Shadow Warrior 3 é o mais novo lançamento da franquia da Flying Wild Hog e publicado em parceria com a Devolver Digital. Misturando muito sangue, freneticidade e ação em uma jornada cheia de piadas.

O protagonista Lo Wang e sua “equipe” estão de volta para, “aparentemente” enfrentar um inimigo impossível. Mas relaxa, pois logo você vai descobrir que assim como nos títulos antecessores, nada é impossível se você conta com uma katana, grandes armas de fogo e agora… UM GANCHO!

“Aserehe ra de re

De hebe tu de hebere seibiunouba mahabi

An de bugui an de buididipi”

Um dragão gigante e um guerreiro possuído pelo ritmo ragatanga

Saindo de uma área a outra enquanto você desliza pelos corredores, anda pelas paredes e usa seu gancho para acessar novas áreas, Lo Wang, protagonista da franquia, aciona o gogó para cantar uma das músicas mais famosas do planeta.

E isso é só o começo de uma aventura hilária. Para os fãs mais antigos da franquia, isso não é muita novidade. Mas em Shadow Warrior 3, os roteiristas acertaram melhor a mão no timing da comédia sem que precise entrar em algo forçado.

Uma das características da franquia é o seu senso de humor um tanto quanto peculiar. E aqui o nosso protagonista entra no que talvez seja a maior aventura em que ele esteve envolvido. Sim, porque desta vez caberá a ele enfrentar um dragão tão grande, mas tão grande, que a gente sequer consegue vê-lo por inteiro do quão tremendamente grande ele é.

Apesar dessa premissa te dar a entender que você irá participar de uma aventura de proporções épicas, o jogo não cumpre de forma plena esse trato. A história, em geral, é bastante simples e não contribui muito para o que estamos fazendo(embora nunca tenha sido um dos pontos essenciais nos títulos anteriores).

Lo Wang liberou um dragão gigante que trouxe consigo uma quantidade gigantesca de demônios, que ameaçam destruir o mundo. Com a ajuda de Hoji e outros aliados, sua missão é… adivinha? Ter que impedir os planos desta criatura mitológica.

Mas é aí que está o problema: a premissa um tanto quanto clichê, é apenas um pano de fundo que só serve como uma desculpa para saltar de um nível para outro atirando para a esquerda e para a direita. Fica claro que a Flying Wild Hog queria que esse fosse o primeiro título da franquia para muitos novos jogadores, então você não precisa ter jogado os capítulos anteriores para desfrutar deste novo título.

Embora se tenha jogado os anteriores, isso ajuda a conhecer melhor os personagens, mas não será indispensável porque a trama nada mais é que uma mera desculpa para começar a distribuir cortes e atirar como se não houvesse amanhã.

E esse é realmente o ponto forte de Shadow Warrior 3: os tiroteios, cortes, gore e agilidade. Se colocarmos Doom Eternal como um exemplo a seguir para a maioria dos FPS da indústria recente, talvez no aspecto do gunplay, a Flying Wild Dog e Devolver não deixa absolutamente nada a desejar se comparado ao título de Id Software e Bethesda. Eu realmente tive a sensação em alguns momentos de estar atirando com o Doomguy. E isso é bom.

Um tiroteio intenso, mas contido

As comparações com Doom Eternal acabam no gunplay. O tiroteio e o combate corpo a corpo é delicioso de se aproveitar a todo momento. Mas é uma pena que o level design das arenas tenha pouca inspiração. As arenas de Shadow Warrior 3 são realmente pequenas e não evoluem muito no decorrer do jogo.

Mas vale salientar que em nenhum momento a Flying Wild Hog deu a entender que eles querem reinventar a roda. Mas não tem como não ficar com um gostinho na boca querendo arenas melhores planejadas.

O ponto positivo desse terceiro título é a adição de um gancho que o Lo Wang pode usar em determinados lugares. Isso faz com que a sua movimentação se torne ainda mais rápida e dinâmica pelo cenário. Mas o problema é que eu queria poder dar uma de Homem-Aranha e sair usando isso de várias outras formas, ao invés de ser apenas um botão para dar um salto de um lado para o outro. Os limites da arena impediram isso.

