Antes de jogar o game que seguiremos analisando, devo confessar que estava completamente influenciado pelos comentários direcionados para o mais recente título da Square Enix, creio que a essa altura do campeonato, vocês devem saber que não foram tão positivos.
Isso vem acontecendo com muitos outros jogos, que são massacrados e o público acaba aceitando e não dão a oportunidade para os games e seu conteúdo, é aceitável, tendo em vista o valor exorbitante que um único jogo pode chegar, textos como esse que você lê, serve justamente para lhe informar do que é bom e o que é ruim na obra que você pensa investir aquele dinheiro suado.
Mas sentar e ter o controle em mãos é outra coisa, ler uma crítica é uma forma de dizer sim ou não para o jogo, mas jogá-lo é entender se ele te agrada ou não, e digo jogar mesmo, vídeos da internet também não contam.
Então Forspoken chegou e após algumas semanas, temos nossa análise de um título que pode não ser o jogo mais revolucionário de todos os tempos, mas possui seu charme em certos momentos.
Frey, a escolhida
O que mais me agrada em Forspoken é a semelhança da personagem principal com protagonistas de outras obras, em particular os animes, Naruto, Goku ou até mesmo Deku de My Hero Academia, ela é basicamente o arquétipo da pessoa que não tem mais pra onde correr, a vida bateu tanto nela, que até mesmo reagir fica difícil, mas ela não se dá por vencida.
Junto de sua gata de estimação, Homero, tentam mais uma vez mudar de vida e deixar os erros e as dores no passado, recomeçar, e recomeço é algo que casa bem com a narrativa de Forspoken.
O começo do game mostra Frey em uma audiência, logo percebemos que não é uma situação inédita e que por ser a semana de seu aniversário, ela terá uma nova chance, a juíza só não esperava essa chance iria colocar o destino de um povo inteiro em cheque.
O jogo se passa em Nova York, quer dizer, o começo dele se passa na grande cidade, logo após o breve inicio e uma fuga daqueles que querem Frey servindo de saco de pancadas, a protagonista é atraída por um estranho artefato, logo após encontrar o estranho bracelete, Frey é enviada para um reino distante chamado Athia, onde vamos descobrir que o tal bracelete (aqui chamado de Algema) possui poderes mágicos e está de alguma forma vivo.
Ligados um ao outro, o Algema concede poderes mágicos para a protagonista, que nos minutos iniciais terá um pequeno tutorial para seguir, iremos aprender os primeiros comandos e golpes especiais, derrotar alguns inimigos e chegar até uma fortaleza, local esse que servirá de refúgio durante nossa jornada.
Como uma forasteira, Frey será interrogada e logo de cara arrumar pequenas confusões, mas sua vontade de retornar para casa levará de encontro ao perigo que aquela terra se encontra, pois antes de chegar até o local, ela sobreviveu a algo que é mortal para os moradores de Athia, uma espécie de névoa que destrói todos que ela envolve.
A narrativa se mostra bem simples em seu começo, sem muita coisa original, mas nem de longe tão horrível como apontaram, o simples não significa ruim, ele só não foi além do que já é conhecido, apenas. Claro que seria muito mais gratificante ter o gameplay de Forspoken ligado com uma narrativa de alto nível, mas o arroz com feijão também alimenta.
Contemplem a Maga
No mundo de Athia, já em posso do nosso companheiro de aventura, o Algema, iremos descobrir que ser uma maga de batalha é bastante divertido, digo “maga de batalha” pois Frey poderá usar magias de mais voltadas para golpes físicos e projéteis. Mas tudo envolverá magia, e elas irão se dividir em quatro classes, vermelhas, azuis, roxas e as magias da Frey.
Todas possuem suas características próprias e animações distintas, o que dá de longe uma das maiores elegâncias no gameplay, para cada grupo de magias existem muitos golpes novos para aprender, sendo possível montar as mais diversas formas de combate.
O grupo de magias de Frey por exemplo, tem foco em atacar afastado, com poderosos golpes que evocam o poder da natureza, galhos, flores e pedras são os elementos que compõem seus ataques, já as magias azuis são para um controle de campo, golpes que vão administrar o terreno e atingir uma área mais concentrada.
Os golpes vão ajudar contra hordas e inimigos solos, cada um possui fraquezas e resistências para os feitiços da protagonistas, mas podemos usar o nosso parceiro Algema para enxergar qual magia irá causar mais dano e qual será quase ineficiente, certos inimigos não só possuem extrema defesa contra as magias de um determinado estilo, como são imunes a muitos golpes, então é bom tomar cuidado em batalha.
Os poderes concedidos à Frey não servem apenas para proteção, como se trata de um mundo vasto e com muito o que explorar (diferente do que foi apontado por aí), ela terá que usar suas habilidades para se movimentar, a principal dela é a sua habilidade de parkour que permite correr em alta velocidade, escalar até certa altura, além de ultrapassar obstáculos e inimigos com facilidade, esse movimento é usado também em combate.
