Finalmente o dia da estreia do primeiro episódio da tão aguardada adaptação do premiado jogo de vídeo game chegou, há muito se falava que os jogo haviam se transformado em filmes, mudando de lado o fenômeno que ocorreu quando obras de vídeo game começaram invadir as telas, lá pelos anos 80 e 90.
A HBO chega para deixar mais uma vez sua marca, apresentando a nova versão de uma narrativa que conquistou inúmeros jogadores em 2013.
Episódio um: quando estiver perdido na escuridão.
A série teve um excelente começo, apresentando os personagens de uma forma diferente dos jogos, o que é gratificante, por mais que ache a narrativa do primeiro jogo incrível, a mídia escolhida deve guiar o espectador para que ele tenha tempo o suficiente para se importar com os personagens, até mesmo aqueles que terão pouco tempo de tela.
Mostrar o dia em que a pandemia causada pelo fungo Cordyceps começou, tinha que ter uma peso e apresentar o tom de ameaça, que nesse caso, significa literalmente a quase extinção da raça humana. E nisso a série acerta em cheio, arrisco dizer que o perigo do fungo ficou ainda mais claro e assustador, o roteiro faz questão de introduzir uma explicação sobre os efeitos causados em seres vivos.
Tudo isso somado ao fato de que eles existem de verdade, deixando de ser apenas ficção, cria um tom muito único, coisa que já é muito forte no jogo, mas aqui eleva o tom. Se por um lado, a notícia da ausência dos esporos pode ter deixado alguns desanimados (me incluo nesse grupo) a forma que acharam para demonstrar o ataque e consequentemente a infecção foi bastante convivente, como se a ameaça tivesse saído do filme O Enigma de Outro Mundo.
Resta esperar para saber se assim como no jogo, terão outras formas de infecção que não sejam os ferimentos por infectados.
Ao vermos Joel e Sarah, é impossível não desejar que o programa tivesse ido só um pouco mais afundo na relação de pai e filha, as pequenas diferenças para a noite do aniversário de seu pai, o relógio que ela entrega de presente, objeto que carrega um significado gigante na obra original, aqui tem espaço para ser um pouco maior, mas igualmente belo e triste.
Pedro Pascal e Nico Parker são incríveis em seus papéis, extraindo ao máximo as emoções de cada personagem, ver os dois no que é a calmaria antes da tempestade, é um verdadeiro presente.
A naturalidade que Pedro Pascal mostra a transformação de Joel é assustadora, e Bella Ramsey entrega uma versão perfeita da Ellie, os trejeitos e a forma com que ela mostra sua personalidade forte é sem dúvidas um ponto final para todas as criticas que a atriz estava sofrendo, daqui em diante qualquer relato negativo muito provavelmente será apenas implicância.
Toda sequência do estouro da infecção, junto com os pequenos sinais dados no começo do episódio é eletrizante, a fuga da cidade conta com cenas muito bem feitas, a produção da série mostra o motivo de ter saído tão cara. E a apresentação da Zona de Quarentena impressiona, tudo muito bem detalhado, caprichado.
Ao sermos introduzidos ao mundo vinte anos depois, onde a humanidade sobrevive nos destroços do que um dia foi o mundo como conhecemos, causa um impacto, tanto pela narrativa que mostra que tudo se foi, inclusive as emoções mais básicas de alguns, como pela qualidade do cenário.
A série apresenta os personagens sem pressa, mostra com cuidado que assim como a obra original, é uma história sobre relações humanas, percas e mudanças que aparentam serem definitivas, há uma fidelidade aos jogos que é bela, certos frames são idênticos, assim como outras partes são bem diferentes, tudo para que a imersão desse nova mídia faça sentido com o mundo de The Last of Us.
Apesar de saber que teremos novidades e até mesmo personagens novos, me agrada saber que a essência do roteiro criado por Neil Druckman está ali, esperando para ganhar os próximos domingos.
Ao fim do capitulo, fica claro que essa será uma obra respeitosa e extremamente marcante.