários, mas o processo de atribuição desses funcionários a essas zonas não é automatizado, como prometido inicialmente. Apesar de ter uma zona designada para os faxineiros, por exemplo, era necessário atribuí-los manualmente, o que se tornava uma tarefa repetitiva e enjoativa. A implementação de um sistema de seleção múltipla, onde você pode atribuir facilmente várias tarefas ou zonas ao mesmo tempo, seria uma melhoria que eu aceitaria muito bem.
Além disso, a interface de gerenciamento de funcionários ainda carece de maior agilidade. Não há uma maneira prática de atualizar as funções de todos os funcionários ao mesmo tempo, o que exige que você faça isso individualmente. Para um jogo que se baseia em administração e otimização, isso se torna um gargalo.
A Fluição no Jogo e a Depêndencia do Frame Generation
No que diz respeito ao desempenho, testei o jogo em uma configuração de Ryzen 5 3600, RTX 4060, com 16 GB de RAM e DLSS 3 com Frame Generation ativado. No 1080p nativo, o jogo rodou com uma média de 78 FPS com todas as configurações no ultra, o que foi uma experiência visualmente sólida e fluida.
Apesar de um desempenho impressionante, é notável como Planet Coaster 2 se apoia fortemente no uso de Frame Generation para manter os quadros estáveis, especialmente em parques maiores e mais complexos. Embora a tecnologia ofereça uma solução eficiente, ela também pode mascarar a falta de otimizações nativas em certas áreas do jogo. Mesmo com a qualidade gráfica elevada, ocasionalmente notei pequenas quedas de desempenho, principalmente ao aumentar a complexidade do parque, mas no geral, o jogo foi estável.
Um Potencial Gigante, Mas Ainda Com Raspas
Em Planet Coaster 2, a Frontier alcançou novos patamares visuais, oferecendo aos jogadores um parque de diversões digital de tirar o fôlego. A liberdade de personalização, a beleza dos cenários e a profundidade da construção são, sem dúvida, os maiores pontos fortes do jogo. No entanto, as falhas de IA, a necessidade de microgerenciamento excessivo e as limitações no sistema de gerenciamento de funcionários acabam prejudicando a experiência geral.
Mesmo assim, Planet Coaster 2 continua sendo uma excelente opção para fãs de simulação e construção. Para aqueles que buscam criar o parque dos seus sonhos, a recompensa é significativa. Mas, se a intenção é apenas administrar sem se perder nos detalhes, pode ser uma experiência mais frustrante. Com algumas correções e ajustes, Planet Coaster 2 tem o potencial de se tornar o título definitivo de gerenciamento de parques temáticos. Até lá, será uma montanha-russa de altos e baixos.