Desenvolvido pela Motive Studios e Publicado pela EA, Star Wars: Squadrons foi lançado em 2 de outubro para PlayStation 4, Xbox One e PlayStation compatível com realidade virtual.
Antes de iniciar esta análise, algumas considerações devem ser feitas. Claramente o jogo foi desenvolvido para ser jogado apenas com o VR (realidade virtual). Ao longo desse processo talvez uma decisão com o intuito comercial fez com que isso mudasse.
Prejudicando em muito aqueles que não fazem uso dessa tecnologia e compram o jogo sem saber desse ponto específico. Deixando claro que o jogo foi analisado sem o uso desta tecnologia. Mas afinal o que muda então para o desavisado que adquirir o game sem possuir o VR?
Primeiramente, o tédio e a lentidão incomodam pelo excessivo foco nos controles da nave em teoricamente admirar o espaço através da visão interna de sua X – Wing, por exemplo. Essa experiência é desgastante por se repetir demais durante cada missão.
O espaço não foi bem utilizado e existem longas sequências onde é preciso apenas seguir o capitão da frota em um espaço sem naves e abdicando de usar planetas clássicos da saga nesses momentos específicos, um verdadeiro desperdício. E por fim você não se sente no controle jogando apenas com o controle normal e as sequências de tiroteio espacial são sem sal e não fazem a imersão do jogador neste universo tão rico da franquia Star Wars.
Dito isto, vamos a campanha principal do jogo, onde o jogador controlará um piloto da aliança rebelde e outro do império que não são canônicos. E podem ser customizados de maneira bem simples ao iniciar desse modo de jogo.
A campanha se passa após os eventos de Star Wars VI – O Retorno de Jedi, após a derrota do império. A luta galáctica continua e personagens muito queridos da franquia fazem uma breve participação em poucas cenas em um contexto bem específico, como por exemplo, princesa Leia e Darth Vader. Como de costume nos últimos jogos da franquia a exceção de Jedi Fallen Order (2019).
Essa campanha é apenas introdutória para o modo multiplayer online com uma duração média de 11 horas podendo ser prolongado caso queira cumprir todos os objetivos das missões. Eliminar naves, defender, utilizar a função de suporte, tudo bem mastigado e frio.
As cinemáticas são raras e muitas vezes toda a apresentação de uma nave inimiga é vista pelo jogador através de sua cabine, limitando muito a grandeza que poderia ter esses momentos para o fã mais nostálgico da saga. É bem verdade que a ausência de um orçamento triple A para o Squadrons pode ter sido o motivo da falta desse capricho visual do jogo em si.
Trilha sonora
O ponto alto aqui é a parte sonora que mais uma vez repassa toda uma experiência de cinema para o jogador, com trilhas clássicas e sincronia bem feita dos áudios das batalhas. É uma pena que o diálogo entre os personagens na hora H da missão é desnecessário e desvia o foco do jogador da trilha empolgante de combate.
Gráficos
Os gráficos são eficientes, mas não encantam, porém tecnicamente não experienciei muitos bugs ou quedas de frame. Foi tudo bem estável e competente nesse aspecto. Os personagens estão de acordo com o universo apresentado e poderiam ser mais bem explorados.
Os momentos entre missões na base, deveriam acontecer mais naturalmente. Personagens interessantes poderiam ter sido mais aprofundados. E a exploração na base e feita através de um point and click bem sem graça.
O sistema hierárquico da base de comando espacial poderia ter sido mostrado, assim como jogos da geração passada o fizeram. Mostrando a ascensão desse novo piloto para ser relevante na história. Mais uma vez o interesse exagerado em focar no multiplayer com certeza atrapalhou muito esse tipo de foco na campanha base do jogo ou qualquer outro elemento que colocasse um pouco da alma da franquia no jogo. Mas isso infelizmente não aconteceu.
Modo multiplayer
O modo multiplayer foi mais trabalhado e oferece quatro categorias de naves para os jogadores. Lutadores (mais equilibrado), Bombardeiros (mais resistentes e focados no uso de bombas), Interceptadores (mais velozes e menor resistência), Suporte (fortes em escudo e oferecem suporte de vida para os aliados).
Existem dois modos de jogo no multiplayer. O primeiro é a Batalha de Frotas com dois times de cinco jogadores em uma disputa com um sistema de pontos premiando as eliminações de bots e outros usuários durante a fase. O segundo modo é o Combate Aéreo, onde o vencedor é a equipe que matar o maior número de inimigos ao fim de um determinado tempo.
Dentro da nave é possível focar a força do motor em três diferentes opções. Na velocidade, mais utilizado para fugas e perseguições, escudo, para o enfrentamento direto com inimigos mais poderosos ou em sua arma, para consequentemente aumentar o poder de suas armas. Os detalhes internos das naves disponíveis são bem impressionantes e mudam bastante em características e estéticas e de combate de uma para outra.
Star Wars Squadrons deixou a desejar
A decepção é evidente por mais uma chance frustrada de aliar uma parte sonora impecável com uma gameplay a altura. Mas isso ficou apenas na expectativa. A realidade é que mais um jogo que pouco será lembrado ao recordarmos a respeito dos melhores jogos da franquia e que passa um pouco batido no fim da geração devido a outras produções mais atrativas e que procuraram agregar um fato novo ao invés de seguir com um arroz com feijão bem básico que será jogado apenas por um público bem específico que deseja destruir naves inimigas no universo Star Wars.