Cada um dos quatro grupos de magias oferecem uma maneira extra de locomoção, melhorando assim a velocidade de deslocamento.
As ações dependem da barra de vigor de Frey, ela serve para usar a habilidade de locomoção e para se defender, para cada uso gasta uma quantidade especifica, enquanto estiver com vigor Frey poderá defender e contra atacar, mas caso a barra esteja baixa, os golpes podem nos deixar em situação desfavorável e caso esteja vazia, certos golpes são mortais.
Mas caso você tenha um bom controle do vigor, ele irá se recuperar muito rápido após ser utilizado parcialmente ou completamente.
Intercalar entre uma magia e outra é muito, mas muito divertido mesmo, no começo os controles podem assustar e após adquirir todas as habilidades pode ocorrer uma atrapalhada ou outra, mas é questão de saber qual feitiço equipar. É possível alternar usando as setas para esquerda ou direita, ou segurando os botões R1 e L1 para abrir um menu onde estão os quatro grupos de magias, e após escolher uma, segurar ou R1 ou L1 para acessar as habilidades daquele grupo.
Existem as magias básicas, que podem ser lançadas uma após a outra, e as magias de controle, essas são mais fortes e por isso terão que ser recarregadas após o gasto, mas elas voltam com o tempo ou até mesmo atacando repetidas vezes um inimigo. Cada grupo terá uma magia única e bastante poderosa, essa demora muito para voltar, mas quando utilizada causa um dano colossal. Frey honra a classe de magos, ela é implacável.
As ameaças de Athia
Nossa jornada para salvar esse reino distante não será fácil, isso porque a variedade de inimigos até alta, pois para cada canto que vamos podemos dar de cara com uma horda de zumbis, lobos mutantes, bando de pássaros raivosos, ou inimigos mais fortes que ainda não são chefes ou subchefes.
Pois existem ainda esses, subchefes espalhados pelo mapa protegendo recursos e itens valiosos, e temos os inimigos mais poderosos, os grandes chefes, e Forspoken as Theias cumprem esse papel, antigas feiticeiras poderosas que por algum motivo se rebelaram contra seu povo.
Cada uma delas vai apresentar muitos níveis durante toda a batalha, com poderes capazes de destruir a defesa da pobre Frey em segundos. É preciso atenção e paciência para derrotar e seguir caminho.
Mas as Theias são as chefes principais, existem ainda os secundários, conforme vamos explorando o mapa, poderemos encontrar missões chamadas de labirintos, eles me lembram os cálices acessados em Bloodborne.
Nos labirintos que de labirintos não possuem nada, são apenas longos corredores com salas lotadas de inimigos, são encontrados equipamentos extremamente fortes, mas para chegar até eles é preciso vencer as hordas e no final e grande chefe, que vão começando se repetir depois de um tempo, mas são batalhas divertidas.
Os labirintos também contam a história do que ouve antigamente no reino de Athia, o que enriquece a trama principal.
O jogo conta com muitos coletáveis, a maioria deles espalhados pelos mapas, são refúgios (para viagens rápidas e preparo de poções e fortificação de itens) monumentos que irão agregar uma habilidade extra e permanente para Frey, missões contra o tempo etc.
E nem tudo pode ser ignorado com um passe de mágica…
Após finalizar o game mesmo achando um exagero boa parte das críticas tecidas para Forspoken, certos pontos não podem ser ignorados, um deles (o pior em minha visão ) é justamente o fato de ter uma narrativa fraca, e digo fraca não por ser boba ou ter diálogos simples, mas por querer ser mais do que ele é.
Pois para ser uma narrativa imersiva e minimamente convincente, é necessário ter bom desenvolvimento, bons personagens, que sejam carismáticos, aqui o personagem que mais me apeguei é justamente o que nem mesmo tem um corpo ou expressões, o Algema, e claro, a Frey que possui uma personalidade muito boa, mas os outros que cruzam seu caminho são mal aproveitados, o roteiro parece não saber que é preciso se apegar para depois sentirmos suas partidas.
Além de ter um roteiro previsível que basicamente entrega o plot twist com pouco mais de meia hora de jogo, e não preciso nem citar o gráfico que sofreu uma queda de qualidade ridícula em relação aos primeiros trailers que incluíam gameplay, ou as expressões faciais que são risíveis.
Não tive muitos problemas de performance, o jogo foi testado no Playstation 5 e roda de maneira muito satisfatória, presenciei apenas um momento de queda de frame e nenhum crash ou engasgo.
Esta análise foi feita com base em uma cópia cedida pela Square Enix, agradecemos pela confiança em nossa equipe.