Tony Hawk’s Pro Skater 1 + 2 foi lançado em 04 de setembro de 2020. Desenvolvido pela Vicarius Vision e publicado pela Activision. Disponível para PS4, Xbox One e PC.
Os jogos mais aclamados da franquia Tony Hawk’s finalmente tiveram versões refeitas para a atual geração. Para quem jogou os originais para PS1, tudo está em seu devido lugar. A ideia clara dos desenvolvedores foi de não ousar muito e ser fiel ao conteúdo original.
A estrutura é em formato de desafios por fase. No modo turnê que contempla o conteúdo dos primeiros jogos da saga. Podendo ser jogador na ordem que quiser entre um e outro. Em um total de 17 cenários. Sendo desbloqueados cumprindo alguns requisitos, como por exemplo, fazer um combo de 10 mil pontos ou encontrar a fita secreta presente em todas as fases. Tudo isso dentro de um tempo limite de 2 minutos.
Existem 6 pistas onde o objetivo muda e acontecem torneios. As pontuações mais altas concedem medalhas. De ouro, prata ou bronze. Ganhando com isso mais experiência e dinheiro que podem ser usado para aumentar as habilidades dos skatistas como a altura dos saltos do chão e o tempo no ar ao executar manobras. É possível também adquirir novos shapes e roupas para um dos 21 personagens escolhidos ou até mesmo por aquele criado pelo jogador.
O Brasil volta a marcar presença no jogo com Bob Burnquist, que estava no original e Letícia Bufoni novidade nesse remake. Além de alguns skatistas secretos que podem ser liberados com o tempo, como o agente Dick que é o ator Jack Black, entusiasta assumido da série.
A sensação de jogar em cenários do antigo jogo com os espaços ampliados e os gráficos muito aprimorados é incrível. Um trabalho brilhante da Vicarius Vision. O armazém e o hangar, fases iniciais do 1 e 2 jogo, dão doses pesadas de nostalgia para os fãs. Pequenas quedas de quadro acontecem, mas são raras, não atrapalhando em nada a experiência do jogador.
Jogabilidade
A jogabilidade utilizada é na base de Tony Hawk 4 o que poderia ser um problema para os mais saudosistas. Mais isso é rapidamente resolvido selecionando no menu de opções, pela jogabilidade igual à do primeiro ou segundo capítulo da franquia. As diferenças mais sentidas ficam pela adição nesse remake dos manuais, que são manobras facilitadoras para sequências dos combos.
Mais manobras foram também foram adicionadas. Tutoriais bem didáticos fazem com que a experiência seja divertida até mesmo, para os menos habilidosos. E caso a paciência não seja o forte do jogador, cheats estão disponíveis desde o início de sua jornada onde é possível fazer alguns rolês sem cair nos corrimões e etc.
Trilha Sonora
A trilha sonora é de longe o principal condutor da alegria e prazer que esse jogo proporciona. As canções mais aclamadas dos originais estão presentes. Superman do Goldfingers e Police Truck do Dead Kennedys. Além da grata adição de Confisco dos brazucas do Charlie Brow Jr, que combinou perfeitamente com a série. Mais músicas foram adicionadas, mas confesso que a melhor experiência em minha jogatina foi editar minha própria playlist apenas com os clássicos.
Modo Multiplayer
O modo multiplayer está bem competente com modos de jogo interessantes como o grafite e as partidas competitivas, tendo que fazer a maior pontuação para vencer. No modo grafite o jogador que executar mais pontos em cada parte da pista tinge aquele canto com a sua cor. Quem tiver mais locais demarcados vence no fim do tempo.
Tem também, batalhas de combo e pega–pega. O multiplayer local está disponível com a tela em split screen para poder competir contra amigos e familiares. Podendo selecionar o tempo que achar mais conveniente para cada rolê. Sem se restringir apenas aos dois minutos dos outros modos de jogo.
O modo crie sua pista deixa na mão do jogador a missão de elaborar fases criativas e desafiadoras com total liberdade de escolha nos objetos utilizados para a construção de sua própria pista.
Em uma época onde muito se discute sobre como um remake deve ser, há aqueles que defendem a fidelidade ao conteúdo original. Outros que a liberdade de escolha dos desenvolvedores deve estar presente se tratando de uma nova versão de algo já feito. Eu me coloco no meio termo. E acredito que no caso de Tony Hawk’s o apego aos originais faz muito sentido levando em conta que a franquia estava em baixa com o fracasso comercial e de crítica do Tony Hawk’s Pro Skater 5.
Porém, é inegável que faltou um mínimo de ousadia em colocar mais pistas no remake para aumentar a longevidade do modo turnê. Tendo em vista que, uma vez cumprido o desafio da fase, não é possível repeti-lo sem ter que excluir o seu save. O jogador pode sim re–jogar as fases após completar 100% dela, mas apenas por diversão sem um foco específico. O que é uma decisão bem estranha dos desenvolvedores. Mas que pode ser corrigida com patchs de atualização no futuro.
Vale a pena?
O melhor remake possível foi entregue. Quase perfeito. Talvez não seja uma experiência tão gratificante para os novatos na série, por não absorverem o fator nostalgia. Fora isso esse jogo me levou de volta para a minha adolescência onde as preocupações eram bem menores e eu queria apenas chegar do colégio, aumentar o som da TV e curtir uma volta nas pistas que me possibilitavam fazer aquilo que eu definitivamente não conseguia com um skate real.
Isso é a magia dos jogos eletrônicos presente nesse marcante e estupendo remake. Consagrando mais uma vez a Vicarius Vison como uma desenvolvedora especialista nesse tipo de projeto.
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