Luiz Schiavon foi um dos maiores nomes da música brasileira, conhecido por ser o tecladista e fundador da banda RPM, que fez sucesso nos anos 80 e 90 com hits como “Olhar 43” e “Rádio Pirata”. Além de músico, ele também foi maestro, compositor e arranjador de trilhas sonoras de novelas da Rede Globo. Neste texto, vamos homenagear a sua trajetória e relembrar alguns dos seus principais trabalhos.
Schiavon nasceu em São Paulo em 1959 e se formou no Conservatório Mário de Andrade em 1977. Ele começou a sua carreira tocando em bandas de rock que faziam covers de grupos internacionais. Foi assim que ele conheceu o cantor Paulo Ricardo, com quem criou a banda Aura em 1982. A Aura durou pouco tempo, mas foi o embrião do RPM, que surgiu no ano seguinte com a entrada do guitarrista Fernando Deluqui e do baterista Paulo Antônio (P.A.).
O RPM estreou em 1985 com o álbum Revoluções por Minuto, que vendeu mais de 900 mil cópias e se tornou um fenômeno nacional. O disco trouxe canções que misturavam rock, pop e música eletrônica, com letras que abordavam temas políticos e sociais. Schiavon era o responsável pelos arranjos e pelos teclados marcantes que davam personalidade ao som da banda.
Em 1986, o RPM lançou o seu segundo álbum, Rádio Pirata ao Vivo, que foi gravado durante um show no estádio do Canindé, em São Paulo. O disco vendeu mais de 3 milhões de cópias e se tornou o álbum ao vivo mais vendido da história da música brasileira. O sucesso foi tão grande que o RPM chegou a fazer uma turnê internacional pela América Latina e pelos Estados Unidos.
No entanto, o excesso de exposição e as divergências artísticas entre os integrantes levaram ao fim da banda em 1989. Schiavon então se dedicou a outros projetos musicais, como a banda Cia. Paulista de Rock e a dupla Schiavon & Deluqui. Ele também se tornou um renomado compositor de trilhas sonoras para novelas da TV Globo, como O Rei do Gado, Terra Nostra, Esperança, Mad Maria e Cabocla.
Em 2002, Schiavon se reuniu com Paulo Ricardo e Fernando Deluqui para reativar o RPM. Eles lançaram um novo álbum chamado MTV RPM 2002, que contou com a participação do baterista Marquinhos Nasi. O disco teve uma boa recepção do público e da crítica e rendeu uma nova turnê pelo Brasil.
Entre 2004 e 2010, Schiavon assumiu a direção musical do programa Domingão do Faustão, na TV Globo. Ele comandava a banda que acompanhava os convidados musicais e os quadros do programa. Ele também continuou compondo para novelas e minisséries da emissora.
Em 2011, o RPM voltou à ativa com a formação original, incluindo P.A., que havia deixado a banda em 1989. Eles lançaram um EP chamado Elektra, que trazia quatro músicas inéditas e uma regravação de “Rádio Pirata”. O EP foi seguido por um álbum duplo homônimo em 2012, que contava com mais dez faixas novas.
Em 2014, Schiavon deixou o Domingão do Faustão para se dedicar exclusivamente ao RPM. A banda passou por algumas mudanças na formação nos anos seguintes, com a saída de Paulo Ricardo e a entrada dos vocalistas Dioy Pallone e Kiko Zara. Em 2018, eles lançaram o single “O Sol da Liberdade”, que foi a última música gravada por Schiavon com o RPM.
Schiavon faleceu em 15 de junho de 2023, aos 64 anos, em um hospital em Osasco, na Grande São Paulo. Ele estava internado há algumas semanas, após passar por uma cirurgia para tratar de uma doença autoimune que ele enfrentava há quatro anos. A notícia da sua morte causou comoção entre os fãs, os amigos e os colegas de profissão, que prestaram homenagens nas redes sociais e na imprensa.
Luiz Schiavon foi um artista que marcou a história da música brasileira com o seu talento, a sua criatividade e a sua paixão. Ele deixou um legado de obras que continuam inspirando gerações de músicos e ouvintes. Ele também deixou uma saudade imensa no coração de todos aqueles que o conheceram e admiraram. Que ele descanse em paz e que a sua música continue ecoando pelo mundo.