Na última sexta-feira (18/09) a Activision liberou uma parte do multiplayer do novo Call of Duty Black Ops Cold War em Alpha exclusivamente para os jogadores do PlayStation 4.

O período de Alpha terminou no domingo (20/09), e certamente a Treyarch (desenvolvedora principal do game) usará o feedback dos jogadores para ajustar o jogo e chegar à uma versão final. Aqui vão algumas impressões iniciais sobre a Alpha:

Cold War Alpha
Cold War Alpha

Pontos negativos

Começando pelos pontos negativos, o principal a destacar aqui é que a principal falha de Cold War é não manter a qualidade técnica de seu antecessor, COD Modern Warfare, de 2019.

Modern Warfare foi o primeiro de uma nova geração de jogos da série Call of Duty, desenvolvidos a partir de um novo motor gráfico, o que proporcionou ao game um nível de realismo mais avançado do que tudo já visto na série.

Acontece que o novo título da Treyarch não alcança MW em seu nível de realismo. As animações são mais simples; a movimentação dos jogadores não parece mais tão natural, o carregamento de armas segue o mesmo caminho e no geral, nesse quesito, o jogo parece menos caprichado do que seu antecessor.

Os efeitos sonoros, infelizmente, também parece menos realistas. O som das armas, assim como nos Call of Duty’s feitos nos motores antigos, parecem bem genéricos.

Quanto aos gráficos, está longe de ser um jogo feio. Alguns efeitos de iluminação chamam atenção (principalmente no mapa noturno, Miami), mas no geral não vemos uma grande evolução, longe do que se espera para o final de uma geração (com problemas de texturas que demoram demais para carregar, por exemplo).

Ainda nos aspectos técnicos, o jogo apresenta telas de loading relativamente demoradas, o que pode frustar alguns jogadores, mas não é nada fora do normal.

Vale ressaltar que, apesar de termos jogado uma versão em Alpha, é improvável que fatores como animações, efeitos sonoros e gráficos sejam bruscamente alterados a essa altura do campeonato (menos de 2 meses antes do jogo ser lançado), mas podem sim ocorrer pequenas melhorias nesses aspectos.

Importante lembrar que o jogo também será lançado para a nova geração, e nesse caso sim podemos esperar grandes mudanças nos aspectos técnicos. Além disso, visto a velocidade do novo SSD da Sony, os loadings provavelmente não serão problema no PlayStation 5.

Pontos neutros

Como pontos neutros dessa Alpha, destacaremos fatores que podem ser positivos ou negativos dependendo da gameplay de cada jogador.

O novo sistema de Score Streaks agora é mantido mesmo após sua morte, ou seja: mesmo numa partida em que o jogador morre muito, é possível adquirir Streakes de alto escalão. Essa nova forma de Scores ajuda que jogadores novatos e medianos tenham mais acesso às recompensas de pontuação, o que a primeira vista é algo positivo, entretanto as partidas podem acabar com uma “infestação” de Streaks, com jogadores pegando suas recompensas muito fácil, o que afetaria negativamente a dinâmica da gameplay.

Outro ponto neutro é o modo 12×12. Com o dobro de jogadores na partida, a Treyarch aposta em mapas maiores e com adição de veículos, o que funciona bem em algumas partidas porém em outras nem tanto. O risco de pegar uma partida “morta” (com poucos confrontos) existe, e considerando que o jogo também terá um modo de 40×40, teremos que esperar um pouco para dizer se de fato o modo 12×12 funcionará bem ou será só mais um modo esquecido pela comunidade.

Pontos positivos

Enfim, os pontos positivos. Lembrando que, nessa Alpha, testamos apenas o modo Multijogador, ponto que foi justamente o mais criticado no Modern Warfare.

Para começar, já de cara precisamos elogiar o novo Time-To-Kill do jogo. No MW, mal se sentiam os tiros do inimigo e já estávamos mortos, o que frustrou grande parte da comunidade. No Cold War, o time-to-kill foi aumentado, tornando as kills mais demoradas para acontecer em relação ao MW, mas sem exagerar na demora. A Treyarch conseguiu achar um bom meio termo para estabelecer esse que é um fator fundamental no confronto 1×1 dos jogadores nas partidas.

Em segundo lugar, outro ponto que arruinou a experiência no Modern Warfare e que a Treyarch soube trabalhar melhor: os mapas. Na Alpha tivemos 5 mapas ao todo (3 mapas de 6×6 e 2 de 12×12) e, principalmente nos mapas 6×6, nota-se uma melhora significativa nos map designs. Destaque para o mapa Armada (12×12), que traz uma pegada bem diferente do que estamos acostumados em COD, com um cenário no meio do mar e os jogadores podendo transitar de tirolesa entre grandes navios.

Agora, um ponto positivo meio contraditório: a gameplay do jogo, apesar de parecer menos fluída por conta das animações menos caprichadas, está mais fluída que no MW. Isso se dá principalmente por dois fatores: como citado, os mapas estão com um design melhor e, além disso, o slide (deslize em velocidade que o jogador pode dar) está mais forte, fazendo com que se torne mais rápido se locomover na gameplay. Inclusive, talvez seja necessário nerfar um pouco o slide, que em certos momentos é surreal de rápido, tirando ainda mais o realismo do jogo.

Outros fatores talvez menos relevantes para muitos jogadores, mas que também contribuem para uma melhor experiência são a possibilidade de permanecer no mesmo lobby (grupo de partida com os mesmos jogadores) após a partida terminar e a possibilidade de votar em mapas para escolher qual será o da próxima partida.

Conclusões gerais

No geral, Black Ops Cold War passa uma boa primeira impressão. Apesar dos aspectos técnicos abaixo do esperado, o multiplayer do game se mostra com potencial para ser mais divertido do que seus antecessores (Black Ops 4 e Modern Warfare).

Lembrando sempre que questões de balanceamento (armas, criação de classes, streaks etc) são as que sofrerão mais mudanças desse momento até a versão final, então é normal que hajam coisas a se consertar, mas mesmo numa versão Alpha se saíram bem.

Call of Duty Black Ops: Cold War chega dia 13 de novembro. Posteriormente para a nova geração.