As arenas em Shadow Warrior 3 oferecem múltiplas maneiras de lutar contra inimigos e se mover ao redor da fase. Existem pontos de grappling para usar o seu gancho, corridas de parede e inúmeras armadilhas espalhadas pela arena para ajudar o jogador. Lo Wang é bombardeado por ondas e mais ondas de inimigos, e é preciso saber o momento certo de usar as habilidades para derrotar as maiores ameaças e conseguir sobreviver.

Os itens de sobrevivência estão bem dispostos pelas arenas e isso faz com que você necessite ter uma abordagem mais frenética se quiser conseguir recuperar sua vida e sua munição.

Um casamento perfeito em direção de gameplay, arte e som

O estilo geral de Shadow Warrior 3 brilha através de sua jogabilidade, design e áudio. Os cenários que o jogador explora são lindos, e até as arenas têm muito o que admirar quando você não está ocupado matando demônios. No combate, uma das coisas que chamam mais atenção são as finalizações. Lo Wang executa brutalmente um inimigo e o transforma em uma arma sangrenta, e cada uma tem seu próprio design e uso único.

O combate é reforçado pela trilha sonora, o que aumenta a emoção de atirar e atravessar inimigos. Após o fim da ação, existe uma pausa para te dar um pouco de respiro e serenidade para aproveitar as transições de fases. Tudo no mais perfeito equilíbrio. Mas se a trilha sonora começar a acelerar, se prepare, pois esse é o aviso sonoro que Shadow Warrior 3 te dá para avisar que é hora de começar a atirar.

A linearidade de um jogo curto

É inegável que Shadow Warrior 3 evoluiu em quase tudo do seu antecessor. Mas infelizmente existe algo que ele piorou consideravelmente e isso se dá muito devido a opção dos desenvolvedores por entregar um jogo mais linear.

A exploração aqui é praticamente nula. Na maioria das vezes será o jogo em si que nos dirá para onde ir. Isso porque só haverá um único caminho a seguir, nos deixando poucas opções quando se trata de explorar os cenários. Além disso, os lugares onde podemos pular, correr pelas paredes ou atravessar estão explicitamente marcados com videiras verdes, por isso é impossível ficar preso.

E meio que também facilita até demais. Mas a pior parte de tudo ser tão linear é que basicamente não existem missões principais ou secundárias aqui, já que nossa tarefa será a que será dada a nós pelo jogo no momento em que começamos ele. Isso também fica explícito na falta de chefes no jogo e na repetição das arenas como já foi mencionado. Isso se repete drasticamente ao longo dessa aventura que durará entre seis e oito horas aproximadamente, dependendo da sua habilidade ou da dificuldade que você optar.

Conclusão

Shadow Warrior 3 se apoia muito nas suas armas e combate, deixando a história sofrer bastante. Embora a franquia Shadow Warrior nunca tenha se levado a sério, a história é bem fraca aqui, e faz com que você praticamente não se importe. Eu talvez até não me importasse tanto com ela, caso o jogo não fosse tão linear.

Mas ele faz questão de deixar claro que quer que a gente siga à risca toda a trama sem desviar os olhos. Talvez mais chefes e missões secundárias poderiam ter aumentado sua importância.

Mas apesar dos problemas com a narrativa, Shadow Warrior 3 é, sem dúvida, um jogo encantador e recheado de ação. O combate é satisfatório, e Lo Wang continua sendo um personagem muito carismático e com um senso de humor na medida certa.

Sem dúvida alguma é um jogo que vale a pena sentar para jogar em uma tarde livre e se deliciar matando dezenas de demônios em um jogo com visuais incríveis e uma trilha sonora empolgante. Se você está procurando um FPS brutal sem qualquer pretensão além de cortar cabeças ou atirar em tudo o que se move, combinado com uma boa quantidade de situações cômicas e loucas, então Shadow Warrior 3 é um jogo perfeito para você.

*Essa análise foi feita utilizando uma cópia do jogo 
disponibilizada pela Devolver Digital, agradecemos por confiar em nossa equipe*
Nota
PONTUAÇÃO GERAL
7,0
shadow-warrior-3Com um combate divertido e um protagonista hilário, Shadow Warrior 3 entrega um combate frenético que não deixa nada a desejar a Doom Eternal. É uma pena que seu seu sistema de progressão seja tão superficial, o que significa que pode ser um pouco repetitivo. Mas, em resumo, o novo trabalho da Flying Wild Dog é bem divertido e nos convida a jogá-lo para aliviar a tensão e passar algumas horas em um jogo que nos permite jogar de maneira descontraída.