Sonic, desde seu surgimento, se transformou-se em um ícone da cultura pop, com seu legado surgindo nos anos 90. Lembro do primeiro contato com o ouriço azul em “Sonic The Hedgehog”, o qual tive a oportunidade de jogar no console Master System de um amigo meu.

Na época, videogames eram caros e seus cartuchos idem, com diversas locadoras surgindo em vários estados do Brasil, que permitiam acesso aos consoles e cartuchos em formato de aluguel. Jogos salvos não existiam, proporcionando uma verdadeira corrida contra o tempo no final de semana, garantindo o final do jogo antes do cartucho alugado retornar para a locadora.

Sonic surgiu como um rival para o então famoso Mario Bros., com a SEGA investindo no visual único e personalidade vibrante do ouriço, conquistando espaço no mercado de jogos. A principal característica que atraiu boa parte do público, é sua jogabilidade frenética e ação intensa, estabelecendo um novo padrão para os jogos de plataforma.

Ao longo dos anos, os jogos passaram por uma série de transformações, do modelo clássico 2D para jogos em 3D, se adaptando às diversas mudanças tecnológicas, demonstrando uma ampla capacidade de se reinventar, mantendo-se relevante. Sonic Superstars estreou com uma proposta de releitura da versão em plataforma 3D, através das místicas Northstar Islands, unindo personagens famosos como Sonic, Tails , Knuckles e Amy, contra Dr. Eggman e Fang, que desejam converter os animais das ilhas em Badniks.

A nova abordagem realmente atinge seu objetivo ou a SEGA apenas criou um jogo para suprir as necessidades do mercado, sem grandes atrativos? Confira nossa análise logo abaixo.

O Início

A história é típica, com Sonic e seus amigos tentando salvar os animais das Ilhas Northstars, evitando que os mesmos sejam transformados em robôs pelas mãos de Eggman e Fang. Sonic, então, deve viajar por um total de 11 mundos, que incluem desde selvas à ruinas. Jogamos com  Sonic, Tails, Knuckles e Amy. Cada personagem conta com uma habilidade única, que permitem o acesso a diferentes partes dos níveis, aumentando a exploração, porém, entregam também um senso de repetição prontamente observado com o passar do tempo.

As fases são únicas em sua criação, com elementos de travessia vertical e na horizontal, desafiando jogadores em relação a melhor abordagem para acesso aos anéis e eliminação de inimigos. Todos os ambientes foram projetados para a exploração máxima, com segredos e armadilhas espalhados de forma específicas, causando até mesmo confusão na melhor abordagem para seguir adiante.

Ao entrar no jogo pela primeira vez, a primeira coisa que me veio à mente é como Sonic Superstars era “lindo”. As cores vibrantes e o visual moderno associado ao estilo de plataforma 2D, trouxe a sensação de evolução, para alguém que joga e conhece Sonic desde 1991. Detalhes como acelerar pelo cenário, eliminar inimigos, passar por ambientes de forma frenética, sempre com a sensação de familiaridade, foi impressionante.

Os comandos são amplamente conhecidos, como rolar e saltar para eliminar inimigos. Da mesma forma, chefes possuem padrões de comportamento, com alguns “complicados” para se derrotar. Sonic Superstars exige um pouco mais dos jogadores, necessitando de comandos e atenção em diversos cenários e nos confrontos com determinados chefes. A curva de aprendizado não é simples. A maioria dos chefes transitam entre a dificuldade normal e difícil, com alguns confrontos mais longos que o esperado.

A campanha é uma mistura de fases compostas de diversas moedas de ouro para coletar. Devemos encontrá-las pelas áreas escondidas em uma fase ou em fases especiais que se parecem com as do primeiro jogo de Sonic, com camadas mais complexas, que depende da habilidade do jogador. As esmeraldas do caos são entregues em fases especiais exclusivas em 3D, aproveitando do cenário em 3D para proporcionar profundidade que direciona o jogador para atingir pontos até o alcance da esmeralda. Não são tão divertidos como deveriam ser.

Não tive a oportunidade de experimentar o modo cooperativo, focando esta review no modo história para um jogador e nele, Sonic Superstars é a fórmula que dá certo. A identidade da série é mantida, com novas mecânicas ou renovando ideias pré-existentes.

Habilidades e personagens familiares

As habilidades em Sonic Supestars são familiares, com o uso dos poderes das esmeraldas do caos que proporcionam inovações. Um exemplo de habilidade, é a habilidade de clonar o personagem para atacar o inimigo, protegendo contra eventuais danos e perda de anéis. A adição de tais habilidades pode soar dispersas em suas utilizações, porém, com o avanço do jogo, nota-se cada vez mais a necessidade de utilizá-las, principalmente contra os chefes.

Em se tratando de características de personagens, Sonic prioriza a velocidade.  Essa velocidade é possível graças a um sistema de física bem elaborado, que permite a movimentação de Sonic sem a perda do controle, com a jogabilidade fluida e responsiva. Já Tails  usa o voo e alcance de áreas mais complexas; Knuckles escala paredes e Amy Rose fornece um salto duplo. Todos são opções viáveis, com estilos sutis, agregando valor.

Visuais e Performance

Sonic Superstars é uma combinação incrível de recursos visuais, com um visual notável e divertido. Detalhes que compõe o fundo do cenário, até mesmo as animações circulam amplamente espalhados em diversos momentos do jogo, sempre vibrante e vivo. Animações presentes na água, areia, efeitos de partículas, tudo entrega uma sensação de modernidade e nostalgia.

Os movimentos de Sonic são fluidos e detalhados, demonstrando que seus saltos, giros e acrobacias são suaves, transmitindo sua personalidade em cada ação.

Não notei problemas consideráveis no PS5, com um desempenho notável. Alguns pequenos detalhes eventuais surgiram nas lutas contra os chefes, nada digno de nota. As taxas de quadro foram consistentes, mesmo com uma quantidade enorme de efeitos visuais em tela. Apesar da fórmula já conhecida em sua franquia, A SEGA implementou o máximo em termos de design de nível, personagens e animações, garantindo a qualidade esperada para um jogo de nova geração.

Sonic Superstars não é o jogo perfeito que todos esperavam, com a nova releitura da SEGA deixando a desejar em alguns pontos fundamentais. Porém, é um jogo entregue para fãs do ouriço azul que apreciam a jogabilidade clássica, com elementos gráficos impressionantes e a sensação de saudosismo para os jogadores “velha guarda” como eu. Vale a pena jogar, explorar a aventura, sem esperar muito em troca, com a diversão, básica, garantida na medida certa.

Nota
Geral
8.5
sonic-superstarsSonic Superstars é divertido e limitado em sua releitura. A aposta da SEGA peca pela repetição e falta de inovação esperada por jogadores, porém, é um deleite visual e uma aventura divertida, que garantem a qualidade necessária para manter jogadores interessados. O legado de Sonic certamente permanece vivo!