Predator: Hunting Grounds” é a tentativa  IllFonic de trazer novamente a intensa caçada do lendário Predador para o formato multiplayer assimétrico. A premissa é simples: quatro jogadores controlam soldados da força-tarefa que precisam cumprir missões e sobreviver, enquanto um quinto jogador assume o papel do Predator, caçando silenciosamente nas sombras. Com um cenário denso de selva e mecânicas que prometem recriar a tensão dos filmes, a expectativa é alta. Mas será que o jogo entrega a verdadeira experiência de ser caçado – ou ser o caçador?

Humanos: A Sobrevivência Sem Medo

Jogar como humano parece, à primeira vista, uma experiência envolvente. O jogo me colocou em uma equipe com o objetivo de completar missões e escapar do Predator. O problema? A experiência nunca chega a ser tão tensa quanto eu esperava. Personalizar meu soldado foi interessante, com uma boa quantidade de opções, mas a jogabilidade ficou aquém. A sensação de estar sendo caçado por um Predator, que deveria ser aterrorizante, ficou previsível.

Mesmo com o Predator invisível espreitando pela selva, não senti aquela adrenalina que o jogo parecia prometer. Além disso, temos inimigos controlados pela IA que, sinceramente, não trouxeram nenhum desafio real. Eles basicamente se jogam em cima de você sem qualquer estratégia, mais parecendo obstáculos desajeitados do que verdadeiras ameaças. Isso tira um pouco da imersão e da dificuldade que poderia tornar a experiência de jogar como humano mais interessante.

Em termos de combate, o tiroteio é funcional, com armas e habilidades razoáveis, mas nada memorável. E apesar de algumas mortes inesperadas pelas mãos do Predator, achei que faltavam ferramentas práticas para os humanos escaparem ou até mesmo atordoarem o caçador. A única esperança de sobrevivência, na maioria dos casos, era o sistema de “Reforços”, onde meus companheiros podiam me trazer de volta à ação depois que eu fosse eliminado.

Predador: A Experiência Definitiva

Se jogar como humano decepciona, é ao assumir o papel do Predator que o jogo realmente brilha. Aqui, eu me senti no controle absoluto, caçando em silêncio e espreitando meus alvos com uma série de habilidades icônicas. A invisibilidade é, sem dúvida, uma das mecânicas mais divertidas, permitindo que eu me mova sem ser notado enquanto os soldados abaixo tentam completar suas missões. A visão de calor, diretamente tirada dos filmes, é incrível e bem implementada, trazendo uma sensação autêntica ao rastrear presas.

Escalar as árvores é uma das partes mais satisfatórias da jogabilidade, embora um pouco limitada. Você não tem total liberdade de movimento, mas a sensação de predomínio ao se mover acima do terreno é excelente. Os gadgets do Predator, como o canhão de plasma e o disco cortante, são extremamente fiéis aos filmes e adicionam uma camada de estratégia à caça. O combate corpo a corpo também é brutal, e você realmente sente o poder do Predator ao se aproximar de seus inimigos.

Cenários: Selva Imersiva, Mas Limitada

O cenário da selva em Predator: Hunting Grounds está muito bem feito, proporcionando uma sensação de imersão ao explorar as diferentes áreas do mapa. No entanto, essa imersão é mais eficaz à noite, quando o ambiente realmente começa a te engolir e você sente um leve arrepio ao saber que o Predator pode estar observando de qualquer lugar. Já durante o dia, o jogo perde um pouco desse clima, se transformando em uma experiência mais genérica de ação.

Apesar disso, os cenários são bem detalhados e têm uma boa variedade. As áreas abertas oferecem perigos evidentes, enquanto as zonas mais densas de vegetação permitem que o Predator se mova com mais liberdade. A ambientação é um dos pontos altos, mas o jogo não consegue sustentar essa tensão por muito tempo, já que a previsibilidade das mecânicas eventualmente te tira do momento.

Desempenho: Alta Performance com Quedas Frustrantes

Rodando no meu setup com uma RTX 4060, Ryzen 5 3600 e 16 GB de RAM, jogando em 1080p, Predator: Hunting Grounds manteve um desempenho sólido em configurações altas, com a taxa de quadros girando em torno de 87 FPS. No entanto, quando elevei as configurações ao máximo, o jogo apresentou quedas significativas de FPS, chegando a cair para 10 em alguns momentos, o que comprometeu a fluidez da experiência. Mesmo em gráficos altos, essas quedas ocorreram esporadicamente, o que me fez questionar a otimização do título.

O jogo também oferece suporte a Ray Tracing, mas, honestamente, não fez tanta diferença no contexto de um multiplayer competitivo, onde o foco é maximizar a taxa de quadros para ter uma experiência mais fluida. Visualmente, o jogo é bonito, mas o sacrifício no desempenho não compensa a pequena melhoria gráfica proporcionada pelo Ray Tracing.

Uma Caçada Inacabada

Predator: Hunting Grounds tem seu charme, especialmente quando você está no controle do Predator, aproveitando suas habilidades furtivas e seus gadgets icônicos. No entanto, a experiência como humano deixa a desejar, carecendo de tensão e desafio, enquanto os inimigos controlados pela IA só servem para preencher o espaço. O jogo acerta em capturar a essência do Predator, mas falha em manter a emoção da caçada por completo. Em resumo, é uma experiência divertida em seus momentos mais altos, mas não consegue manter a emoção por tempo suficiente. A selva está pronta, mas a verdadeira caçada ainda está por começar.

Afinal, em Predator: Hunting Grounds, você pode ser o caçador ou a presa – mas, por enquanto, a emoção da caçada ainda está escondida nas sombras, esperando para ser descoberta.

Nota
Geral
7.0
predator-hunting-groundsPredator: Hunting Grounds oferece bons momentos, especialmente ao jogar como o Predator, mas falha em capturar a intensidade e o medo da caçada ao controlar os humanos. Com uma jogabilidade previsível e problemas de desempenho, o jogo tem potencial, mas ainda deixa a desejar em entregar a experiência completa de "caçar ou ser caçado".